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MÚSICA COMO FIO ATIVO NA TRAMA ENSINO APRENDIZAGEM

Por:   •  12/1/2016  •  Trabalho acadêmico  •  3.458 Palavras (14 Páginas)  •  340 Visualizações

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MÚSICA COMO FIO ATIVO NA TRAMA ENSINO-APRENDIZAGEM

RESUMO

A música permite despertar sensações e emoções, e uma vez aliada à prática educativa será facilitadora no processo de ensino, pois ela torna o aprendizado prazeroso e diversificado, além de estimulante.

O presente artigo tem como foco a importância da música no contexto escolar prevendo um planejamento estruturado que permita seu uso desde o momento da chegada à sala de aula.

O projeto de aula elaborado a partir de uma música pode explorar além de características peculiares à Música, suas implicações em qualquer disciplina: pesquisando músicas que contenham palavras presentes no universo do educando, explorá-las cantando, observando seu fraseado modificando a forma de ir e vir, gesticulando de forma a estimular a memória, construindo instrumentos com materiais reciclados aumentando a consciência para o cuidado com o meio ambiente e, usando procedimentos variados trabalhar a alfabetização nos anos iniciais.

Para os anos posteriores, há que pesquisar músicas que abordem o assunto da disciplina tornando o ambiente mais propício ao desenvolvimento do aluno, ficando a parte específica, como construção e utilização de instrumentos, para o professor de Arte (ou Música quando esta participar do currículo).

Palavras chave: música – desenvolvimento humano - interdisciplinaridade

INTRODUÇÃO

A música, depois de quase trinta anos ausente nas escolas brasileiras, vai retomando seu lugar na contemporaneidade e, ao ser inserida na LDBEN 9394/96, tem sido tema constante em discussões de como participar no currículo escolar, sem ter negado o espaço da qual faz jus.

Enquanto não consegue um espaço efetivo, pode participar de forma interdisciplinar em todos os conteúdos, também como forma de abrir o espaço para o professor específico de música. A música por seu caráter multiforme adapta-se a qualquer conteúdo, podendo tornar o ambiente mais acolhedor, o que facilita a aprendizagem.

Como afirmado por Skinner (apud Rodrigues, 2003), aprendizagem ocorre sem ensino, felizmente, mas contingências melhoradas aceleram o processo e podem mesmo gerar comportamento que, de outro modo, nunca apareceria. Melhorar os contingentes é competência do professor, que deve buscar formas alternativas quando as tradicionais não dão cabo da missão a ele imposta, ou mesmo, usá-las como reforço dos conteúdos já apresentados.

A música, a fala e a escrita têm algumas características semelhantes, o que as torna próximas e explorando-as, pode-se chegar a um planejamento que abarca o conteúdo explícito nos currículos. A educadora musical Teca Alencar de Brito (2003) discorda de que o foco do aprendizado musical se desvie para outras áreas, pois a música, segundo ela, é importante por si só; em seu livro “Música na Educação Infantil”, porém, fala das possibilidades de desenvolver outras atividades, musicais ou não, pelo tema enfocado em determinadas canções.

O objetivo do artigo é mostrar que a música, mais do que uma associação de sons e palavras, é um rico instrumento que pode fazer a diferença nas instituições de ensino, pois ela desperta o indivíduo para um mundo prazeroso e satisfatório para a mente e para o corpo que facilita a aprendizagem e também a socialização do mesmo, fato corroborado por Rodrigues (2003), quando da observação dos participantes de um programa que verificava a obtenção do comportamento de ler e escrever mediante o uso de músicas: a influência desta no comportamento deles transparecia em uma maior interação, mostrando-se mais alegres e descontraídos, com maior disposição para as atividades propostas.

Para a realização deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica, com enfoque qualitativo, através de livros, revistas e redes informativas, cuja linha de raciocínio segue a de autores preocupados com a temática aqui apresentada.

DISCUSSÕES

O som é por excelência a matéria prima da música. Para existir som deve haver movimento, e como lembrado por Brito (2003), o silêncio entendido por nós como sendo a ausência do som, corresponde aos sons que já não podemos ouvir.

A música teve por muito tempo como definição ser a arte dos sons, ou ainda a maneira de organizar os sons de modo agradável ao ouvido. Com a globalização, passou-se a ter acesso à música de outros continentes e percebeu-se o uso de escalas diferentes das usadas por aqui,

Uma definição que melhor se adequa aos nossos tempos é a de Abraham Moles, (apud Schlichta e Tavares, 2006): “uma reunião de sons que deve ser percebida como não sendo o resultado do acaso”.Começaram a participar do universo sonoro sons corporais, batidas no corpo do instrumento, ruídos sem uma afinação definida, enfim uma gama de sons antes não considerados musicais.

A forma de ver a música vai se alterando com o passar do tempo e, antes vista sempre associada ao uso de um instrumento convencional, excluindo a população que não tinha acesso a ele, vai sendo trazida para o coletivo.

Rousseau é o primeiro pensador da educação a apresentar um esquema educacional especialmente voltado para a educação musical. Para ele as canções devem ser simples tendo a flexibilidade, a sonoridade e igualdade às vozes asseguradas entre seus objetivos. (FONTERRADA, 2003 p.51).

A partir daí surgem outros pensadores que também aprovam a utilização da música na escola. Esses pensadores tratavam a música como elemento básico para um bom desenvolvimento da criança, tendo um olhar de que a música deve ser prazerosa no cotidiano e não como ciência, mas complemento da expressão de sentimentos.

No sec. XX surgem novos métodos pedagógicos visando o desenvolvimento infantil, trazendo a prioridade do “aprender através da ação”, ou seja, através da vivência, da prática educativa. Comprometidos com o ensino da música, alguns músicos apresentaram métodos e propostas que, por infiltrarem-se no Brasil nos são mais significativas: estes são os chamados métodos ativos.

Émile Jacques Dalcroze (1865-1950), professor de música em Genebra, propôs um trabalho sistemático de educação musical baseado no movimento corporal e na habilidade da escuta. Segundo Fonterrada (2003 p.115) Dalcroze diz que, para que o processo de aprendizado aconteça o organismo todo precisa ser envolvido, e através do corpo e da voz, podemos experimentar, descobrir, explorar, aprender e depois analisar, ou seja construir o

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