Resumo do livro academico
Por: Ygor Carneiro • 28/9/2015 • Resenha • 1.523 Palavras (7 Páginas) • 2.219 Visualizações
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INSTITUTO FEDERAL DO PARÁ – IFPA
CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA
Resumo do Livro: Rediscutindo a Mestiçagem no Brasil
Disciplina: Educação Para As Relações Ético-Raciais
Belém – PA
2015
Docente: Sônia Regina Duarte
Discentes:
Ivo Antonio da Conceição Ribeiro (Matrícula:2015840004)
Resumo Do Capítulo I: Conceito e História da Mestiçagem
O autor Kabengele Munanga começa seu trabalho fazendo uma abordagem sobre as ambiguidades que o tema mestiçagem mescla. Rediscutir a mestiçagem não é nada fácil, pois requer responsabilidade social e competência científica que, na maioria dos casos, só são alcançados com engajamento e comprometimento na luta contra a o racismo disfarçado brasileiro.
A mestiçagem está saturada de ideologia e, por isso, para ser melhor entendida, não deve ser vista como um fenômeno estritamente biológico, ou seja, troca de genes entre populações diferentes, pois ela é afetada pelo conjunto ideológico que motivam as ações de indivíduos dessas populações. A pesar disso, as populações mestiçadas não apresentam diferenças de natureza em relação às demais.
No trabalho que se refere esse resumo, o autor usa o conceito de “mestiçagem” generalizando todos os casos de cruzamento ou miscigenação entre populações biologicamente diferentes, porém o enfoque principal não é o fenômeno biológico enquanto tal, mas sim sobre os fatos sociais, psicológicos, econômicos e políticos-ideológicos decorrente desse fenômeno biológico inerente à história evolutiva a humanidade.
A mestiçagem não é apenas um fenômeno na história do processo de formação e ocupação do território brasileiro, pois mesmo na antiguidade; período marcado por guerras e pelos grandes impérios como o Babilônico, Medo-Persa, Grego e Romano; é impossível não acreditar em cruzamento entre invasores e populações locais. Na Grécia Clássica, por razões políticas, a mestiçagem ocorria entre os membros das classes dos dirigentes vencidas e vencedoras, pois, segundos os historiadores, buscavam a fusão entre os membros das aristocracias dominantes. No plano cultural, foi a ocasião de uma descoberta mais aprofundada do “outro” (fosse judeu, iraniano, grego ou romano), de um acolhimento das divindades e de uma adesão às filosofias universalista. Esse período foi marcado por um imenso desenvolvimento político, econômico, social e cultural. Porém, as teorias de A. Hitler, formuladas no livro Mein Kampf difundidas na Alemanha e na França no início do século passado, além de decretar uma hierarquia das raças condenam a mestiçagem das raças como degenerescência e vergonha racial. Assim, a mestiçagem racial foi considerada pela ideologia nazista como um processo que provoca o desaparecimento das qualidades que outrora tornaram o povo conquistador capaz de conquistas.
Na década de 30, a França colonial lança a ideia de mestiçagem cultural em oposição às noções de pureza racial e cultural, de vergonha racial e de hierarquia das raças próprias à ideologia nazista, sendo, então, um projeto de aculturação, ou melhor, assimilação cultural, também foi designada de “síntese cultural” e de “cultura euro-africana”. Contudo, a falta de uma identidade provocou uma grande polêmica entre os próprios sujeitos da mestiçagem, pois havia, sem dúvida, como em toda polêmica, vozes em favor e contra a ideologia da “mestiçagem cultural”.
Resumo do Capítulo II: A Mestiçagem No Pensamento Brasileiro
Tomando como base o pensamento de cientistas sociais ocidentais, isto é, americanos e europeus, os estudiosos brasileiros elaboraram propostas originais ao abordar a questão da mestiçagem no final do século XIX para poder, não apenas teorizar e explicar a situação racial, mas propor caminhos para a construção de uma identidade nacional, tida como problemática por causa da diversidade racial. Esta pluralidade racial, nascida no processo colonial, se constituía como um problema, na cabeça da elite dominante, no processo de construção de uma nação que se pensava branca.
A questão racial tornou-se o foco do debate nacional travado a partir do século XIX, haja vista, que o fim do sistema escravista colocou aos pensadores brasileiros a construção de uma identidade nacional. Aí reside a problemática, pois os ex-escravos negros compunham a nova categoria de cidadãos. Como transformá-los em elementos constituintes da nacionalidades e da identidade brasileira quando a estrutura ideológica herdada do período colonial, que os considerava como coisas e força animal de trabalho, ainda não mudou? A preocupação da elite da época era a influência negativa da inserção do negro no processo de formação da identidade étnica brasileira. Os trabalhos científicos de alguns pensadores e pesquisadores da época, quando bem reinterpretados, ajudariam a compreender as dificuldades que os negros e seus descendentes mestiços encontram para construir uma identidade politicamente mobilizada.
Um dos intelectuais da época, Silvio Romero, questionou se a população brasileira, fruto da junção de três raças tão distintas (branca, negra e índia), poderia fornecer a ela uma feição tão própria e original. Embora esse processo de mestiçagem dissolvesse a diversidade racial e favorecesse a homogeneidade da sociedade brasileira, a predominância da cultura branca e a extinção dos elementos não brancos seriam inevitáveis. Muita divergência houve entre os intelectuais brasileiros que se dedicaram ao estudo do processo de formação étnico-cultural-racial brasileiro.
Resumo Do Capítulo III: Ambiguidade Raça/Classe E A Mestiçagem Como Mecanismos De Aniquilação Da Identidade Negra E Afro-Brasileira
Neste capítulo, o autor se deteve em abordar as relações afetivas entre os componentes das raças branca e negra. Baseando-se numa citação do livro Nem preto nem branco de Carl Degler que diz que “as relações sexuais não produzem necessariamente um abrandamento da atitude de animosidade racial, mas podem fazê-lo quando homens brancos se ‘casam’ com mulheres negras”. Segundo dados históricos, homens brancos que tem afetividade com mulheres negras passam a ver os negros como menos diferentes e estranhos. Não apenas estes, mas outros homens brancos são influenciados de forma positiva vendo ou tendo conhecimento de que mulheres negras são esposas ou amantes de homens brancos, contribuindo assim, a mestiçagem na evolução das atitudes raciais no Brasil.
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