PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS : RISCOS E OPORTUNIDADES*
Trabalho Escolar: PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS : RISCOS E OPORTUNIDADES*. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: morango123 • 25/2/2014 • 844 Palavras (4 Páginas) • 511 Visualizações
Sumário
As despesas de pessoal representam um peso significativo nos
serviços públicos federal, estaduais e municipais. Nesse item, o pagamento dos
inativos cresce em velocidade maior do que o dos próprios funcionários ativos,
configurando a perspectiva de que a curto prazo as despesas de aposentadorias
e pensões superem a própria folha dos ativos. Em decorrência desse quadro,
vários governos estaduais e municipais iniciaram as primeiras tentativas de
reforma dos planos previdenciários dos seus servidores. Apesar do seu mérito,
essas propostas carecem em geral de uma base mais adequada em termos de
arcabouço constitucional e legal. Nesse contexto, a Reforma da Previdência
Social, na forma da PEC 33, em conjunto com a lei complementar que lhe
seguirá, oferecem a possibilidade da implementação de planos complementares
aos benefícios superiores ao do teto da previdência social (R$ 1.200,00) para os
servidores públicos. Apesar da complexidade da matéria, do seu custo de
transição não desprezível e da possibilidade de não se obter resultados positivos
imediatos para as contas públicas, vislumbra-se a oportunidade para a
implementação do novo sistema complementar de previdência dos servidores
públicos, sob o regime de capitalização, em contas individualizadas, e na
modalidade de contribuição definida, com vistas à constituição de reservas para
o pagamento dos benefícios futuros. Para tanto, seria recomendável o
aproveitamento da vasta experiência proporcionada pelo sistema privado de
fundos de pensão, principalmente quanto à necessidade de organizar uma4
estrutura legal e institucional que proporcione as bases eficientes para a
regulação e supervisão do novo sistema previdenciário do serviço público, não
somente para o equacionamento desse enorme passivo previdenciário, como
também para a acumulação de poupança doméstica, com o objetivo inclusive de
reduzir a excessiva dependência da captação de poupança externa.5
I - Introdução
O Plano Real, desde a sua implantação em julho de 1994, tem se
revelado como a experiência mais exitosa de estabilização econômica realizada
no País nas últimas décadas. Entretanto, após o início da crise asiática,
desencadeada a partir de outubro de 1997, e mais recentemente com a
decretação da moratória externa da Rússia em agosto de 1998, o Plano Real
tem sofrido a ameaça mais séria quanto à sua consistência, em função da
desconfiança gerada junto aos investidores e parceiros internacionais em relação
à economia brasileira, decorrente basicamente do déficit em conta corrente
atualmente em torno de 4% do PIB, e principalmente por efeito do déficit público,
que em seu conceito nominal, evoluiu de 5,9% em 1996, para 6,1% em 1997, e
projeta alcançar valor próximo a 7,5% até o final de 1998.
Na composição das despesas do Governo Central, o déficit
conjunto do Instituto Nacional da Previdência Social (INSS) e da previdência dos
servidores públicos federais inativos atingiu R$ 19,7 bilhões em 1997,
representando 2,3% do PIB, com perspectiva de alcançar R$ 24,7 bilhões em
1998 (2,7% do PIB) e R$ 26,2 bilhões em 1999 (2,6% do PIB), conforme
projeções do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), o que demonstra
inequivocamente o impacto crescente das despesas previdenciárias para o
desajuste das contas do setor público.6
II – Sistema Previdenciário Brasileiro
O sistema previdenciário do País caracteriza-se pela convivência
de uma grande diversidade de regimes, tanto no setor privado como no setor
público. O Regime Geral da Previdência Social (RGPS), operado pelo INSS,
abrange todos os trabalhadores do setor privado. Paralelamente ao RGPS,
funcionam diversos sistemas previdenciários próprios dos servidores civis e
militares nos níveis federal, estadual e municipal, além dos regimes especiais
para membros do Poder Judiciário
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