Boas e as limitações do método comprativo

Boas e as limitações do método comparativo

A concepção de leis gerais que regem o desenvolvimento de diversas culturas é insuficiente para explicar como culturas em diversas parte do globo se desenvolveram, quando comparamos uma cultura a outra, como de uma tribo na Sibéria e outra no Alasca, afirmando que as mesma se encontram no mesmo estágio evolutivo rumo ao patamar de civilização, desconsideramos diversas particularidades que constituem tais culturas, pela simples visão de que são sociedades inferiores rumo ao progresso.

É preciso entender que no processo de desenvolvimento de cada cultura constituem fatores essencialmente singulares que influencia na construção de seus costumes, segundo Boas o método comparativo não engloba as diversas particularidades que compõem cada cultura, pois negligencia suas características particulares, as colando em uma escala evolucionista cultural unilinear, de forma que gera diversas generalizações empobrecendo a compreensão de cada cultura em particular, no entanto Boas entende que o fenômenos etnológicos são particulares para cada cultura e que está influenciado por diversos fatores, como, externos (o ambiente onde tal cultura se localiza) internos (questões psicológicas fundamentais para cada cultura) e histórico (tentando compreender qual a trajetória daquela cultura e qual sua influenciação com o contato perante outras culturas), ao não analisar essas condições, o estudo etnográfico está passível de generalizações pretensiosas de um funcionamento uniforme da mente humana “Até o exame mais superficial mostra que os mesmo fenômenos podem se desenvolver por múltiplos caminhos, sendo possível o desenvolvimento étnico em diferentes contextos”.

No entanto não se pode dizer que a mente humana funciona da mesma forma em diferentes contextos, mesmo que haja fenômenos similares em diferentes contexto, o pensamento humano não está condicionado a uma lei geral que define seu progresso evolutivo de uma posição inferior para outra superior de forma quantitativa.

O método Histórico é a alternativa que Boas apresenta para entender o desenvolvimento cultural humano a ponto de não colocar numa escalar linear de progresso, mas sim apreender de forma singular o que compõe cada cultura, compreendendo os diversos fatores que influenciaram no seu desenvolvimento, analisando intimamente a constituição singular daquela cultura “descobrindo os processos que, em casos definidos levam ao desenvolvimento de certos costumes” que o método comparativo não abrange pela sua objetificação de sociedades em relação a outras, aliando leis gerais de funcionamento “ela não pode se limitar a comparar apenas os resultados desse desenvolvimento, mas deve comparar os processos de desenvolvimento por intermédio de estudos de culturas em pequenas áreas geográficas” no entanto “o método histórico atingiu uma base mais sólida ao abandonar o princípio de supor conexões onde quer que se encontre similaridades culturais”.