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A Educação como processo de socialização

Por:   •  9/5/2018  •  Resenha  •  2.084 Palavras (9 Páginas)  •  420 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR

CURSO LETRAS/ESPANHOL

Aluna: Mayara Val passos da Costa.

Professor: Otair Fernandes.

Disciplina: Sociologia e Educação.

Data de entrega:  22 de abril de 2018.

Assunto: Fichamento do texto: A educação como processo socializador: função homogeneizadora e função.

Autor: Émile Durkheim.

As definições da educação: exame crítico

 “A PALAVRA educação tem sido muitas vezes empregada em sentido demasiadamente amplo, para designar o conjunto de influências que, sobre nossa inteligência ou sobre a nossa vontade, exercem os outros homens, ou, em seu conjunto, realiza a natureza. Ela compreende, diz Stuart MILL, "tudo aquilo que fazemos por nós mesmos, e tudo aquilo que os outros intentam fazer com o fim de aproximar-nos da perfeição de nossa natureza. Em sua mais larga acepção, compreende mesmo os efeitos indiretos, produzidos sobre o caráter sobre as faculdades do homem, por coisas e instituições cujo fim próprio é inteiramente outro: pelas leis, formas de governo, pelas artes industriais, ou ainda, por fatos físicos independem da vontade do homem, tais como o clima, o solo; a posição geográfica" [...] difere da que os adultos exercem sobre as crianças e adolescentes. É unicamente esta última que aqui nos interessa e, por consequência, é para ela que convém reservar o nome de educação.” (pág.1)

"Não podemos, nem nós devemos dedicar, todos, ao mesmo gênero de vida; temos segundo nossas aptidões, diferentes funções a preencher, e será preciso que nos coloquemos em harmonia com o trabalho que nos incumbe. Nem todos somos feitos para refletir; e será preciso que haja sempre homens de sensibilidade e homens de ação. Inversamente, há necessidade de homens que tenham, como ideal de vida, o exercício e a cultura do pensamento. Ora, o pensamento não pode ser desenvolvido senão isolado do movimento, senão quando o indivíduo se curve sobre si mesmo, desviando-se da ação exterior" (pág.1-2)

 “[...] a definição utilitária, segundo a qual a educação teria por objeto "fazer do indivíduo um instrumento de felicidade, para si mesmo e para os seus semelhantes (James Mill); porque a felicidade é coisa essencialmente subjetiva, que cada um aprecia a seu modo. [...] Spencer ensaiou definir objetiva felicidade. Para ele, as condições da felicidade são as da vida. A felicidade completa é a vida completa. [...] O padrão de vida mínimo, abaixo do qual não consentiríamos em descer, varia infinitamente, segundo as condições, o meio e o tempo. O que, ontem, achávamos suficiente, hoje nos parece abaixo da dignidade humana; e tudo faz crer que nossas exigências serão sempre crescentes.” (pág.2)

"A educação tem variado infinitamente, com o tempo e o meio" (pág.2)

Nas cidades gregas e latinas:  

"[..] a educação conduzia o indivíduo a subordinar-se cegamente à coletividade, a tornar-se uma coisa da sociedade." (pág.2-3)

Em Atenas:

"[...] procurava-se formar espíritos delicados, prudentes, sutis, embebidos da graça e harmonia, capazes de gozar o belo e os prazeres da pura especulação." (pág.3)

Em Roma:

"[...] desejava-se especialmente que as crianças se tornassem homens de ação, apaixonados pela glória militar, indiferentes no que tocasse às letras e às artes." (pág.3)

Na Idade Média:

"[...] a educação era cristã, antes de tudo; na Renasça toma caráter mais leigo, mais literário." (pág.3)

Hoje:

"[...] esforça-se em fazer dele personalidade autônoma. [...] nos dias de hoje a ciência tende a ocupar o lugar que a arte outrora preenchia." (pág.3)

 

"Dir-se-á que isso não representa o ideal, ou que, se a educação tem variado, tem sido pelo desconhecimento do que deveria ser. O argumento é insubsistente. Se a educação romana tivesse tido o caráter de individualismo comparável ao nosso, a cidade romana não se teria podido manter; a civilização latina não teria podido constituir, por consequência, a civilização moderna, que dela deriva, em grande parte. As sociedades cristãs da Idade Média não teriam podido viver se tivessem dado ao livre exame o papel de que ele hoje desfruta." (pág.3)

 

"Os ensinamentos da história podem servir, quando muito, para que não pratiquemos os mesmos erros." (pág.4)

"Há costumes com relação aos quais somos obrigados a nos conformar; se os desrespeitarmos, muito gravemente, eles se vingarão em nossos filhos. [...] que eles tenham sido educados, segundo ideias passadistas ou futuristas, não importa; num caso como noutro, não são de seu tempo e, por consequência, não estarão em condições de vida normal." (pág. 4)

         "Todo o passado da humanidade contribuiu para estabelecer esse conjunto de princípios que dirigem a educação de hoje; toda nossa história aí deixou traços, como também o deixou a história dos povos que nos precederam. [...], Quando se estuda historicamente a maneira pela qual se formaram e se desenvolveram os sistemas de educação, percebe-se que eles dependem da religião, da organização política, do grau de desenvolvimento das ciências, do estado das indústrias, etc. Separados de todas essas causas históricas, tornam-se incompreensíveis." (pág.4)

  Definição de educação

"Para definir educação, será preciso, pois, considerar os sistemas educativos que ora existem, ou tenham existido, compara-os, e aprender deles os caracteres comuns. O conjunto desses caracteres constituirá a definição que procuramos." (pág.5)

"Não há povo em que não exista certo número de ideais de sentimentos e de práticas que a educação deve inculcar a todas as crianças, indistintamente, seja qual for a categoria social a que pertençam. Mesmo onde a sociedade esteja dividida em castas fechadas, há sempre uma religião comum a todas e, por conseguinte, princípios de cultura religiosa fundamentais, que serão os mesmos para toda a gente. Se cada casta cada família tem seus deuses especiais, há divindades gerais que são reconhecidas por todos e que todas as crianças aprendem a adorar. E, como tais divindades encarnam e personificam certos sentimentos, certas maneiras de conhecer o mundo e a vida, ninguém pode ser iniciado no culto de cada uma, sem adquirir, ao mesmo passo, todas as espécies de hábitos mentais que vão além da vida puramente religiosa. Igualmente, na Idade Média, servos, vilões, burgueses e nobres, recebiam todos a mesma educação cristã" (pág.6)

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