A Sociologia como Passatempo Individual
Por: Thiago Lopes Ribeiro • 1/9/2022 • Resenha • 873 Palavras (4 Páginas) • 221 Visualizações
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RESENHA: A SOCIOLOGIA COMO PASSATEMPO INDIVIDUAL[pic 3]
Brasília/DF
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A obra “ Perspectivas Sociológicas: uma visão humanística ” de Peter Berger (1929-2017) foi lançada em 1963 nos Estados Unidos, mas sua primeira edição na língua portuguesa para o Brasil chegou em 1986 pela editora Vozes. O livro contém 202 páginas e oito capítulos, dos quais aqui, iremos tratar somente sobre o primeiro.
Para um leigo em sociologia, falar com clareza e nitidez o que é essa profissão e como atuam os profissionais dessa área pode ser algo complicado. Por essa razão o capítulo 01 do exemplar de Berger, “ A Sociologia como Passatempo Individual”, introduz o leitor nos paradigmas pré-concebidos acerca dos sociólogos pela sociedade, e tenta desmistificar essas suposições errôneas com o auxílio de outros exemplos e de explicações simples e coerentes.
O capítulo possui uma linguagem interessante e um método prático para facilitar a vida do leitor. Em 26 páginas, de maneira pouco perceptível, o autor separa o texto em duas partes. A primeira é onde ele narra as diferentes visões sobre os sociólogos (cinco no total), e na segunda apresenta a sua própria visão sobre o problema em análise. Digo que é pouco perceptível, porque em nenhum momento existe uma ruptura ou separação dos temas em subtítulos, o texto é fluido e contínuo.
A primeira indagação de Berger é sobre a ausência de piadas sobre sociólogos, justamente pelo pouco conhecimento que se tem sobre eles. Assim, é introduzido o primeiro pré-conceito: os sociólogos como assistentes sociais. Logo depois desse, nos deparamos com um outro paradigma, o dos sociólogos como reparadores sociais. Para o autor esses dois conceitos são errados, tendo em vista que o interesse do sociólogo é compreender as relações humanas, e não tentar achar soluções para os problemas dos homens.
Partindo desse ponto encontramos mais um conceito, que segundo Berger não é nem totalmente errado, nem totalmente certo: os sociólogos como coletores de estatísticas. Nesse caso, o leitor é situado em um pequeno contexto histórico. Durante e depois da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o cientista social se afastou da teoria para tentar garantir melhores campos e a sua sobrevivência. Mesmo já tendo passado alguns anos, esse modus operandi continua sendo estimulado por universidades e pelo governo norte americano. Mas é importantíssimo salientar que nem tudo que é estatístico também é sociológico. Nesse sentido a estatística tem a função de mostrar outras visões de análise para os sociólogos, sendo assim, um elemento auxiliar
Os últimos dois pré-conceitos são: o sociólogo como um ser ocupado, e o sociólogo como um homem frio e manipulador. Os dois partem dos que não gostam tanto da sociologia. O primeiro pelos outros acadêmicos de humanidades, e o segundo pelos que realmente não tem afeição pela ciência social. De certa forma, não é errado, mas possui um olhar enviesado para o negativismo, ou seja, esses paradigmas não abraçam a sociologia por completo.
Saindo dos conceitos da sociedade, entramos na resposta de Berger para o que é a sociologia e sua profissão. Uma frase presente no texto que de certa forma resume muita coisa é: “(...) o sociólogo, então, é uma pessoa que se ocupa de entender a sociedade de uma maneira disciplinada” (página 26). Isto porque os sociólogos são assíduos teóricos, e suas grandes preocupações tem a ver com metodologias científicas e com a terminologia das palavras.
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