Teoria Musical_Artigo
Por: htrombim • 9/5/2015 • Artigo • 10.043 Palavras (41 Páginas) • 162 Visualizações
CENTRO SUL BRASILEIRO DE PESQUISA
EXTENSÃO E PÓS-GRADUAÇÃO - CENSUPEG
TEORIA MUSICAL: UMA VISÃO DOS MÚSICOS DA MACRORREGIÃO DE CRICIÚMA/SC COM RELAÇÃO À IMPORTÂNCIA DA LEITURA MUSICAL
HENRIQUE TROMBIM
Criciúma
2011
HENRIQUE TROMBIM
TEORIA MUSICAL: UMA VISÃO DOS MÚSICOS DA MACRO-REGIÃO DE CRICIÚMA/SC COM RELAÇÃO À IMPORTÂNCIA DA LEITURA MUSICAL
Artigo Científico apresentado ao Curso de Música: Práticas Sociais, do Centro Sul-Brasileiro de Pesquisa, Extensão e Pós-graduação, como requisito para a obtenção do Título de Especialista.
Orientado pelo Professor MSc. Ricardo Mantelli.
Criciúma
2011
TEORIA MUSICAL: UMA VISÃO DOS MÚSICOS DA MACRORREGIÃO DE CRICIÚMA/SC COM RELAÇÃO À IMPORTÂNCIA DA LEITURA MUSICAL
Henrique Trombim[1]
RESUMO
Esta pesquisa teve o objetivo de buscar respostas de o porquê que alguns músicos não querem estudar Teoria Musical, sendo esta um componente importante no dia-a-dia do músico, facilitando o entendimento da linguagem musical, chamando a atenção o fato de que muitos alunos não gostam ou acham os conteúdos difíceis. Isso leva à formulação de uma questão: quais são as dificuldades que aparecem entre os músicos na aprendizagem da Teoria Musical? Por meio das respostas dos músicos, obteve-se uma melhor impressão sobre os motivos que levam muitos deles a não terem interesse em estudar Teoria Musical, mostrando-lhes que “aprender” Teoria Musical é uma ferramenta fundamental para o seu dia-a-dia, levando-os a se aperfeiçoarem mais e melhor, usando, por exemplo, bibliografias diversas, internet, escolas de música, etc., aumentando a qualidade e, consequentemente, a quantidade de trabalho (valorização), desmistificando o ensino da Teoria Musical, dando maior ênfase à função e à importância da mesma no dia-a-dia da profissão de músico, principalmente em relação à leitura musical. A fundamentação teórica foi baseada nos autores Green (2000) e Kandler (2011), onde tratamos da questão das práticas de aprendizado formal e informal com relação á Educação Musical. Também utilizamos os autores Alaleona (1984) e Alvarenga (2009), descrevendo a importância histórica da Teoria Musical. Usamos ainda o livro “Koellreutter educador: o humano como objetivo da educação musical”, de Brito (2001), no qual a autora aborda a importância da educação musical, formando não somente o profissional da música criativo, mas o ser humano como um todo, à luz dos pensamentos de H. J. Koellreutter. Apesar de a pesquisa ter por objetivo buscar respostas de o porquê de alguns músicos não estudarem Teoria Musical, foi usada tal bibliografia para apoiar o pensamento com relação à importância da educação musical. Outra referência utilizada foi Fonterrada & Furlan (2005), que em seu artigo chamam a atenção com relação à habilidade da leitura e escrita musical, julgando ser muito importante a formação básica inicial dos músicos, seja no campo formal e/ou informal. A metodologia abordada foi pesquisa exploratória de característica qualitativa, por meio da aplicação de um questionário (método de pesquisa) para a coleta dos dados entre os músicos. Chegamos à conclusão de que os músicos sem conhecimento musical realmente têm mais dificuldade em seus trabalhos por não terem conhecimento pelo menos básico de Teoria Musical, mas conclui-se, também, que está havendo um progresso em relação à desmistificação da Teoria Musical e um maior número de interessados em aprendê-la na macrorregião de Criciúma/SC.
Palavras-chave: Teoria Musical. História da Notação Musical. Educação Musical Formal e Informal. Banda de Música.
1 INTRODUÇÃO
Segundo a experiência deste autor, ao longo de anos como profissional da música, percebeu-se que a macrorregião de Criciúma é possuidora de um número muito grande de músicos, na sua maioria músicos “práticos” ou, como se diz popularmente, “de ouvido”.
Historicamente, nesta macrorregião, do início do Século XX até os dias atuais, a formação dos músicos, em sua maioria, foi na prática do seu instrumento (escolhido/indicado) com algumas dicas e/ou ensinamentos repassados oralmente por Maestros de Banda Musical/Corais ou músicos mais experientes.
Para o Maestro Tayrone Mandelli[2]: “[...] Isso ocorre há muitas décadas [...] acho também que não é só o “canudo” que faz o músico [...] devemos procurar um ótimo professor em seu instrumento e nos dedicar aos estudos [...] ter uma vivência bem fundamentada em música”, afirma.
Confirmando esta situação, Frederico (2008, p.1) descreve como a linguagem musical é realmente discriminada e merece mais atenção de nossos educadores:
Diferente da língua escrita e da matemática, a linguagem musical forma um conjunto de símbolos que está pouco presente em nosso meio ambiente e só é ensinada a um pequeno número de indivíduos. Também recebe uma importância cultural mínima se compararmos com outras formas de comunicação e expressão. (FREDERICO, 2008, p.1)
Mesmo tendo dificuldades em afirmar este fato, talvez os músicos mais preparados acabassem sendo, por consequência, os músicos de sopro, participantes de Bandas de Música, os quais aprendiam Teoria Musical com ênfase na leitura das partes do arranjo musical repassado pelo Maestro da Banda. Com isso, concordamos com Lima (2005) que comenta: “...os instrumentistas de sopro normalmente se iniciam a partir da atuação em bandas ou em igrejas.”
Com isso, a grande maioria dos músicos que estudavam instrumentos pertencentes à família das cordas - neste caso, contrabaixo, violão, cavaquinho, bandolim, guitarra, teclado[3], etc. - e os percussionistas/bateristas não tinham como aprender Teoria Musical e muito menos aprender/praticar a Leitura Musical.
De acordo com o exposto acima, este trabalho visa entrevistar músicos da macrorregião de Criciúma, abrangendo os municípios de Urussanga, Morro da Fumaça, Siderópolis, Içara, Criciúma e Tubarão, buscando a resposta sobre o porquê de os músicos não terem interesse em aprender Teoria Musical, com ênfase na Leitura Musical.
O trabalho foi delimitado entrevistando alguns músicos que acreditamos serem importantes, pois trabalham diretamente com alunos nas cidades pesquisadas e pela praticidade de estudarem no curso de pós-graduação junto do autor da pesquisa. Os demais músicos que não fazem parte da pós-graduação foram escolhidos por serem atuantes no mercado musical da referida região.
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