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Literatura Infantil E A Arte De Contar História

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Por:   •  8/3/2014  •  1.337 Palavras (6 Páginas)  •  730 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Nesta pesquisa, fruto do trabalho de conclusão de curso abordou-se a importância da literatura e da arte contar histórias no cotidiano da Educação Infantil, tendo como propósito converter o livro e os demais instrumentos de documentação cultural em objetos familiares às gerações atuais, impulsionando-as para o seu uso livre e inventivo como um ponto de partida fecundo na formação de leitores.

Procuramos através deste trabalho, observar como os educadores inserem esta prática em seu cotidiano pedagógico, quais são as estratégias e recursos mais freqüentes utilizados, como concebe e organiza o ambiente para as rodas de leitura, a didática para a seleção dos livros, as diferentes abordagens no incentivo e inserção da criança na construção do gosto pela leitura, considerando sua faixa etária e peculiaridades, sendo que esta prática vem sendo consolidada nos documentos oficiais.

Através das histórias, a criança tem a oportunidade de enriquecer e alimentar sua imaginação, ampliar seu vocabulário, permitir sua auto-identificação, bem como, aprender a aceitar e refletir sobre situações relativas às dimensões de diversas categorias da problemática humana, desenvolver o pensamento lógico, a memória, estimular o espírito crítico, vivenciar momentos de humor, diversão, satisfazer sua curiosidade, harmonizar-se com suas ansiedades, sugerindo-lhes meios para solucionar conflitos, adquirindo valores para sua vida.

A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS E SUA IMPORTÂNCIA NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Sabemos, com todos os pontos e vírgulas, que contar histórias é extremamente importante e benéfico para as crianças, desde a mais tenra idade. Há quem afirme a eficácia de embalar os bebês, ainda no ventre, com a melodia da voz da mãe, contando histórias, para familiarizar a criança desde aí, com os mecanismos narrativos, e com a proximidade e o afeto que o contar histórias envolve. Essas ações, de certo modo, já fazem parte das estratégias para a formação do leitor.

Mas, além disso, sabemos que a história narrada, por escrito ou oralmente, nos permite também aquisições em diversos níveis. Isto é: contar histórias para as crianças permite conquistas, no mínimo, nos planos psicológico, pedagógico, histórico, social, cultural e estético.

Ao ouvir uma história, as crianças (e o leitor em geral) vivenciam no plano psicológico as ações, os problemas, os conflitos dessa história. Essa vivência, por empréstimo, a experimentação de modelos de ações e soluções apresentadas na história fazem aumentar consideravelmente o repertório de conhecimento da criança, sobre si e sobre o mundo. E tudo isso ajuda a formar a personalidade.

Ao fazer contato com a obra de arte, no caso, a literatura, a criança participa de uma ação pedagógica, mesmo que não seja essa a função da narração oral ou do texto literário. A sujeição à experiência artística educa, em sentido amplo. No mínimo educa para a escuta coletiva, para as regras de convivência social, para a percepção da igualdade ou da diferença, para os mecanismos da comunicação lingüística, para o reconhecimento e uso da emoção, para a diversidade estética, para a constatação dos usos do tempo e do espaço etc.

Mas nem sempre essa experiência ampla do “aprender” é facilmente decodificável, como muitas vezes querem professores e escolas. Portanto, a experiência literária implicada no ouvir uma história, vai muito além da simples retenção de informação e nem sempre é imediatamente traduzível para o ouvinte. Mas há quem insista nisso, obrigando as crianças a transformarem em palavras ou em novos produtos artísticos (como desenhos, resumos, poemas, comentários, etc.) a experiência que acabaram de viver.

As histórias narradas oralmente proporcionam às crianças uma visão epocal (ainda que de uma forma esboçada), seja do seu tempo, seja de outros tempos. O recorte oferecido pela história delineia sempre uma época, um conjunto de costumes, comportamentos, vivências, códigos de ações, uma ética, que acabam fazendo do texto esse complexo histórico.

E se as histórias forem ainda contos populares, há a possibilidade de revelarem uma sabedoria ancestral e a tradição dos povos, com temáticas de caráter universal e neste caso, apagando (borrando ou tornando elástica) a linha do tempo, pela potencialização de questões que são de ontem e hoje, de todo e qualquer tempo.

Contar oralmente uma história está relacionado ao reunir, ao criar intimidade, ao ato de entrega coletiva. É um ato agregador de pessoas; é o exercício do encontro - consigo, com os outros, com o universo imaginário, com a realidade, por extensão. Por isso, esse costume milenar é também socializante. E mais, na medida em que o universo narrativo de uma história revela modos de interação social entre os personagens, também nos revela um quadro de modelos, a serem seguidos ou a serem questionados.

Muitas vezes punidos ou premiados. Do esquematismo e maniqueísmo dos contos clássicos ou populares à interação dos contrários num mesmo sujeito, da literatura contemporânea, a história permite e convida também à comparação com os modelos sociais que conhecemos ou à descoberta de novos modelos. Sem dúvida, para quem está aprendendo a estar no mundo há pouco tempo, esse material é de importância inquestionável.

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