O Submundo do Paraíso
Por: Paulo Roberto Leite Junior • 28/1/2019 • Trabalho acadêmico • 628 Palavras (3 Páginas) • 136 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
CURSO DE SEGURANÇA PÚBLICA E SOCIAL
ARTES E REPRESENTAÇÕES DA VIOLÊNCIA E DA CRIMINALIDADE
NITERÓI
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
ARTES E REPRESENTAÇÕES DA VIOLÊNCIA E DA CRIMINALIDADE
PROFESSORAS: LUCIANE PATRÍCIO E JACQUELINE MUNIZ
GRUPO: PAULO ROBERTO LEITE JUNIOR;
AMANDA CARLA SIDACO MAGALHÃES;
NATÁLIA GOMES DA COSTA;
DANIEL AGUIAR CRUZ;
MARIANA CAMPOS;
GABRIELLY
NITERÓI
2018
O SUBMUNDO DO PARAÍSO
[pic 1]
Foto de Mariana Cavalcante; em Praça Tiradentes; 2018.
Espanto, esse é meu nome. Eu estou congelada em um lugar que chamam de Paraíso e fui desenhada para despertar o incômodo naqueles que me veem.
Não carrego em mim um único recado, mas de mim emanam muitos comunicados. Minha natureza é SER MENSAGENS.
[pic 2]
Amanda Magalhães; Centro Psiquiátrico Henrique Roxo; 2018.
Submundo do Paraíso é a cidade onde eu e meus amigos vivemos. Ela está em toda parte, mas nem toda parte está nela. Qualquer pessoa pode conhecê-la, mas não é qualquer pessoa que pode reconhecê-la. Sua forma é flutuante e seus habitantes são livres, mas há muros e portões trancados do lado de fora.
[pic 3]
Foto de Paulo Junior; Niterói, Valonguinho, UFF; 2018.
Pureza, o sonho da sociedade atual (BAUMAN, 1997) e oposto de contaminação, é a colocação das coisas que deveriam estar em outros lugares. Tem haver com uma lógica de ordem em que se “criam e anulam estranhos”.
No Paraíso há coisas e pessoas que não têm o seu lugar. Esse não pertencimento é a chave para entrarem e permanecerem no submundo do Paraíso.
[pic 4]
Foto de Gabrielly; 2018;
Aqui onde estou fixada, assisto carros velozes e pessoas sozinhas correndo a todo instante. Seus olhares estão sempre voltados para as telas dos celulares ou aos ponteiros dos relógios. Para elas o tempo parece estar sempre acabando, pois há vários lugares para irem e muita coisa para fazerem.
Essa é uma sociedade que vive com pressa.
[pic 5]
Foto de Natália Gomes; Comunidade da Mangueira; 2018;
Na contramão, as pessoas do meu povo caminham devagar, pois não têm para onde correrem. Seus olhares enxergam coisas, lugares e gentes invisíveis. Para elas o tempo parece não ter fim e é como se não houvesse mais nada que possam fazer. Não há muitas opções, a não ser sobreviverem.
Essa é a sociedade que têm pressa.
[pic 6]
Amanda Magalhães; Centro Psiquiátrico Henrique Roxo; 2018.
Tem no Paraíso instituições reparatórias criadas tão somente para a prisão de indesejáveis. Nesses destinos há um falso sentido de pertencimento àqueles que não pertencem a fim de se promover um suposto bem estar social. Assim, na busca de se combater a violência e de se conter a loucura, mais violenta e louca é esta sociedade.
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