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VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFÍCIO MULTIFAMILIAR DO “PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA” ATRAVÉS DE SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL.

Por:   •  7/5/2018  •  Artigo  •  1.891 Palavras (8 Páginas)  •  523 Visualizações

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VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFÍCIO MULTIFAMILIAR DO “PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA” ATRAVÉS DE SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL.

N. N. E. RIBEIRO1, J. M. S. C MORAIS2 e T. H. F. de ANDRADE3 

1Universidade Federal de Campina Grande, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

2Universidade Federal de Campina Grande, Pós doutorado em Recursos Naturais - PPGRN 

3Universidade Federal de Campina Grande, Unidade Acadêmica de Engenharia Mecânica

E-mail para contato: nair.ribeiroo@gmail.com

RESUMO - De acordo com o contexto de crise energética em que o mundo se encontra, surge a crescente necessidade em se reduzir o consumo de energia nas edificações. A arquitetura, então, passa a ter um papel fundamental, oferecendo aos seus usuários não somente o projeto de um edifício mais confortável e saudável, como também eficiente energeticamente. No presente artigo investigou-se a ventilação natural por ação dos ventos. De acordo com a NBR 15220-3 essa estratégia é indicada para sete das oito zonas bioclimáticas brasileiras. O objetivo é realizar uma análise de ventilação natural em edifício do programa minha casa minha vida, buscando observar características relevantes para um melhor aproveitamento dos ventos, visando melhor conforto dos usuários e desempenho energético.

Palavras-chave: ventilação natural, simulação computacional, minha casa minha vida.

1. INTRODUÇÃO

De acordo com o contexto de crise energética em que o mundo se encontra, surge a crescente necessidade em se reduzir o consumo de energia nas edificações. A racionalização surge como um desafio proposto para as cidades do futuro. A arquitetura, então, passa a ter um papel fundamental oferecendo aos seus usuários não somente o projeto de um edifício mais confortável e saudável, como também eficiente energeticamente.

A ventilação natural surge como estratégia projetual mais eficaz para favorecimento do conforto térmico passivo tanto como forma de racionar energia, por ser uma solução direta e de baixo custo.  De acordo com a NBR 15220-3 essa estratégia é indicada para sete das oito zonas bioclimáticas brasileiras, apesar disso o que se observa nas produções de habitações de interesse social no Brasil, é que o conforto térmico não é objetivo.

Diante desta problemática, um tipo de edifício multifamiliar foi escolhido como objeto de estudo. A partir de simulações computacionais, com a utilização do programa ANSYS CFX, a ventilação no interior dos ambientes foi investigada, buscando observar características relevantes para um melhor aproveitamento dos ventos, visando melhor conforto dos usuários e desempenho energético.

2. OBJETIVO 

O objetivo deste artigo é simular a ventilação natural interna em edifício multifamiliar do “Programa Minha Casa Minha Vida” (PMCMV), por meio de CFD (Computacional Fluid Dynamics), contribuindo para a elaboração de futuros projetos de Habitação de Interesse Social- HIS de melhor qualidade no nosso país.

3. MÉTODO 

  1. Seleção e caracterização do edifício estudo de caso.

O principal critério para seleção dos empreendimentos foi a abrangência social. Sendo assim, foi selecionado o empreendimento com aproximadamente 2 mil unidades habitacionais e que estivesse na faixa salarial de 0 a 3 salários mínimos, além de já ter sido aprovado pela Prefeitura de Campinas. Por fim deveria ser uma tipologia bastante “replicável”. A tipologia escolhida foi edifício com planta “H” localizado no conjunto residencial Parque São Bento na macrorregião Sudoeste de Campinas/SP. Este empreendimento possui um total de 2.380 unidades habitacionais distribuídas em 119 blocos. A obra foi concluída no fim de 2011. Cada bloco possui 5 pavimentos (sendo o térreo considerado o primeiro deles).  

  1. Caracterização climática dos ventos.

Em sua tese, Morais (2013) realizou a caracterização climática dos ventos da cidade de Campinas-SP, estabelecendo direções de ventos dominantes e suas respectivas velocidades médias. Foi usado na simulação dados de entrada para vento 0º (vento Norte, com velocidade média de 2,64 m/s).

3.3 Simulação computacional da ventilação natural (ANSYS-CFX).

O ANSYS-CFX foi o software usado para as simulações, o mesmo compõe-se de quatro módulos nos quais podem ser executadas etapas da simulação que vão desde a confecção do modelo até o tratamento dos resultados.

Confecção do modelo: A fase de confecção do modelo não foi realizada no ICEM e sim no AutoCAD por questões de facilidade de trabalho. Brandão (2009) recomenda que sejam utilizados os comandos polyline, extrude, union, subtract. Esta informação é importante, pois os objetos precisam ser compreendidos como sólidos no módulo responsável pela malha (ANSYS ICEM). Utilizou-se a altura de parede de 2,4m com laje de 10cm. O volume resultou numa altura total de 12,5m[1]. Todas as janelas foram consideradas abertas assim como as portas internas, com exceção da porta de entrada do apartamento, pois é como normalmente se encontra por questões de segurança. Isto foi adotado nesta pesquisa como um diferencial de outros trabalhos os quais representaram a simulação da ventilação interna considerando vazado apenas o pavimento em estudo.

Confecção da malha tetraédrica (ANSYS ICEM): Quando exportado para o módulo ANSYS ICEM, o primeiro passo realizado no modelo foi a criação de pontos em todas as suas arestas. Isto evitou más formações nas aberturas quando foi confeccionada a malha. Quanto ao domínio, como o objetivo final é avaliar a ventilação interna do edifício, utilizou-se a altura do edifício-H- como base (12,5m) para definição da largura do domínio de 10H para todos os lados do modelo e altura de 5H, o qual garantiu um efeito de blocagem de 1,42%, ou seja, menor que 3%, como recomenda Cost (2004). Realizou-se para tal artigo um estudo de malha que apontou melhor desempenho quando houve a divisão da Part CHÃO em duas regiões, uma chamada de BASE 1, localizada próxima a Part PRÉDIO (a qual corresponde a metade da largura do mesmo e metade do comprimento), e a outra chamada de BASE 2, localizada nas fronteiras laterais do domínio. O refinamento da malha ocorreu então na Part BASE 1 e na Part PREDIO, onde o tamanho máximo do tetraedro foi de 0,3m, como mostra a Figura 1, e nas demais Parts usou-se 20m, como mostra a Figura 2. Quanto à malha, utilizou-se a malha não-estruturada tetraédrica em função de sua menor complexidade computacional e tempo de simulação, além de que, se ajusta melhor a geometrias complexas. Isto resultou num total de elementos em torno de 1.400.000 e tempo de simulação de 5 horas.

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