Algumas análises de relações sociais no capitalismo contemporâneo
Por: crisser15 • 5/9/2015 • Trabalho acadêmico • 7.055 Palavras (29 Páginas) • 237 Visualizações
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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
Campus MR - Unibero
Ciências Contábeis
Ciências Sociais
Profª Cláudia Benedetti
Tutor Presencial Jamil Ayyad
Ideologia e Sociedade: algumas análises de relações sociais no capitalismo contemporâneo.
Flávio Diego Teixeira de Faria | 7375582067 |
Erica da Conceição Bandini | 7375563978 |
Josicleide Maria dos Santos | 7985726818 |
Marcos Aparecido Espanhol | 7581616076 |
Maria Cristina Seraidarian | 7377584346 |
São Paulo
2013
Sumário
1. INDIVÍDUO, CULTURA E SOCIEDADE.
1.1. Sociologia e Relatividade.
1.2. Durkheim: fato social e conservação.
1.3. Marx e Engels: ideologia e ruptura.
2. INTERAÇÕES SOCIAIS CONTEMPORÂNEAS: TRABALHO E CONSUMO.
3. IMAGENS, IDEOLOGIA E A POSSIBILIDADE DE RUPTURA.
4. MEIO AMBIENTE E PROGRESSO.
5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS:
- INDIVÍDUO, CULTURA E SOCIEDADE.
- Sociologia e Relatividade.
Ao longo da história do pensamento ocidental, os grandes filósofos sempre estiveram ocupados com o estabelecimento de critérios que possibilitassem a distinção absoluta entre o verdadeiro e o falso. Desde o mundo grego, a verdade foi pensada a partir da suposição de sua necessidade, universalidade e eternidade. Desse ponto de vista, é possível afirmar que o projeto de pensar cientificamente a sociedade promoveu uma radical inversão epistemológica. Afinal, nada poderia ser mais contrário à visão universalista da filosofia do que o relativismo implicado na sociologia desde a sua constituição como ciência.
Grosso modo, pode-se dizer que para uma perspectiva sociológica, mesmo as ideias mais gerais tais como as noções de realidade e verdade são formadas histórica e socialmente. Portanto, nenhum conhecimento poderia ser alçado à categoria de absoluto se todas as formas de pensar estão calcadas na contingência do todo social sobre a qual se erigiram (Cf. BERGER & LUCKMANN, 1978, pp. 11- 34).
O relativismo como pressuposto epistemológico fundamental da sociologia remete ao debate intelectual contemporâneo ao nascimento da disciplina. No presente trabalho, pretende-se argumentar no sentido de mostrar como a investigação sociológica tende a problematizar a noção que tradicionalmente se tem da autonomia dos indivíduos a qual, ao menos a partir da modernidade, serviu de principal fundamento para a universalidade do conhecimento. Recorre-se à análise da compreensão geral que têm da sociedade duas das mais importantes tendências sociológicas, a saber, o funcionalismo derivado de Durkheim e o pensamento crítico revolucionário iniciado por Marx e Engels[1]. Pois, a despeito das significativas diferenças entre as sociologias marxistas (de caráter crítico-revolucionário) e durkheimianas (de caráter conservador), entre essas tendências há em comum a percepção de que as categorias que estruturam a experiência humana não são uniformes, mas variam culturalmente.
Para esclarecer a mediação cultural dos fenômenos sociológicos, em especial daqueles que se desenvolvem a partir da modernidade histórica, sugere-se uma análise das tensões que se desenvolvem entre as noções durkheimiana de “fato social” e a noção marxista de “ideologia”.
- Durkheim: fato social e conservação.
Para começar a análise, é importante evocar a seminal posição de Émile Durkheim, um dos fundadores da sociologia. Sobre o método sociológico de Durkheim, Bianca Wild escreve:
A filosofia possui um método dedutivo de conhecimento, que parte da tentativa de explicar a sociedade a partir do conhecimento da natureza humana. Ou seja, para os filósofos o conhecimento da sociedade pode ser feito a partir de dentro, do conhecimento da natureza do indivíduo. Como a sociedade é formada pelos indivíduos, a filosofia tem a prática de explicar a sociedade (e os fatos sociais) como uma expressão comum destes indivíduos. De outro lado, se existe uma natureza individual que se expressa coletivamente na organização social, então pode-se dizer que a história da humanidade tem um sentido, que deve ser a contínua busca de expressão desta natureza humana. Para Adam Smith, por exemplo, dado que o homem é, por natureza, egoísta, motivado por fatores econômicos e propenso às trocas, a sociedade de livre mercado seria a plena realização desta natureza. Para Hegel, a história da humanidade tendia a crescentemente afirmar o espírito humano da individuação e da liberdade. Para Marx, a história da sociedade era a história da dominação e da luta de classes, e a tendência seria a afirmação histórica, por meio de sucessivas revoluções, da liberdade humana e da igualdade, por meio do socialismo. Para Durkheim, estas concepções eram insuportáveis, pois eram deduções e não tinham validade científica, eram crenças fundamentadas em concepções a respeito da natureza humana. Durkheim acreditava que o conhecimento dos fatos sociológicos deve vir de fora, da observação empírica dos fatos (WILD, s/d).
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