ROMANCE EM PORTUGAL

Trabalho de Literatura

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- Introdução

Romantismo em Portugal foi um movimento considerado oposto ao Neoclassicismo, que surgiu quase naturalmente, quando os artistas perceberam que não era possível que a criatividade humana fosse escondida, negada.

Movimento apelativo ao individualismo, sentimentalismo e genialidade.

Ela foi dividida em três gerações. Seus principais autores na primeira geração foram: Almeida Garrett, Alexandre Herculano e Antônio Feliciano de Castilho. Na segunda geração foram: Camilo Castelo Branco e Soares Passos. E por fim na terceira geração foram: João de Deus e Júlio Diniz.

ROMANTISMO EM PORTUGAL

- CARACTERÍSTICAS

O Romantismo foi visto como uma nova forma de se expressar, enfrentar os problemas da vida e do pensamento. Repudiava os clássicos, opunha-se às regras, e procurava a total liberdade de criação, defendendo a "impureza" dos gêneros literários. Com o domínio burguês, os escritores foram profissionalizados, recebendo remuneração por suas obras, pelas quais o público passou a pagar.

O escritor romântico projetava-se para dentro de si, tendo como fonte o eu-lírico, que colocava em seus textos conteúdo sentimentalista e melancólico sobre o amor, e muitas vezes até sobre a própria morte.

A natureza e a mulher são importantes. O homem idealizava a mulher como uma deusa, e, com isso, retornava ao passado, no trovadorismo, onde as "madames" eram extremamente desejadas, mesmo que fossem inatingíveis, como um amor platônico. O escritor procurava a mulher de seus sonhos e para amenizar a frustração de não encontrá-la ou, simplesmente, perdê-la, despejando todos os seus anseios, procurando fugir da realidade, usando do escapismo, onde, não raramente, tinha a natureza como confidente. Outra forma de escapismo utilizada era o escapismo pela obscuridade, onde buscavam o bem-estar nos ambientes fúnebres e obscuros. Essas frustrações amorosas ou pelas desilusões da vida eram a causa de muitos suicídios, dando uma breve explicação à frequência da morte como tema dos poemas românticos, caracterizando o mal-do-século.

- O PRIMEIRO MOMENTO DO ROMANTISMO

O Romantismo não veio implantar-se totalmente nos primeiros momentos em Portugal. Inicialmente tinha como “dever” apagar os modelos clássicos que ainda estavam presentes no meio socioeconômico. Os escritores dessa época eram românticos em espírito, ideal e ação política e literária, mas ainda clássicos em muitos aspectos.

• Primeira geração romântica portuguesa

- Sobrevivência de características neoclássicas;

- Nacionalismo;

- Historicismo, medievalismo.

• Principais autores:

• Almeida Garrett

- Obras:

- Poesia: Camões (1825); Dona Branca (1826); Lírica de João Mínimo (1829); Flores sem fruto (1845); Folhas caídas (1853).

- Prosa: Viagens na minha terra (1843-1845); O Arco de Santana (1845-50).

- Teatro: Catão (1822); Mérope (1841); Um Auto de Gil Vicente (1842); O alfageme de Santarém (1842); Frei Luís de Sousa (1844); D. Filipa de Vilhena (1846).

Exemplo:

Não te Amo

Não te amo, quero-te: o amar vem d’alma.

E eu n’alma - tenho a calma,

A calma - do jazigo.

Ai! não te amo, não.

Não te amo, quero-te: o amor é vida.

E a vida - nem sentida

A trago eu já comigo.

Ai, não te amo, não!

Ai! não te amo, não; e só te quero

De um querer bruto e fero

Que o sangue me devora,

Não chega ao coração.

Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.

Quem ama a aziaga estrela

Que lhe luz na má hora

Da sua perdição?

E quero-te, e não te amo, que é forçado,

De mau, feitiço azado

Este indigno furor.

Mas oh! não te amo, não.

E infame sou, porque te quero; e tanto

Que de mim tenho espanto,

De ti medo e terror...

Mas amar!... não te amo, não.

Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas'

Tema: Amor

• Alexandre Herculano

- Obras:

- Polêmicas e ensaios: A voz do profeta (1836);

- Eu e o clero (1850); A ciência arábico-acadêmica (1851);

- Estudos sobre o casamento civil (1866);

- Opúsculos (10 volumes, 1873 – 1908).

- Historiografia: História de Portugal (1846-1853);

- História da origem e estabelecimento da Inquisição em Portugal (1854-1859).