O Simbolismo

Simbolismo

Simbolismo)

No século XIX, o Simbolismo surge como um movimento artístico e intelectual que se põe em contraposição ao Romantismo, carregando características pessimistas, e indagadoras da realidade, trazendo para suas obras um olhar vago, impreciso e abstrato. A linguagem por meio de símbolos e a tentativa de tradução da realidade através de essências desassemelha a razão da arte estimulando os sentidos humanos como sua principal proposta conforme Álvaro Cardoso afirma quando coloca “o simbolista parte em busca do que se oculta, daquilo que constitui a essência das coisas”.

A Europa presenciava um período de grandes tensões e crises sociais, protagonizado pela competição econômica e militar entre as grandes potências ocidentais e o avanço do movimento operário que deram origem as duas guerras mundiais que marcaram o século XX.

A influência desses conflitos trazem um espelhamento nas artes quanto a atmosfera pessimista, os artistas passaram a procurar meios que não a razão e sentimentos para compreender o mundo, ”o poeta descarta a ideia de que os objetos do real tenham sentido em si” a realidade passa a ser retratada como ilusória para que a razão não os limite a realidade e os traga a possibilidade de representação através das essências. A intuição e os sentidos humanos (visão, tato, audição, olfato e paladar) são recursos utilizados para a percepção de que existe uma dimensão que diverge da realidade e que precisa ser explorada.

Esses fatores atrelados ao individualismo e a descoberta do “eu” imprimiu pouco interesse pela sociedade trazendo alienação social.

Quanto a pinturas, o Impressionismo também se afasta destas preocupações sociais e traz uma concepção mais pessoal, os quadros são pintados com traços menos nítidos que os das obras realistas e retratam momentos fugazes captados por um jogo de luz e sombra. Se assemelha ao movimento literário do simbolismo quanto a subjetividade e o uso de uma linguagem sugestiva e metaforica.

O simbolismo e o parnasianismo tem a mesma origem, no entanto o impulso do movimento simbolista se deu a obra “O parnaso contemporâneo” composta por autores como Baudelaire, Verlaine e Mallarmé que marcou o início dessa nova literatura. Algumas semelhanças entre os movimentos se dão a postura antirromântica e meios de atingir objetivos estéticos. Porem se divergem quando o simbolismo afirma a prioridade do mistério sobre a ciência, da literatura sobre a realidade e da arte sobre a vida.

A linguagem cuidadosa é característica dos poemas simbolistas, os poetas focam na linguagem sensorial onde sons, cores e perfumes criam uma sensação ilusória da realidade. Por esse motivo, a presença de figuras de linguagem que se inclinam a esses fatores são facilmente encontradas nessa estética, a aliteração e assonância trazem noções sensoriais quanto a sonoridade do poema, já a sinestesia é um recurso utilizado para associar elementos percebidos por diferentes sentidos humanos “o poeta deseja representar o instante da percepção de um objeto, de um movimento, se, a incomoda intervenção da inteligencia, que tende a separar as sensações em blocos distintos.”, diz o mestre ao referir-se ao trabalho com imagens sinestésicas. Um exemplo de aplicação