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A EDUCAÇÃO E OS PROCESSOS DE GLOBALIZAÇÃO

Por:   •  13/10/2019  •  Ensaio  •  927 Palavras (4 Páginas)  •  179 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE – FURG

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL – PPGEA

DISCIPLINA: ÉTICA

A EDUCAÇÃO E OS PROCESSOS DE GLOBALIZAÇÃO

São muitos os danos causados pelos processos de colonização de países subdesenvolvidos e, posteriormente, com a globalização. Os estragos vão desde a violência da colonização e a exploração de mão de obra até o preconceito que acompanha essas populações. Mas a crítica do vídeo proposto é sobre a ideia de “educação globalizada”.

O documentário “Escolarizando o mundo: o último fardo do homem branco” se aproxima de forma muito crítica da educação ocidental que tem sido instalada em Ladack, no sudeste asiático. Em meio à natureza do Himalaia, gerações de famílias passam adiante os costumes de uma cultura budista tibetana, que vive do próprio cultivo em pequenas comunidades. Mas, desde que uma escola de pedagogia ocidental se instalou na cidade vizinha a cultura local tem estado em risco.

Pode-se pensar, à primeira vista, que educar aos nossos moldes crianças de uma cultura tão diferente é um ato de bondade, afinal, educação é uma necessidade! É necessário, na nossa concepção, ir à escola para ter contato com a vida em sociedade, é preciso seguir o currículo, formar-se, estar apto a trabalhar no mundo capitalista.

É preciso estar ciente que a educação, que tanto almejamos ser libertadora e motor de mudanças sociais, é também uma arma capaz de matar culturas inteiras. Muitas crianças esquecem o próprio idioma, por só se comunicarem em inglês.

Podemos pensar que o caso de Ladack é extremo e distante de nós, mas não é difícil projetar as mesmas críticas ao nosso sistema educacional. No documentário as crianças falam hindi, mas poderiam ser sertanejos, ribeirinhos, ciganos os quilombolas. Deve-se parar para pensar até que ponto um currículo padronizado é benéfico para crianças, culturas e sociedades.

É-nos naturalizado que, quando pensamos nas desigualdades no Brasil, que a solução seja: eduquem as crianças, profissionalizem-nas, é isso que acaba com a pobreza; mas nos esquecemos de pensar pedagogias que se adaptem à cultura na qual a comunidade escolar se insere e que possam manter vivas tradições não-brancas, não-capitalistas, não-hegemônicas.

A educação pode ser transformadora, para o bem ou para o mal. Pensando no que devemos evitar no processo de universalização da educação, “Escolarizando o Mundo” se encerra com a música Little Boxes (em tradução livre, Caixinhas), de Malvina Reynolds. Fica a pergunta: Qual o preço de uma educação que é uma fábrica de caixinhas?

No texto de Costa e Loureiro (2019) trata-se de uma leitura a partir do argentino Enrique Dussel, refletindo a contribuição da sua “Ética da libertação” nas lutas latino-americanas dos “sem direitos”, observando sua proposta política no que tange a realidade das lutas ambientais tecidas no processo de expropriação material capitalista.

Dussel (1980 apud COSTA E LOUREIRO, 2019) diz que é partir de um mundo histórico e político que compreendemos a natureza. Exemplifica que os gregos compreenderam a fysis como divina e eterna; já os medievais compreenderam a natureza como criada (natura naturata) e sem princípio de corrupção; o moderno sob a ótica europeia compreendeu a nature ou Natur como algo observável e explorável economicamente (desde a revolução industrial). Para ele, é a natureza, juntamente com o trabalho e o capital, que origina o progresso civilizador. Ou seja, a partir da compreensão dusseliana, entende-se que a  natureza é politicamente interpretada.

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