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O Encanto do Bem-te-vi

Por:   •  23/2/2023  •  Ensaio  •  3.149 Palavras (13 Páginas)  •  61 Visualizações

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CLAREIRA NA FLORESTA

CENA 1 - O ENCANTO DO BEM-TE-VI

Musica: Canto do bem-te-vi original https://www.youtube.com/watch?v=BBkIwXCEoMY

Entram as arvores, ficam paradas movimentando somente os olhos enquanto passa o bem-te-vi.

Bem-te-vi: Bem-te-vi, Bem-te-vi!! vocês não sabem o que eu ouvi!

Sabe o Saci? Humm... Fez muita, mas muuuuuita bagunça por aí.

E a Aurora, procura alguém para casar ..Ops!!! Não posso falar! Acho melhor eu já ir... Bem-te-vi! Bem-te-viiiiiiii!!!!!

Bem-te-vi sai voando

 

CENA 2 – APRESENTAÇÃO DO SACI

Música: A MATA BADULAQUE

https://www.youtube.com/watch?v=MxWFILzlEJU

Saci entra com cachimbo na boca pulando em um pé só. Para. Faz uma travessura, dá risada, continua.... pula em um pé só!

Saci: Perepepê. Poropopó. Sou o Saci Pererê. De uma perna só.

Árvores: (espantadas). Você não tem duas pernas?

 

Saci: Lógico!

Arvores: Então por que grita que tem uma perna só?

Saci: Porque dizem que só tenho uma, por aí. Eu não quero ser mal-educado. (rindo) Olhem como me visto: meto os dois pés juntos numa perna da calça e saio pulando. É meu truque enganando os bobos.

Arvores: É muito feio zombar dos outros. E se você soubesse o que o bem-te-vi nos contou.

Saci:  Que foi? Que foi?

Arvores: Que viu a Iara, imagine. E que a Iara vinha para cá.

     

Saci: Duvido, aquela Iara bonita, rainha das águas cantantes? Não pode ser. Ela só sai d’água uma vez por ano. Senta numa pedra coberta de musgo e fica se penteando com seu pente mágico. É o pente mágico que faz ela bonita, sabe? Se não fosse o pente ficaria feia, feia. (Interpretando cada fala)

Arvores: Naturalmente. Onde se viu uma moça bonita de cabelo emaranhado? Psiu. Aí vem ela / Ai me sinto até encantada/ Veja como me arrepio! (uma arvore por vez).

CENA 3 – ENTRADA DA IARA E PEDIDO DO SACI

Passa pela cena Bem-te-vi antecedendo Iara. Enquanto Saci olha estupefato, movimentando somente os olhos. As arvores se aproximam de Iara formando um arco e se prostram levemente enquanto falam.

Bem-te-vi: bem-te-vi, bem-te-vi, olha Iara vindo aí.

Iara: Reino no reino das águas mansas. Meu reino é de água cantante e clara. Verde poesia trago nas tranças. Verde cantiga no canto da Iara. (Sendo carregada)

Árvores: Hoje é dia. Hoje é dia. Hoje é dia de festa. Viva o riso de alegria. Rainha da floresta.

Iara: Obrigada, árvores minhas súditas. Podeis voltar a vossos lugares.

Arvores saem.

Bem-te-vi: Bem-te-vi! Hoje é dia de festa! Haverá um noivado na floresta! Se apresentem pretendentes, cada qual com um presente. O que souber dar, a mão de Iara terá. Bem-te-vi!!

Saci: Pois então serei o primeiro. Nem preciso de presente, você vai ver... Majestadeeee

(falando com Iara).

Iara: Eu já conheço sua cantiga, Saci Pererê. É só isto que você sabe cantar?

Saci: Não. Sei esta também: Poropopó, Perepepê. Não tenho dó sou Pererê.  Que tal? Gostais? Quer se casar comigo?

        

Iara: Você é prosa demais para ser meu noivo. Sinto muito, Saci. Mas não posso me casar com você.

Saci: Ah, é assim? Não quereis casar comigo? Vossa majestade vai se arrepender. Hei de fazer uma travessura e de lhe pregar uma boa peça. Guardem só! Vou embora, mas sem dó.

Saci sai.

 

CENA 4 – PEDIDO DE CURUPIRA E BOITATÁ

Bem-te-vi: Que entre os próximos pretendentes! Um é Curupira verde, de cabelo encarnado que toma conta das árvores. O outro, deixa ver... Ah. O outro é o Boitatá cor de fogo, que dá susto nos bobos e medrosos. Bem-te-viiiiiii...

Saci volta.

Saci: Ah, é? Vou ficar espiando. Já que a Iara não quis se casar comigo tomara que dê o fora neles.

Curupira: Nós vamos casar!

Boitatá: Por bem ou mal.

Curupira: O príncipe dos Ramos.

Boitatá: o Rei do Pantanal.

Curupira e Boitatá: Majestade.

Iara: Sim? ...

Curupira: Quereis casar comigo?

Boitatá: Quereis casar comigo?

Iara: Que me trazeis de presente?

Curupira: Um favo de mel, roubado da abelha.

Boitatá: A cobra coral, pretinha e vermelha.

Iara: Sinto muito, meus senhores, mas não posso me casar com nenhum dos dois. Estou farta de mel, seu Curupira. Há mel demais na minha voz. E o senhor, seu Boitatá, teve muito mal gosto. Que ideia dar cobras de presentes.

Saci rindo. Começa o embate entre Curupira e Boitatá.

Curupira: Você me paga. Foi você quem me deu a ideia de roubar o favo de mel.

Boitatá: E foi você quem me deu a ideia de dar de presente a cobra coral.

Saci rindo entra no meio da briga.        

Saci: Poropopó. Perepepê. Me escutem só.

Curupira:  Que pererê

Boitatá: Que Pororó.  

Curupira: Não se atreva, Pererê.

Boitatá: Tome só.

Curupira: Nós vamos lutar

Boitatá: por bem ou mal.

Curupira: O príncipe dos Ramos.

Boitatá: O Rei do Pantanal.

(Enquanto falam começam a lutar com gingadas. O Saci no meio olhando de um lado para outro cada vez que um fala. Ameaçam dar um tabefe de mão fechada na cabeça um do outro, erram e acertam a cabeça do Saci.)

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