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A Economia Monetária

Por:   •  3/12/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.636 Palavras (15 Páginas)  •  252 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

           DEPARTAMENTO DE CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS

                                 BACHARELADO EM CONOMIA

                                         

                                   

                                                MURILO FLORENTINO      

                        ZERLANDIA ROCHA DOS SANTOS DE ALMEIDA

                                                     RESENHA CRÍTICA

Resenha crítica apresentada como parte integrante do conjunto de tarefas avaliativas da disciplina de Economia Monetária. Tutor: Prof. Dr. José Raimundo

                                        FEIRA DE SANTANA-BA 2018

BUENO,RICARDO. Porque os preços sobem no Brasil: uma explicação para o povo. 6.ed. Petrópolis, Vozes, 1982.

Ricardo Bueno era professor de Economia, jornalista e comentarista dos jornais O Globo e Jornal do Comércio e também foi assessor do deputado federal Milton Temer (PT-RJ). O livro é constituído de onze capítulos, em cada um deles o autor retrata de forma clara e objetiva e com uma linguagem simples  as  causas e efeitos do tema abordado. Os termos de economia são citados numa linguagem concisa e clara.

As mesmas características usadas na construção dessa obra resenhada se fazem presentes em outras obras do autor como, por exemplo, A farsa do petróleo, O entreguismo no Brasil, Por que faltam alimentos no Brasil e O Brasil de ponta a cabeça. Todas foram escritas de maneira clara que explicam a dinâmica econômica do país, trazem um conteúdo crítico e até mesmo com requintes de denúncia. A obra resenhada permite que o leitor possa compreender como funciona uma parte do dinamismo econômico e como as causas e efeitos de certas decisões e execuções do governo podem direcionar-se à população de forma positiva ou negativa. O autor também traz algumas alternativas que podem ser úteis ao bom direcionamento e execução de algumas políticas econômicas.

        

 No primeiro capítulo o autor inicia o livro dando uma breve introdução sobre a inflação, como ela afeta a vida das pessoas e como ela é ruim para todo, ou quase todo mundo. Segundo ele os bancos lucram com o aumento da inflação, estes podem aumentar os seus juros nos empréstimos solicitados aumentando assim os seus lucros. Já os comerciantes também podem lucrar porque aumentam o valor dos seus produtos multiplicando assim os lucros. Estes compram uma mercadoria pelo valor mais baixo e estocam a espera de um aumento da inflação para assim poder vender suas mercadorias mais caras e consequentemente aumentar também os seus lucros. Se de um lado alguém ganha do outro lado obviamente alguém perde, que são os consumidores assalariados que veem o aumento dos preços subirem corroendo abruptamente o seu salário, onde na época que o autor escreveu o livro os preços aumentavam todo dia, e o salário era ajustado de seis em seis meses.

Segundo o autor os economistas culparam a politica de aumento de salários onde o pensamento dominante dizia que com o aumento da remuneração os preços dos produtos aumentavam logo em seguida gerando a inflação e com o golpe de 64 o governo militar acreditava realmente que os salários era a causa da inflação e com isso houve uma politica de arrocho salarial onde os trabalhadores foram duramente golpeados e acabaram perdendo os seus direitos, como o aumento salarial, direito a greve, fechamento dos sindicatos, onde, o único efeito desta politica foi o aumento da concentração de renda, onde os trabalhadores viram os seus salários brutalmente reduzidos enquanto os dos autos executivos viam seus salários subirem acima da inflação na época, ou seja, os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. Segundo Bueno todas essas politicas não deram certo e a inflação continuou subindo causando revoltas na classe trabalhadora.

No segundo capítulo o autor fala da derrota do governo militar para a inflação, onde os militares conseguiram reprimir os trabalhadores com tanta politica de arrocho salaria e perda de direitos e não conseguiram diminuir a inflação.

O governo militar tomou o poder em 64, com Castelo Branco prometendo controlar a inflação em três anos, e para tal adotou medidas que custaram caro ao país na época, como acabar com as eleições livres, fechar sindicatos, aplicar o arrocho salarial, criar o FGTS o que tornou mais fácil a demissão, diminuição do credito (onde este impediu o investimento das empresas para ampliar ou construir as suas fabricas), com isso a demanda diminuiria, onde sobrariam mercadorias e consequentemente a diminuição do preço. Entretanto argumenta o autor que todas essas medidas não fizeram a inflação diminuir, além da inflação alta provocou um desaquecimento na economia, onde as consequências foram fechamento de milhares de empresas e aumento do desemprego onde causou desagrado até nos setores empresariais que haviam apoiado o golpe.

De acordo com o autor o início do governo Costa e Silva (68-73) em que o controle da economia passou para Delfim Neto, este decidiu acelerar o crescimento abrindo crédito, e a produção respondeu rapidamente com o aumento da mesma. A economia pôde ter um aumento de 10% ao ano, estes anos foram conhecidos como os anos do Milagre Econômico, a produção aumentou e a inflação recuou, um feito raro para a economia capitalista onde o Brasil chamou a atenção e foi objeto de estudo dos economistas americanos, ingleses, alemães, etc. onde este feito só foi possível através de intensificação do arrocho salarial, controle de aumento de preços dos setores empresariais, combinadas com violenta repressão que impedia o protesto dos trabalhadores.

Bueno aponta que esse rápido crescimento provocou uma escassez de matérias primas e mão de obra, onde essas barreiras físicas impediram o crescimento da economia, em consequência, as matérias primas começaram a ser disputadas no mercado negro a preços bem superiores aos tabelados pelo governo, assim as empresas começaram propositalmente a diminuir a oferta de matérias primas e alimentos como protesto aos tabelamentos oficiais de preços, como consequência os preços dispararam, mas o governo mascarou as contas baseadas nos tabelamentos oficiais.

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