Fichamento de Citação Comentado
Por: Dácio Lima • 25/3/2017 • Resenha • 1.925 Palavras (8 Páginas) • 919 Visualizações
FACULDADE METROPOLITANA DA GRANDE FORTALEZA – FAMETRO
Curso: Serviço Social – 8º. Semestre – Noite
Formação Étnica Brasileira – Professor: Mardônio Guedes
Glailton Dácio Gonçalves de Lima
Fichamento de Citação Comentado
RATTS, Alex. DAMASCENA, Adriane A. Participação africana na formação cultural brasileira. In: Educação africanidades Brasil. MEC – SECAD – UnB – CEAD – Faculdade de Educação. Brasília. 2006. p. 168 -183.
- ÁFRICAS E BRASIS: CULTURAS PLURAIS
“No processo de colonização, o país que denominamos Brasil também se formou no encontro/confronto de etnias e sociedades “européias”, “africanas”, “indígenas” (outra denominação externa). ” (Pág. 169)
Comentário: Há uma miscigenação de culturas na formação sócio-histórica do povo brasileiro, não somos oriundos de um grupo único étnico.
- A PARTICIPAÇÃO AFRICANA NA FORMAÇÃO CULTURAL BRASILEIRA
“Os africanos, na sua maioria, ao serem forçados a vir para o Brasil, traziam consigo sua própria África, composta de lembranças e desejos. Um patrimônio cultural material e imaterial inscrito nos objetos, hábitos, textos orais e escritos, rituais, jogos, folguedos e muitas histórias. Lembranças e saberes que dizem respeito à religião, à tecnologia e ao trabalho, que podem ser preservados quando recriados no estilo de vida, nas habilidades artísticas, nos rituais religiosos e nas soluções técnicas e procedimentos intelectuais. ” (Pág. 170)
Comentário: Cada um dos africanos que foram enviados para o Brasil trouxe consigo sua individualidade, seu modo de ver a vida, e mais, vive-la, cada um com sua própria história de vida, que a partir dali seriam impressas novas experiências, porém sem deixar de lado toda sua bagagem cultural, toda sua história pessoal, propriamente dita.
“ Não podemos perder de vista que, no Brasil, muitas expressões culturais negras estão fundamentadas em um princípio de resistência e de não submissão, construindo a idéia de que “a felicidade do negro é uma felicidade guerreira”, como Gilberto Gil e Waly Salomão nos dizem na letra de Zumbi, no filme Quilombo. A resistência se dá diante da expropriação, a qual a população negra experienciou ao longo da História. ” (Pág. 170)
Comentário: Podemos concluir que diante de toda exploração vivida pelos negros naquele momento, os mesmos não se deixavam abater e tinham dentro de si um sentimento de resistência e força para seguir em frente, uma força que os motivava a seguir em frente.
- CULTURA E TRABALHO
“Há muitas formas de se perceber práticas de um passado que ainda permanecem. O trabalho é um dos nexos fundamentais para entender uma sociedade que, renovadamente, revela-se excludente e produtora de profundas desigualdades. Ainda nos dias de hoje, entre os sujeitos de várias práticas culturais e artísticas afro-brasileiras, encontramos pessoas que trabalham como lavradores, cozinheiras, babás, pedreiros, garis, e que são pouco reconhecidas como produtores de arte e cultura. ” (Pág. 171)
Comentário: Há uma desvalorização do trabalho desenvolvido pela população negra, eles ainda são vistos por muitos como escravos, herança de um passado que não sai da cabeça das classes que detém o poder. Ainda hoje há uma exploração do trabalho e um pensamento preconceituoso com os negros. Muitos ainda acham que negros não possuem capacidade de ocupar cargos de chefia.
“Em todo o período escravista africanos escravizados trabalharam no serviço doméstico, tanto nas fazendas quanto nas casas e sobrados urbanos. As chamadas “mucamas” ou “amas de leite” foram mulheres negras exploradas além do que era considerado trabalho. Eram também tratadas como objetos sexuais, aviltando ainda mais a condição exploratória e redutora do ser humano e de seus corpos. ” (Pág. 172)
Comentário: Além da exploração trabalhista, muitas escravas eram exploradas sexualmente, aumentando assim o quadro de miscigenação brasileiro. Até hoje homens ainda pensam que podem se utilizar dos corpos de suas empregadas, gerando assim um alto índice de assédio sexual em lares e empresas.
- REFERÊNCIAS AFRICANAS: INFLUÊNCIAS EM TRADIÇÕES QUE SE RECRIAM
“O patrimônio cultural da população negra é composto de bens materiais e imateriais, que são expressões dessas comunidades, nos mais diferentes aspectos: objetos, costumes, canções, rituais, encontrados na religião, na culinária, nos modos de tecer e de vestir. ” (Pág. 172 e 173)
Comentário: Todo o acervo cultural dos negros é observado no modo como eles vivem seu cotidiano, no tipo de alimentação e até mesmo na maneira de se vestir.
MÚSICA NEGRA
“As identidades negras contempladas na música brasileira são, hoje, o resultado de muitas implicações históricas, entre elas a tradição da oralidade de inúmeras culturas africanas, que se destaca pela força do improviso, presente em muitas expressões musicais, como nos cantos do congado, jongo, capoeira e no próprio samba (no tradicional pagode ou partido alto). ” (Pág. 173)
Comentário: A música negra é um aparato de inúmeras tradições negras, reflexo de sua cultura e de toda sua trajetória, desde de sua descendência até os dias atuais. Por meio dela, suas tradições se perpetuam e não se dissolvem suas marcas históricas.
- CULTURA AFRO-BRASILEIRA E ESPAÇO
“Ao abordarmos a participação africana e afro-brasileira na cultura brasileira, não poderemos deixar de tratar dos referenciais espaciais atribuídos ou construídos. Inicialmente, destacamos os porões dos navios negreiros, com sua disposição degradante de pessoas tratadas como coisa e mercadoria, fato que marca a grande travessia do Atlântico e a desigualdade que estaria por se reconstituir em terra. ” (Pág.174)
“Logo em seguida, ressaltamos os locais de vendas de escravizados, como praças, largos e mercados, como exemplos o Largo da Memória em São Paulo, o mercado do Valongo no Rio de Janeiro ou o atual prédio do Centro de Cultura Negra no Maranhão. Separados por condição física, sexo e faixa etária, os africanos viveram nesses locais um outro espaço de segregação. Nessa linha, incluímos as partes de edifícios rurais e urbanos, como as senzalas e cafuas, verdadeiras prisões, das quais por todo o país temos registros arquitetônicos e urbanísticos. “ (Pág. 174)
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