Resenha do livro coleção a pintura
Por: Charlinealmeida • 29/5/2019 • Resenha • 1.317 Palavras (6 Páginas) • 168 Visualizações
COLEÇÃO: A PINTURA – VOL. 4: O BELO (LICHTENSTEIN, Jacqueline)
INTRODUÇÃO: O Belo
A ideia do belo é completa construção ideal, e poderia ter se desenvolvida a partir de qualquer categoria: expressão, sublime, estranho. O importante nesse processo é seguir as dialéticas para a construção da estética e formas, que com o tempo foi se desconstruindo e sendo engolida por valores da arte contemporânea. A discussão é a construção do conceito do belo, e o seu oposto, o feio, que foi se dissolvendo
O belo é importante pois apesar de ser construído de palavras, e ser muito ideológico e vago, é extremamente determinante nas produções. Então entram as teorias da arte, onde só se justificam por meio da prática desses ideais, uma bagagem pré-existente que resulta em harmonia, assim dando o sentido que a arte é império do belo.[pic 1]
O conceito do belo vem do meio filosófico, idealista, com Platão, e ainda que seja idealidade, o belo em si não é assim. A prática do belo é variável, se manifesta de diversas formas, que não necessariamente de mesmo cunho, mas que baseiam-se no ideal. Ideal este que muito rudimentarmente foi de forma constante e intrínseca associado à perfeição, que por conseguinte vai criar meios próprios de se representar, uma forma de se aproximar do divino, da verdade, da luz, da trancedência, e do bem, quando se associa à religião.
que quando se traduz para a história da pintura, remonta como forma de equiparação e dominação da natureza.
PLATÃO – O banquete
Platão foi um filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, autor de diversos diálogos filosóficos. o texto presente foi influenciador do movimento renascentista, quando revisitado por marsilio ficino, trazendo o neoplatonismo.
Plantão relata nessa obra a ocasião de um jantar oferecido por um poeta onde estavam presentes vários filósofos e pensadores, e no final a cada um foi pedido que fizesse um elogio ao amor. E Sócrates então conta o seguinte: uma mulher da mantinéia, chamada Diotima, teria colocado dois pontos sobre o amor.
No primeiro, um viés mais mitológico, o amor seria um demônio, algo entre deuses e homens, filho de Poros e Pênia, e concebido no dia do nascimento de Afrodite (Segundo a lenda, em uma festa em honra ao nascimento de Afrodite, Poro ficou embriagado e adormeceu nos jardins de Zeus. Pênia foi à festa mendigar e encontrou Poros, então, pela carência em que se encontrava de tudo o que tem Poros e cogitando ter um filho do mesmo, dormiu com ele e concebeu Eros.). “Pobre o amor está constantemente à procura do que lhe falta, e o que ele adquire sempre lhe escapa”. Ele não é o belo em si, mas procura por ele. O amor está em quem procura, em quem busca e anseia, e não em algo que é belo. O que ajuda a explicar o segundo ponto.
No segundo, ela define o amor por amor do belo e do bem. O amor parte da admiração da beleza “o verdadeiro amor é o parto na beleza, segundo o corpo e segundo o espírito”. Assim, o processo é regido por uma lógica de dialética ascendente (tese, antítese e síntese), onde passa pelos estágios de amor por um belo corpo, depois do amor pelos corpos em geral, e depois pela beleza das almas, uma beleza mais DIGNA, até alcançar o vasto oceano da beleza, a contemplação do belo em si, o mais sublime, a luz e o brilho do Bem, serio o estágio mais pleno, mais divino, mais próximo da luz. Esse amor pleno e divino gera discursos e coisas mais belas e magníficos, poderá ser cuidado e cultivdo.
Em outro livro, Fedro, em diálogo com Sócrates, mais um interlocutor ele levanta de forma mais intensa a temática do amor em si, também temas como a metempsicose (a tradição grega da reencarnação, eles tinham muito essa cultuação à reencarnação, do pós morte, da ligação do divino), o eros (amor erótico), e a philia (amizade), e até divide em amor vulgar e amor celeste. Ele fala que a ideia de beleza é uma remanescência, uma lembrança dourada, de quando as almas foram em cortejo ao mundo das ideias, e quando o humano reconhece esse brilho de beleza em algo, anseia esse algo, ele ama, pois é representação da mais pura beleza, senão o belo em si, uma lembrança da luz, da beleza pura, do mundo das ideias , de quando estiveram próximos aos deuses.
CÍCERO – O orador
Cícero era filósofo e orador romano, que influenciou positivamente o humanismo ao ser difundido no final do sec XV, por fundamentar retórica e oratória. Isso traz a eloquência como forma suprema da atividade humana, a forma de comunicar, de falar ao outro, de até mesmo convencer, a chamada concepção ciceroniana, que irá repercutir em vários campos, inclusive na pintura.
Este discurso dá novo sentido à arte e ao artista, entre pintores e teóricos. Alberti vai trazer justamente a comparação, o: a pintura está para o pintor, assim como a retórica está para orador, trazendo essa filosofia para a teoria da arte. Isso permeia por muitos séculos, onde a grandeza do pintor depende do poder retórico do quadro.
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