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PERSPECTIVAS DE RESSIGNIFICAR A VIDA ATRAVÉS DE MÉTODOS DO TEATRO REALISTA

Por:   •  13/12/2021  •  Trabalho acadêmico  •  3.344 Palavras (14 Páginas)  •  169 Visualizações

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PERSPECTIVAS DE RESSIGNIFICAR A VIDA ATRAVÉS DE MÉTODOS DO TEATRO REALISTA DE CONSTANTIN STANISLAVSKI E IVANA CHUBBUCK

Jônatas João Corrêa

RESUMO

Este artigo aborda as perspectivas de ressignificar a vida através de metodologias do teatro. Para tanto, enfatiza o Sistema de Stanislavski como uma base de sustentação da arte da atuação e da encenação teatral tratando-o como um espaço de princípios, capazes de gerar possibilidades ao ator na conquista de sua vivência na cena pela criação de ações físicas reais. Na tentativa de problematizar as compreensões que relacionam o Teatro realista de Stanislavski, enfatiza seu processo criativo, pedagógico e investigativo. Em relação a Ivana Chubbuck, se fez relações com a memória afetiva-humana como fator transformador neste caminho onde a eficácia desse método está em trabalhar diretamente o comportamento humano. Trata-se de utilizar a memória emotiva do ator: dores, traumas, sensações engendradas na memória do ator, para potencializar o resultado cênico.

Palavras-chave: Perspectivas de ressignificar. Metodologias. Teatro realista.

ABSTRACT

This article addresses the perspectives of re-signifying life through theater methodologies. To this end, it emphasizes the Stanislavski System as a basis for supporting the art of acting and theatrical staging, treating it as a space of principles, capable of generating possibilities for the actor in conquering his experience on the scene through the creation of real physical actions. In an attempt to problematize the understandings that relate to Stanislavski's realistic Theater, he emphasizes its creative, pedagogical and investigative process. In relation to Ivana Chubbuck, relationships were made with the affective-human memory as a transforming factor in this path where the effectiveness of this method lies in working directly with human behavior. It is about using the actor's emotional memory: pains, traumas, sensations engendered in the actor's memory, to enhance the scenic result.

Keywords: Perspectives of reframing. Methodologies. Realistc theater.

        

1 INTRODUÇÃO

Atuar é uma arte complexa e difícil de definir. Grandiosa é a arte teatral sendo capaz de nos ajudar a ressignificar nossos traumas, sentimentos e assim, nos tornar seres humanos melhores. Encontramos então Stanislavski e Chubbuck, que defendem a ideia de que qualquer ator sabe que a descoberta e a compreensão dos seus sofrimentos íntimos constituem uma parte inerente à arte de atuação. Utilizar as emoções como um resultado final, é a defesa das teses desenvolvidas por Ivana Chubbuck e Costantin Stanislavski.

Zavalloni (2000), entende que praticamente em todos os dramas e comédias há um personagem que deseja ou necessita de algo (seu objetivo: amor, poder, aceitação, honra) e a história conta como esse personagem tenta conquistá-lo.  Para tanto, utiliza-se emoções “reais para desenvolvimento do trabalho cênico” (pag. 19). Surge então o realismo, com o intuito de pôr fim ao movimento romântico, os personagens do teatro realista são pessoas comuns, e, portanto, não idealizadas.

O teatro realista se desenvolveu durante o século XIX e demostra preocupação com a verdade e a realidade; e além disso, com o tempo presente em detrimento do passado. Os temas mais recorrentes são ligados ao cotidiano, às fraquezas humanas, e também, aos problemas de ordem social. No Brasil essa corrente vem desvelar problemas de cunho social, político e econômico, potencializados com a Proclamação da República, o fim da escravidão, a imigração europeia e ainda, com as diversas revoltas sociais que se espalharam pelo Brasil.

Acredita-se que algumas técnicas teatrais[1] podem auxiliar na jornada de crescimento como ser humano. A maturidade emocional é um aspecto essencial para o processo de desenvolvimento. Na verdade, extravasar raiva ou frustração ajuda a aliviar a pressão e o estresse, o que melhora sua qualidade de vida.

Administrar as próprias emoções é tão importante para conseguir bons resultados em uma empresa quanto ter conhecimento do assunto. Confiar em si e em suas próprias ações é algo essencial, mas é preciso lembrar que a jornada do autoconhecimento não é fácil. Sendo assim, é preciso ser gentil consigo e com sua própria evolução.

A arte ajuda a trabalhar os próprios sentimentos e também a nos tornar mais sensíveis às emoções dos outros, o que contribui para a nossa empatia. Ao desenvolver produções artísticas, o nosso olhar fica mais apurado para o que está ao nosso redor, para o significado de outras manifestações. Percebe-se que o ato de criar é intimamente ligado a quem realmente somos, aos nossos sentimentos. Entrar em contato com as próprias emoções pode ser um desafio para a maioria.

2 IVANA CHUBBUCK

Ivana Chubbuck é a fundadora de um estúdio em Los Angeles que leva seu nome e criadora do inovador Método Chubbuck. A sua metodologia ajuda a trazer pessoas, lugares, eventos e objetos à vida, quando na realidade eles são completamente imaginários e podem não significar nada para nós. Seja dotando um suporte ou se apaixonando por seu parceiro de cena, é imperativo se conectar com as circunstâncias dadas em qualquer cena. Chubbuck têm tentado encontrar maneiras de se conectar com a realidade do roteiro. Qualquer que seja o caminho que se vá, nada pode ser apressado e ignorado. Pode-se conectar com sinceridade às suas circunstâncias e essa é a chave para um desempenho autêntico e atraente e a natureza de sua proposta (AZEVEDO, 2002),

De acordo com Rogers (2009), a técnica é a procura da conexão com a emoção.  O engraçado é que a maioria das principais metodologias de atuação dão pouca ou nenhuma ênfase à emoção. A emoção é o subproduto de ir atrás do que você deseja na cena.
Embora queiramos estar abertos às nossas emoções, elas não são o objetivo. Existem inúmeros exemplos de pessoas passando por tragédias e se sentindo completamente entorpecidas, pragmáticas ou com raiva. Nossas emoções são imprevisíveis e deveriam ser assim em nossa atuação.

Quando nos concentramos em alcançar certas emoções, tornamo-nos autoindulgentes e a história se perde. A solução é gastar o tempo descobrindo a intenção do escritor.  Uma vez que se descobre isso consegue-se descobrir o que se deseja na cena e por que ela continua lá. Se entender a cena e relaxar o suficiente, os sentimentos virão. Chubbuck dividiu sua técnica em 12 ferramentas onde ensina como se apropriar dos conflitos, desafios e sofrimentos e transformá-los em algo positivo, tanto do ponto de vista do ator, como do personagem que ele está interpretando. O ator deve identificar a necessidade principal do personagem, sua meta ou objetivo encontrando a dor pessoal certa que poderá efetivamente impulsioná-lo a alcançar esse objetivo (ASLAN, 2000).

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