Classes dominantes e hegemonia na republica velha
Por: Paula Rodrigues • 4/5/2017 • Tese • 603 Palavras (3 Páginas) • 325 Visualizações
a) Introdução
I) Problema da pesquisa: o bloco no poder da economia agroexportadora na República Velha.
II) Hipóteses centrais: 1) crises políticas como resultado das tensões no interior do bloco no poder da economia agroexportadora; 2) setor agroexportador heterogêneo, constituído de grande capital cafeeiro e médios produtores (polêmica com concepção homogeneizadora “burguesia do café”); 3) capital cafeeiro mercantil-exportador como fração hegemônica na República Velha.
III) Capítulos: 1) configuração das frações autônomas (forças sociais) no interior da sociedade agroexportadora - a lavoura e a burguesia comercial urbana como fração hegemônica; 2) capital industrial como força social consciente mas subordinada ao setor agroexportador; 3) presença econômica e política do capital estrangeiro, sua representação na política estatal e sua relação com as demais frações; 4) o regionalismo como expressão dos conflitos no interior do bloco no poder e a polêmica com a concepção das “oligarquias regionais”.
IV) Conceitos mobilizados:
a) Frações autônomas de classe → frações que intervém no processo político como força social (com posição política e ideológica própria). Entendimento das classes /frações dentro de um processo de luta de classes, isto é, não-estático e pré-definido pela base econômica, mas histórico e dinâmico.
b) Fracionamento de classe (nacional, interior, compradora) → posições/comportamentos/relações frente o capital estrangeiro, de acordo com a base de acumulação (dentro ou fora da formação social) e o nível de dependência.
c) Bloco no poder e hegemonia → i) bloco no poder como unidade de contrários complexa e conflituosa da burguesia em sua relação com o Estado, concentrando a luta política entre as frações burguesas e assegurando sua unidade através de um elemento dominante. A unidade/síntese da luta interna das frações burguesas sob a predominância de uma delas (bloco no poder) se expressa e materializa no Estado; ii) hegemonia como a fração politicamente preponderante no interior do bloco no poder (fração hegemônica), que tem seus interesses atendidos prioritariamente pela política Estatal (cujo conteúdo é produto da luta política e da relação de forças entre as frações). A hegemonia é assegurada pela unidade do bloco no poder em torno dos interesses gerais de classe; pela apresentação dos interesses específicos da fração hegemônica como interesses gerais/nacionais (“transmutação”); e pelas concessões econômico-corporativas (nunca políticas) da classe dominante para as frações subordinadas e classes dominadas (equilíbrio instável de compromisso).
d) Capital cafeeiro → bloco constituído e atravessado pela contradição entre as frações do grande capital cafeeiro e a lavoura (médio capital). O grande capital cafeeiro abrangendo as atividades ligadas à economia cafeeira, principalmente a atividade comercial, e o médio capital cafeeiro como a camada inferior, ligada exclusivamente aos médios produtores/proprietários de terra (lavoura). Os conflitos se davam em torno das tarifas de energia e ferroviária, especulação comercial, falta de crédito, etc.
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