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Trabalho arte e Antropologia

Por:   •  1/7/2017  •  Ensaio  •  918 Palavras (4 Páginas)  •  425 Visualizações

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Instituto de Artes

Disciplina: Arte e Antropologia I

Prof: Bianca

Alunas: Debora, Hannah, Maria Clara, Luíza, Paula, Preciele

Trabalho:  Explicar a visão alemã de cultura e civilização de acordo com o texto de Kuper

O capítulo começa mencionando o entendimento alemão sobre civilização ao citar o autor Norbet Elias que, apesar de, como judeu, ter sido obrigado a deixar a Alemanha após a ascensão de Hitler, faz sua reflexão através da sua observação acerca dos judeus que se mostravam transmissores da vida cultural alemã, mesmo não fazendo parte da vida política. Tal fato se dá pelo fato da Kultur (“Esse termo refere-se essencialmente a fatos intelectuais, artísticos e religiosos”; ele tem sentido tanto político, quanto espiritual, por isso, não era algo somente nacional, mas também pessoal) alemã estar tão presente em suas vidas.

        Nota-se que há uma ligação com a tradição cultural alemã mesmo não possuindo a visão nacionalista. É possível inferir sobre a reflexão de que os judeus possuem uma cultura ligada a sua própria história, mas também ligada à cultura alemã. A ausência de nacionalismo pode ser compreendida pela realidade cultural judaica, cujo povo não possui uma nação fixa, mas sim um conjunto de signos e hábitos particulares.

        Elias analisa as visões antagônicas de Weber e Mannheim acerca do conceito de cultura. Para o primeiro, cultura representava apenas o que se pode entender de arte e religião e se opunha a visão material da civilização. Já para Mannheim, “as produções culturais originavam-se de situações sociais e deveriam ser entendidas como expressões de determinados interesses políticos e econômicos” (p 53).

Elias traça uma relação entre o conceito francês e o alemão acerca da civilização. O primeiro era entendido como um corpo complexo que agregava questões políticas, econômicas, religiosas, morais, dentre outras. Esse conceito resume o pensamento da sociedade ocidental dos últimos séculos, que acredita ser superior às sociedades anteriores ou as sociedades contemporâneas mais “primitivas”. Já para os alemães, vai além de valores mundanos, é mutável ao longo do tempo e transcende fronteiras territoriais e, em muitos aspectos, alheio aos valores nacionais. “Um francês ou um inglês podia dizer que era “civilizado” sem que tivesse realizado alguma coisa, mas para os alemães todo indivíduo adquiria cultura por meio de um processo de educação e desenvolvimento espiritual.”

Dessa forma, vemos a Kultur versus Zivilisation, um clima de tensão. O que os franceses conceituavam como civilização transnacional, os alemães viam como algo que iria contaminar a sua Kultur. Uma vez que, nesse período histórico a França via a Alemanha como inferior ou bárbara, o estabelecimento da civilización nos centros de poder político, cortes francófonas e francófilas alemãs, representava perigo para as culturas locais.

Sendo assim, Kultur e Civilization mostravam valores antagônicos, que dividiam a Alemanha e a França em virtude da espiritualidade e do materialismo, da moralidade genuína e da mera cortesia exterior.  Na verdade, o autor apresenta a visão de Kultur como algo orgânico, mutável, que advém das impressões e necessidades reais de seu povo. Enquanto a Zivilisation entende-se por polidez, normas impostas, quase como um contrato social de códigos, atuando como instrumento de dominação ao criar certas limitações sociais (limiar do constrangimento).

O autor também se pauta em teorias de Freud que entende a civilização humana de forma mais refinada frente aos instintos animais, diferindo-se das feras. Sendo assim, o ponto central de sua argumentação é a diferença entre o animal educado e o animal instintivo, sendo a educação um ato externo, imprimido pela força.

Para Freud, o ser humano funciona no nível pulsional, não instintivo, como os animais. A pulsão é o conceito limítrofe entre o somático e o psíquico, ou seja, ela media a energia mental ou anímica e a ação humana. De acordo com Cruxên: “A cultura é sublimante ao oferecer um caminho ascendente à pulsão...”.  O sujeito ao usar sua energia libidinal para a produção artística ou para algum fim socialmente aceitável, estaria assim, sublimando. A cultura, então, forneceria as ferramentas necessárias para essas atividades.

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