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Sócatres E A Maieutica

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Por:   •  14/4/2013  •  891 Palavras (4 Páginas)  •  410 Visualizações

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Sócrates passava grande parte do tempo lecionando a jovens, através de conversas informais. As aulas eram ministradas na loja de um sapateiro, em frente ao marco da Ágora, o centro comercial de Atenas. Era comum que conversasse e debatesse nas ruas, livremente (Strathern, 1998). Ele desenvolveu um método de argumentação chamado de dialética (precursor da lógica). Ele utilizava esse método na conversação com seus discípulos e adversários, se propondo a esclarecer os debates a partir de princípios básicos, o que significava definir os conceitos fundamentais que seu adversário adotava. Com isso, dá início à utilização da análise de pensamentos e do método analítico (Strathern, 1998). Esse método envolve uma profunda análise conceitual. Sócrates sempre propunha a questão “o que é? ...”, através da qual se buscava a definição de uma determinada coisa, em geral uma virtude ou qualidade moral (Marcondes, 2000; Strathern, 1998). O debatedor deveria responder claramente ao que lhe era perguntado, freqüentemente respondendo simplesmente sim ou não (Nielsen Neto, 1985).

Sócrates começava pedindo ao seu interlocutor que definisse o assunto em questão – que poderia ser qualquer coisa como a natureza da justiça ou o método para se atingir o posto de general. Fosse de natureza sublime ou ridícula, ele dava sempre o mesmo tratamento ao assunto. Esta era a grande inovação da sua dialética: uma ferramenta que poderia ser aplicada a qualquer tema. Depois de consolidada a definição do assunto, Sócrates passava então a descobrir falhas na argumentação e no decorrer do processo chegava a uma melhor definição. Dessa forma, avançava de exemplos individuais para outros de aplicação mais generalizada, buscando atingir uma verdade universal (Strathern, 1998).

A reflexão filosófica vai mostrar que freqüentemente não sabemos o que pensamos saber. Muitas vezes temos um conhecimento prático, intuitivo, imediato, mas que se revela inconsistente no momento em que deve ser explicitado. O método socrático irá apontar essas fragilidades, indicando a necessidade de aprimorar esse conhecimento através da reflexão. Partindo-se de um conhecimento já existente, irá se buscar algo mais perfeito e mais completo (Marcondes, 2000; Pessanha, 1991).

Sócrates denominou o seu método de maiêutica, que significa a arte de fazer o parto, uma alusão ao ofício de sua mãe, que era parteira. Ele também se considerava como um parteiro, porém de idéias; afirmava ser ele próprio estéril – uma vez que só sabia que nada sabia – sendo a sua missão ajudar a dar à luz as idéias alheias. Com isso, pretendia que as pessoas fossem ao encontro de si mesmas – como a inscrição no templo de Delfos indicava – fazendo de si próprias o ponto de partida (Pessanha, 1991).

O papel do filósofo, portanto, não é o de apresentar respostas prontas, mas de ajudar os seus interlocutores, outros indivíduos, através da dialética e do diálogo, para que venham a dar à luz suas próprias idéias. Os passos básicos do método maiêutico são primeiramente questionar o interlocutor, de forma que ele exponha as suas idéias, provocando-o a explicitar suas crenças e questionando-o, para que ele fundamente suas idéias e crenças. Após, freqüentemente utilizando-se de ironia, deve-se problematizar essas crenças, fazendo com que o interlocutor caia em contradição, reconhecendo insuficiências e expondo inconsistências,

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