A Sociologia e o Despertar da Modernidade
Por: Gesonita • 16/4/2017 • Artigo • 528 Palavras (3 Páginas) • 286 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
UNIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA - MODALIDADE A DISTÂNCIA
COMPONENTE CURRICULAR: Sociologia Educacional I
PROFESSOR PESQUISADOR: Drª Edilene Santos
PROFESSORES MEDIADORES: Israel Soares e Jivago Barbosa.
A Sociologia é filha do conjunto de transformações que envolveram extraordinariamente o século XVIII, conhecido como o “Século das Luzes”, particularmente pela elite intelectual francesa desse mesmo período, envolvida com o movimento enciclopedista. Já na Inglaterra, o Empirismo Científico foi resultado de uma sociedade pautada pela necessidade de “respostas” para problemas específicos, como a industrialização moderna.
Tanto na França quanto na Inglaterra, nações líderes da nova Europa que começava a ser gestada, encontram-se as raízes formadoras dessa nova ciência. O impacto ocasionado por mudanças tão profundas exigia um novo olhar científico dessa nova realidade. As ciências que existiam na época não ofereciam “ferramentas” adequadas que possibilitassem a compreensão desse mundo novo.
Na Inglaterra, já havia uma experiência de Estado Liberal que permitiu um espetacular crescimento daquilo que Marx chamou de Forças Produtivas do Modo de produção Capitalista. Uma burguesia financeira (banqueiros), associada a uma burguesia industrial, o que demonstrava uma dinâmica social bastante intensa nesse período. No outro extremo, percebe-se a formação de um proletariado urbano industrial, ícone da nova realidade urbana que passava a dominar a nova paisagem geográfica desse país. Esse mesmo proletariado sofrerá as consequências de uma mecanização e especialização aceleradas do trabalho na produção industrial, bem retratada no filme “Tempos Modernos” de Charles Chaplin, que mostra a coisificação do trabalhador como se ele fosse apenas uma peça de engrenagem da grande máquina de produção industrial capitalista. Marx, no seu livro “Trabalho Alienado”, já havia mencionado as perdas que esse trabalhador passou a ter após a industrialização moderna. Concomitantemente à exploração capitalista, verifica-se um substancial crescimento de consumo de bens industrializados em todas as classes sociais, o que significou a mudança de padrões e hábitos culturais de toda a sociedade inglesa.
Na França, uma sociedade marcada pela força das classes sociais agrárias, ainda fruto de um passado feudal marcante; uma nobreza extremamente arraigada ao poder de usufruto do Estado, parasitária, mantida na liderança da sociedade francesa, graças a uma classe clerical que justificava a perpetuidade de seu comando a partir do direito divino. Diferente da Inglaterra as forças produtivas se encontravam estancadas devido a essa mentalidade conservadora e retrógrada. O resultado foi uma revolução sangrenta com consequências duradouras para a França, como também para a Europa.
Diante desses dois exemplos históricos de transformações socioeconômicas, políticas e culturais, a Sociologia se posiciona como uma Ciência propositiva e não meramente reflexiva que busca dar resposta as demandas sociais de uma dada realidade. Nesse aspecto é natural que ela seja a expressão teórica dos movimentos revolucionários como se pode observar na citação de Carlos B. Martins, em seu livro, “O que é Sociologia”. É tão certo esse caráter revolucionário da Sociologia que no caso brasileiro foi banido das universidades pelos golpistas militares de 1964, retornando ao currículo escolar e acadêmico, décadas depois. Apesar de Karl Marx não ser propriamente um sociólogo (ele era filósofo), deixou uma frase emblemática no seu livro “Teses sobre Feuerbach: Os filósofos já passaram muito tempo interpretando o mundo, cabe agora transformá-lo”.
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