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Obra prima

Por:   •  31/10/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.251 Palavras (6 Páginas)  •  411 Visualizações

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História da Engenharia Civil no Brasil

O início: Período Colonial

A Engenharia Civil, no Brasil, iniciou devagar e de modo não regulamentado durante o período colonial (Séc. 16). Nascida em berço militar, surgiu a partir da necessidade de construir fortificações que defendessem a colônia, ainda muito vulnerável a ataques de outros povos. A pedido da Coroa Portuguesa, engenheiros estrangeiros começaram a ensinar técnicas de fortificações, matemática, ciências e artilharia a oficiais brasileiros.

Como era antes do Período Colonial?

Os construtores antigos contavam principalmente com uma série de regras práticas e empíricas, sem base teórica, embora tivessem, em muitos casos, exata noção de estabilidade, equilíbrio de forças, centro de gravidade... Logo, o construtor na impossibilidade de calcular, tinha que se garantir exagerando nas espessuras e nas seções.

O que era construído?

No período colonial, destacavam-se três grupos principais de construção:

  1. Obras relacionados com a indústria do açúcar e instalações portuárias.
  2. Fortalezas militares, quartéis, edifícios públicos e cadeias. Curiosidade: Foram cerca de 300 fortes, fortins e fortalezas, admiravelmente bem localizados e solidamente construídos de acordo com a mais moderna técnica de sua época.
  3. Obras civis, como: casas de moradia, prédios de comércios e armazéns.

Quem projetava?

As obras, à época, eram realizadas por duas categorias de profissionais da área de engenharia: os Mestres Pedreiros e os Oficiais Engenheiros.

  1. Oficiais Engenheiros: Eram oficiais do exército português cuja função era executar obras de engenharia. Não possuíam curso específico na área, mas tinham conhecimento que contemplava as necessidades daquele período. Durante o período colonial, foram formados, também, muitos engenheiros brasileiros.

Quanto a algumas das funções dos oficiais engenheiros:

-Obras de defesa, no litoral, contra os ataques de outras nações e de piratas ao longo das fronteiras.

-Demarcação de fronteiras, levantamentos geográficos e topográficos.

-Ensino, para a formação de engenheiros no Brasil.

  1. Mestres de Risco: Eram legalmente licenciados para projetar e construir. Eram responsáveis pela maior parte das construções. O conhecimento era obtido através de outro mestre, como aprendizes, e, para poderem exercer a atividade, tinham que comprovar a capacidade profissional através de um exame.

Quem construía?

Para todas as construções coloniais, a mão de obra escrava foi largamente usada, assim como a mão de obra de índios, cativos ou não. Para as obras públicas era comum o emprego não só de escravos como também de presos, escravos capturados e malfeitores de toda a espécie, que eram severamente vigiados e castigados quando necessário.

Um dos motivos pelos quais o desenvolvimento tecnológico no Brasil-Colônia foi drasticamente atrasado e entravado se deve ao fato da economia ser baseada na escravidão, o que tonava o trabalho uma atividade desprezível, desestimulando qualquer inovação técnica, devido à mão de obra abundante e aparentemente gratuita.

Com o que se construía? Quais técnicas eram empregadas?

  • Para todas as construções, os alicerces são sempre em fundação direta de alvenaria de pedra, em geral rejuntada com barro, ou excepcionalmente de pedra seca ou com argamassa de cal; a espessura tem, em geral, 20 cm a mais do que a parede, e a profundidade cerca de um metro. Nas cadeias colocavam-se pedras grandes nos alicerces para dificultar as fugas.
  • Em toda a orla marítima, a alvenaria de pedra foi muito usada para os elementos estruturais das construções: paredes mestras, pilares, arcadas ...
  • O uso de argamassa com azeite de baleia, que resultava em extraordinária dureza, foi bastante usada em fortificações, muralhas, cais, pontes e outras obras que deveriam ter bastante resistência.
  • Nas regiões onde a pedra era difícil de obter, a maioria das construções coloniais eram de alvenaria de tijolões de barro cru, ou de taipa.
  • O revestimento das paredes, de qualquer tipo de construção, era constituído de emboço de barro e reboco de cal e areia.
  • Nas construções coloniais são muito comuns as estruturas mistas, apresentando vários sistemas de construção, como prédios em que o primeiro pavimento é de alvenaria de pedra e os pavimentos superiores são de taipa.
  • Os pisos eram geralmente de tábuas largas, pregadas em robustos barrotes, com espaçamento médio de 30 a 50 cm, constituídos frequentemente de troncos de arvores, apenas falquejados em uma face. Esses pisos de madeira não podem ficar sobre o solo, devendo haver um porão, pilares arcadas, ou outro pavimento inferior.
  • A cantaria de pedra aparelhada foi muito empregada como elemento estrutural e ornamental em cunhais, cornijas, portadas de portas e janelas, e também em arcos e arcadas para vãos de aberturas, porões, pórticos etc

[pic 1] 

Forte São José (pórtico e portão da fortaleza)

Obras:

  • A estrada colonial mais notável foi a denominada Calçada do Lorena, ligando São Bernardo do Campo a Cubatão, em São Paulo, pavimentada com lajes de pedra, construída em 1790.

[pic 2]

  • Igreja de São Miguel das Missões

Foi a maior igreja existente no Brasil na época colonial, construída entre 1735 e 1750, e que hoje só existem ruínas.

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