Análise sociológica do filme: O homem que viu o infinito
Por: Marques Pereira • 8/5/2017 • Trabalho acadêmico • 790 Palavras (4 Páginas) • 3.034 Visualizações
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - UNIR
CURSO DE PSICOLOGIA
Disciplina: Sociologia
Docente: Daniele Severo
Discente: Marques pereira silva de aquino
O HOMEM QUE VIU O INFINITO: UMA ANÁLISE SOCIOLÓGICA
Srinivāsa Rāmānujan, gênio da matemática autodidata indiano, que tem origem pobre na cidade de Madras, tem o sonho de seguir seus estudos e mostrar ao mundo seu trabalho para a matemática. Sem formação acadêmica e já casado, ele procura emprego com insistência, porém só recebe olhares e comentários que ressaltam sua inadequação para os cargos. Esses olhares são uma das atitudes que um cientista sempre vai ter de um indivíduo que ainda não mostrou seus métodos para chegar até a conclusão de algo, ou seja, definir um trabalho como ciência. Visto que ciência se baseia em conhecimentos sistematizados adquiridos via observação, identificação, pesquisa e explicação de determinadas categorias de fenômenos e fatos, e formulados racionalmente por um processo metodológico. A princípio Rāmānujan consegue um trabalho como assistente em uma firma de contabilidade.
Então Rāmānujan escreve uma carta ao matemático Hardy (Jeremy Irons), em Cambridge, falando sobre suas equações e pedindo para continuar seus estudos. Hardy se impressiona e chama Rāmānujan para Cambridge. Homem religioso, Rāmānujan sabe que não poderia ir, mas crê que Deus lhe mostra os números e, portanto, é sua missão continuar. Essa crença de que Deus lhe mostra os números não é aceita quando se trata de ciência e academia pois a academia quando se trata de equações ou qualquer trabalho de cunho científico não abrange para a fé o caminho a ser tomado para chegar a conclusões de uma pesquisa, são aceitos somente processos que podem ser testados e formulados por um processo metodológico como explicado no parágrafo acima.
Depois do pedido aceito para continuar seus estudos em Cambridge ele deixa família e mulher em Madras para concluir os estudos e ter seu nome nos anais da história, mostrando para ele mesmo que a pesar das dificuldades, ele soube equilibrar a fé e razão e a razão não pode desmantelar a fé e nem a fé pode desmantelar a razão visto que o homem dominou a natureza, mas não consegue dominar as suas paixões e interesses particulares e também temos a ciência que vive em busca de explicações mas dificilmente terá todas as respostas.
Nessas épocas de 1887, ano em que Rāmānujan nasceu existia muito racismo quando se tratava dos britânicos em relação aos indianos, não que essas práticas de racismo não existam mais, mas que no contexto histórico e no filme essas práticas ficam bem claras. O racismo é praticado até os dias de hoje, e não existem ideias fixas de quem é vítima ou agressor, pois todos podem sofrer esse tipo de crime ou cometê-lo.
Um exemplo de racismo foi o de Shilpa Shetty, a atriz de Bollywood foi objeto de insultos racistas no Big Brother britânico no ano de 2007, ela venceu o programa mas teve que conviver com muito racismo dentro da casa, alguns participantes chegaram a chamar a artista indiana de "cadela", adjetivo ao qual a atriz reagiu com calma e dignidade. A principal acusada de racismo, Jade Goody, expulsa da casa, admitiu que seu comportamento tinha sido "desagradável", mas negou qualquer ato de racismo. Casos como esse nos mostram que o racismo é vivenciado até os dias de hoje e com intenções pífias que podem ser xenofobia, patriotismo exacerbado, e muita das vezes o etnocentrismo que existe em grande escala no mundo.
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