Olhares E Leituras Contextualizadas Em Espaços Culturais: Museu Histórico E Pedagógico Zequinha De Abreu
Dissertações: Olhares E Leituras Contextualizadas Em Espaços Culturais: Museu Histórico E Pedagógico Zequinha De Abreu. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Vpcolloca • 24/2/2014 • 1.716 Palavras (7 Páginas) • 2.010 Visualizações
INTRODUÇÃO
A escola é primeiro local formal onde tem início o desenvolvimento da cidadania de cada pessoa. Devido a isso, conclui-se que a escola seria o lugar ideal para o inicio do contato do aluno com as diferentes artes, mas geralmente não é isso que ocorre. Em certas ocasiões, o ensino de arte acaba ficando em segundo plano, sendo encarado como lazer ou recreação.
São muitas as discussões sobre a necessidade da inclusão da arte na escola de uma for-ma onde esse ensino ocorra de forma mais concreta.
A Educação Artística tornou-se uma disciplina em 1971, e, apesar de ser uma lei, muitas vezes não é o ocorre dentro da sala de aula. A visão de que o ensino das artes é desnecessário para os alunos ainda prevalece em muitas escolas. Para que esse padrão seja revertido, é necessário e essencial que ocorra um investimento na formação de professores bem qualificados e capazes de despertar o interesse dos alunos por esse campo que pode vir a ter uma grande influência na vida de crianças a jovens. O ensino de artes deve ser levado a sério dentro de uma sala de aula e tratado como igual dentro do currículo escolar, de modo que se possa reconhecer “Não só a necessidade da arte, mas a sua capacidade transformadora, os educadores estarão contribuindo para que o acesso a ela seja um direito do homem. Aceitar que o fazer artístico e a fruição estética contribuem para o desenvolvimento de crianças e de jovens é ter a certeza da capacidade que eles tem de ampliar o seu potencial cognitivo e assim conceber e olhar o mundo de modos diferentes. Esta postura deve estar internalizada nos educadores, a fim de que a prática pedagógica tenha coerência, possibilitando ao educando conhecer o seu repertório cul-tural e entrar em contato com outras referências, sem que haja a imposição de uma forma de conhecimento sobre outra, sem dicotomia entre reflexão e prática, ”(LEÃO, 2000).
A arte possibilita o transitar por um caminho onde tudo é possível. O trabalho com a arte nos dá a oportunidade de transformar, recriar e ir além do que se vê, adquirindo se assim novos saberes, entrando no meio criativo da condição, quando isso acontece o sujeito percebe a sensibilidade da humanidade quando tem a arte como algo significativo em sua educação.
A Arte é uma forma de expressão do íntimo de cada um, mostrando a individualidade de cada cultura. Cada obra de arte nos possibilita uma nova visão de mundo e traduz novas experiências de vida, além de ser um veículo de informação, estando presente em prédios, obras de arte e arquiteturas, tendo seu tipo característico de cada cultura. Conhecer e entender a arte produzida pelo grupo cultural a que pertencemos é essencial na construção da nossa identidade, e o contato com a arte de outras culturas nos dá a chance de conhecermos o que temos de único, além de ampliar nossa visão do mundo.
O intuito da elaboração desse projeto é a interação da criança com arte, colocando-as em contato com as diferentes formas em que a mesma é encontrada.
Com objetivo de estimular a criança a visitar e conhecer diferentes espaços culturais, para que ocorra a compreensão das obras e da cultura de cada povo, mostrando a diversidade de cada região.
A arte na educação ganha um novo significado quando proporcionamos aos alunos a oportunidade de perceberem as suas próprias manifestações artísticas, bem como a do mundo e a sociedade a qual elas pertencem. A arte traz a oportunidade dos alunos abordarem seus an-seios e desejos. E é preciso que se criem meios para que essa aprendizagem seja possível.
QUEM FOI ZEQUINHA DE ABREU?
José Gomes de Abreu, o Zequinha, já mostrava vocação musical com apenas seis anos, tirando melodias da flauta. Durante o curso primário organizou uma banda na escola, da qual era o regente. Com 10 anos, tocava requinta, flauta e clarineta na banda e ensaiava suas primeiras composições.
Zequinha de Abreu estudou em Santa Rita e no Colégio São Luís de Itu. Em 1894 foi para o Seminário Episcopal de São Paulo, onde apreendeu harmonia. Aos 17 anos voltou para sua cidade e fundou sua orquestra para se apresentar em saraus, bailes, aniversários, casamentos, serestas e em cinemas, acompanhando os filmes mudos. Nessa época, fez suas primeiras composições, como "Flor da Estrada" e "Bafo de Onça".
Aos 18 anos já estava casado com Durvalina Pires Brasil, de 14. O casal viveu alguns meses no Distrito de Santa Cruz da Estrela, atual Jacerandi, próximo a Santa Rita. Cuidavam de uma far-mácia e de uma classe de ensino primário. De volta à sua cidade, Zequinha coordenou o trabalho da orquestra com os cargos de secretário da Câmara Municipal e de escrevente da Coletoria Estadual. A exemplo de seu pai, também teve oito filhos, todos batizados com nomes começados com a letra D.
No final da década de 1910 compôs de improviso a valsa "Branca", em homenagem a Branca Barreto, filha do chefe da estação ferroviária de sua cidade. Tornou-se um clássico do repertório bra-sileiro de então.
Em 1917, durante um baile, apresentou um choro e ficou surpreso com a reação entusiasmada dos pares de dança. Batizou a música de "Tico-Tico no Farelo", mas, como já existia um choro com o mesmo nome na época (composto por Américo Jacomino), resolveu pôr "Tico-Tico no Fubá". Apesar da boa acolhida, o choro só seria gravado quatorze anos depois, pela Orquestra Colbaz, dirigida pelo maestro Gaó. Interpretada por dezenas de artistas, tornou-se um dos maiores sucessos da música brasileira no século 20, inclusive no exterior.
Zequinha mudou-se para a capital paulista em setembro de 1920, logo após o falecimento do pai. Em São Paulo, seu ritmo de trabalho aumentou. Ele se apresentava no Bar Viaduto, na Confeitaria Seleta, em clubes, cabarés, "dancings" e festas. Seu piano, conjuntos e músicas eram muito requisitados. Incansável, ainda dava aulas de piano e aproveitava para vender as partituras de suas músicas nas casas que freqüentava.
Trabalhava também na Casa Beethoven, atraindo fregueses e curiosos que passavam na Rua Direita. Mostrava no piano os últimos lançamentos musicais. Foi lá que conheceu Vicente Vitale, com quem iniciaria uma grande amizade e uma ligação importante. Os irmãos Vitale iniciavam uma editora musical que iria lançar vários de seus sucessos. Além disso, ofereceram a Zequinha um contrato de exclusividade, com a obrigação de entregar uma música nova a cada mês, em troca
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