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O Céu e o Inferno

Por:   •  31/5/2022  •  Tese  •  1.105 Palavras (5 Páginas)  •  82 Visualizações

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Guião

Matilde (entrevistadora):

Bom dia, bem-vindos! Então para o programa de hoje convidamos a Lara e a Leonor, duas profissionais com doutoramento na área dos recursos hidrogeológicos, o qual será o tema de hoje.

De facto, a água subterrânea constitui cerca de 0,6% do total de água que existe na Terra e integra a etapa mais lenta do ciclo hidrológico e aquela que não é diretamente observável.

Então, Doutora Lara, poder-nos-ia dar a conhecer mais um pouco sobre este tema?

Lara (hidrogeologa):

Bom dia, Matilde! Antes de mais, agradeço o convite para estar aqui hoje.

Então para começar a abordagem a este tema é necessário dar uma noção do que são aquíferos.

Os aquíferos são formações geológicas subterrâneas capazes de armazenar água e de permitir a sua circulação e extração de forma economicamente rentável. Cerca de 15% da água que precipita na superfície da Terra infiltra-se no solo, por ação da gravidade, e preenche os aquíferos.

Matilde (entrevistadora):

Para a vossa participação de hoje eu achei por bem investigar um pouco sobre este tópico. Com efeito, encontrei informação que me levou a conhecer que os aquíferos são constituídos por rochas com características favoráveis à retenção e circulação da água, como uma elevada porosidade e permeabilidade. Estou correta?

Leonor: (hidrogeologa):

Exatamente! Para alem disso, é importante perceber a diferença entre esses dois termos de porosidade e permeabilidade.

A porosidade corresponde à percentagem do volume total da rocha que é ocupado por espaços vazios como poros, fraturas ou cavidades, e constitui uma medida da capacidade da rocha armazenar água. Por outro lado, a permeabilidade é a capacidade da rocha permitirem a circulação da água através dos poros, fraturas ou cavidades. A permeabilidade está relacionada com as dimensões dos poros e com a forma como se estabelece, ou não se estabelece, a comunicação entre eles.

Um bom aquífero é simultaneamente poroso e permeável, o que lhe permite armazenar e libertar a água.

Lara (hidrogeologa):

Sim e para além disso, algumas rochas sedimentares, como conglomerados e arenitos, têm poros entre os grãos de minerais e podem armazenar grandes quantidades de água. As rochas cristalinas, como os granitos e os quartzitos, não têm poros entre os grãos de minerais, mas podem armazenar a água em fraturas. Os calcários também não têm poros, mas sofrem dissolução e podem armazenar a água em cavidades. Assim, quanto ao armazenamento e à circulação da água é possível distinguir aquíferos porosos, fraturados e cársicos.

Matilde (entrevistadora):

Realmente este tema é bastante interessante e saber mais sobre ele pela boca de profissionais é ainda melhor!

Desculpem se me enganar, mas gostaria de pôr em prova agora o meu saber.

Então eu verifiquei que existiam diversas zonas dentro dos aquíferos sendo elas a zona de recarga que corresponde à zona através da qual ocorre a infiltração da água em que a maioria dos aquíferos é carregada pela precipitação; a zona de descarga, zona através da qual a água do aquífero sai para a superfície do terreno. Pode ser uma nascente, um curso de água ou um furo; Nível hidrostático ou freático que se trata da profundidade a partir da qual aparece a água. Corresponde ao nível atingido pela água nos poços sendo que este nível é variável de região para região, e, na mesma região, varia ao longo do ano; zona de aeração que se localiza entre a superfície do terreno e o nível hidrostático e nesta zona, os poros entre as partículas do solo ou das rochas são ocupados por água e por ar e finalmente a zona de saturação que tem como limite superior o nível hidrostático. Nesta zona, todos os poros da rocha estão completamente preenchidos com água.

Leonor: (hidrogeologa):

O que acabou de referir está certíssimo, mas é importante saber também que conforme as características geológicas de uma determinada região, podem formar-se dois tipos de aquíferos, no que respeita ao confinamento da água: os aquíferos livres e os aquíferos cativos ou confinados.

Um aquífero livre é limitado no topo por uma camada permeável e na base por uma camada impermeável sendo a pressão da água é igual à pressão atmosférica A recarga é rápida e faz-se ao longo de toda a extensão do terreno, pela precipitação e para além disso, sofre variações acentuadas com as estações do ano. Pelo contrário, um aquífero confinado é limitado no topo e na base por camadas impermeáveis sendo que a pressão da água é superior à pressão atmosférica. A recarga é lenta e é feita lateralmente, numa zona limitada exposta à superfície e varia pouco com as estações do ano.

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