O Produtor e a Realização Audiovisual
Por: 49donuts • 5/12/2018 • Dissertação • 580 Palavras (3 Páginas) • 143 Visualizações
Universidade Federal de Pelotas
Cinema e Audiovisual
Imagem Digital I
Luiz Fernando dos Reis Rodolfo
Questão sobre o texto “A modernidade e o problema do observador de Jonathan Crary”
A partir da leitura de trechos do livro Técnicas do Observador, de Jonathan Crary somos abordados com uma série de questionamentos e reflexões ligadas ao mundo do audiovisual. Analisando fenômenos históricos, principalmente relativos à primeira metade século XIX, o livro busca entender melhor a evolução da percepção humana, e como isso influencia no comportamento dos indivíduos em sociedade. Para elaborar de forma clara suas ideias, o escritor propõe uma diferenciação entre os termos “observador” e “espectador” não muito recorrente, mas que suscita uma pergunta extremamente relevante aos tempos atuais: poderíamos pensar o audiovisual para além de uma passividade de quem vê? Para nos aproximarmos de alguma conclusão, precisamos primeiro entender, nem que de forma ampla, essa distinção.
Nos dias de hoje, vivemos um momento claramente marcante na história da humanidade no que diz respeito ao avanço das tecnologias, principalmente ligadas às capacidades comunicativas da espécie humana. Isso, direta e indiretamente, está influenciando de forma expressiva, já a alguns anos, na nossa forma de ver o mundo e nos relacionarmos com ele. Não podia ser diferente, afinal, como o próprio autor diz, ”Se é possível dizer que essas imagens se referem a algo, é, sobretudo, a milhões de bits de dados matemáticos eletrônicos.” (CRARY, 1990, p. 12), ou seja, estamos passando a lidar menos com imagens criadas a partir de algo real, como acontece nas midias analogicas, e convivendo com um mundo mais e mais digital, sendo cada dia ainda mais influenciados por ele. Considerando essas particularidades dos tempos atuais é possível rever a origem de uma certa visão moderna comum e repensar o significado da figura do observador, pois este agora pode ter diferentes experiências audiovisuais.
Com isso em mente, Jonathan Crary estipula uma nova significação para a palavra “observador”, distanciando um pouco da ideia comum que se tem. Após observar a etimologia deste termo e comparar com a de “espectador” ele faz uma diferenciação clara, onde, ao usar o segundo, se estaria inferindo uma passividade na figura do indivíduo que assiste a algo. Já o uso do primeiro seria muito mais ligado a um indivíduo crítico, inserido em um contexto social e histórico, que acaba influenciando e sendo influenciado pela visão característica de sua época. A partir disso o autor começa a esclarecer seu pensamento, que defende a importância de certas invenções da primeira metade do século XIX como as grandes influências no olhar desde o renascimento.
Considerando esses pensamentos do autor, pode se questionar a passividade de quem vê o audiovisual e também pensar nisso nos vinte e oito anos que se passaram desde a publicação do livro. Acredito que por cada vez temos formas diferentes de ver imagem e som sendo usadas, não podemos pensar o espectador como algo estático, mas como um indivíduo único que poderá ter diferentes percepções de uma mesma
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