A Síntese do Documentário Sobre o Hospital Psiquiátrico
Por: Alexander Bahllmer • 2/9/2018 • Resenha • 684 Palavras (3 Páginas) • 202 Visualizações
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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFACISA
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE CAMPINA GRANDE (FCM - CG)
CAMPINA GRANDE, 30 DE JULHO DE 2018
DISCENTE: JOSIKWYLKSON COSTA BRITO
COMPONENTE CURRICULAR: SAÚDE COLETIVA V
Síntese do documentário sobre o hospital psiquiátrico de Barbacena - MG
O filme apresentado em sala de aula é um típico retrato de como pacientes de diagnóstico (ou, pelo menos, com suspeita) psiquiátrico eram tratados. Embora seja um problema, infelizmente, recente, a opressão estrutural e cultural que sofreu esse grupo é datada de vários séculos. Foram sempre vistos como pacientes incuráveis, que apenas deveriam receber cuidados paliativos até sua morte, enquanto eram excluídos da sociedade e tinham todas as suas dignidade e liberdade retiradas pelo puro argumento de que não eram capazes de estarem inseridos na população "normal". No filme, essa afirmação fica bem explícita a partir do momento em que se cita a frase "O objetivo não é a cura, mas o controle". A mesma voz, que aparenta identificar um funcionário entrevistado, continua: "Nunca vi doente curado".
O hospital psiquiátrico, nome eufêmico para manicômio, tem a aparência de um presídio à moda antiga. Não há doentes que precisem ser tratados, e sim "loucos" que necessitem ser isolados e jamais reinseridos na sociedade. Questão semelhante é vista nos presídios "à moda antiga", termo utilizado por mim para descrever a justiça punitiva. Em seu raciocínio, diz-se que não há criminosos que precisem ser reabilitados, e sim que devem ser isolados e jamais inseridos na sociedade. Aprofundando-se mais um pouco na analogia, enquanto muitos inocentes são submetidos arbitrariamente ao sistema prisional, a mesma situação ocorria com não-doentes ao sistema psiquiátrico da época. Indo ainda mais fundo, enquanto dar esse tratamento aos presídios expõe inocentes a uma interna rede social que funciona como "fábrica de criminosos", a exposição dos não-doentes a um ambiente tão insalubre quanto o dos manicômios pode ter funcionado como uma "fábrica de doentes".
O contexto para essa fábrica é fácil de entender. Em comentários do filme, um funcionário afirma que os segregados "eram verdadeiros animais". O próprio filme comprova a frase demonstrando que, no local, não há nenhuma dimensão ou percepção temporal, os pacientes apenas sabiam o horário de se alimentar e dormir. Sendo assim, os pacientes eram submetidos ao ócio (nesse caso, improdutivo). Vários trechos do documentário mostram os internos cantando músicas populares e patriotas, como maneira de passar o tempo que estariam fadados a viver lá dentro. Que eu tenha conseguido identificar, há canções de Raul Seixas e outras forjadas pela República Brasileira, como o Hino do Brasil e a Canção do Expedicionário (clássico cântico usado por tropas brasileiras na Segunda Guerra Mundial). Além disso, há um completo descaso na higiene pessoal e nos cuidados clínicos, ficando a situação evidente no início do filme, quando os pacientes imploram por assistência médica. Os pacientes também eram até mesmo colocados em quartos com grades, retirando mais ainda o pouco de liberdade que já havia sido tirada.
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