A Criação e Anulação dos Estranhos

BAUMAN, Zygmunt. A criação e anulação dos estranhos. In: O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,1998, pp.27-48.

1. As sociedades produzem “estranhos” conforme o seu próprio  perfil;
2. “Estranhos” são aqueles que não se enquadram num dado perfil social;
3. Suscitam a experiência do “mal-estar”por conta dos sentimentos adversos que eles geram;
4. A imagem de uma “bota de cano alto pisando uma face humana” é uma espécie de instantâneo de nosso tempo e de seus horrores;
5. Botas remontam a uniforme. Elian Canetti fala em “uniformes assassinos”;
6. Uniformes simbolizam os servidores que mantêm a ordem em nome do Estado;
7. O Estado, através da força, estabelece e classifica o que é a ordem e a desordem;
8. Os “estranhos modernos” são aqueles que não se ajustam à visão de ordem do Estado;
9. Na constituição do Estado não há espaço para os que são divergentes;
10. Nesta “guerra”  entre a ordem do Estado e os  “estranhos” surgem duas alternativas: A ASSIMILAÇÃO, que é antropofágica, ou seja, devora os estranhos; e a EXCLUSÃO, que é antropoêmica, ou seja, que vomita, bane, expulsa os desajustados;
11. As duas estratégias se expressam na versão liberal e racista-nacionalista que marca projeto moderno;
12. As pessoas são diferentes por conta das suas tradições, cultura, e, por isso mesmo, passíveis de serem moldadas;
13. Tendência para uma “universalização da condição humana”;
14. No Estado moderno, os estranhos passam por uma destruição criativa, que demole e reconstrói ao mesmo tempo;
15. Os “estranhos”, na constituição da modernidade, passam por uma espécie de “extinção contida”;
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