Historias do Atlântico Português
Por: Larissa Silveira • 5/7/2018 • Trabalho acadêmico • 371 Palavras (2 Páginas) • 201 Visualizações
Histórias do Atlântico Português – P. 255 a 261
Wood destaca que, a demanda de uma economia de exportação no Brasil colonial foi suprida pelo trabalho escravo, desse modo, os proprietários e compradores de escravos definiam suas preferências pelos “tipos” de escravos com base na faixa etária, no sexo e na cor, mas o local do nascimento implicava e determinava as preferências dessa espécie de política de aquisição. O autor narra a existência de evidências amplas tanto no Brasil colonial, quanto na América anglo- saxã continental sugerindo a possibilidade de que escravos nascidos na África, possuíam conhecimentos agrícolas, do controle da água para irrigação e também de tecnologias de mineração.
Tendo em vista que, esses conhecimentos eram não só, de suma importância e extremamente determinante, mas cruciais para o desenvolvimento agrícola e econômico nas Américas. É necessário então destacar que essas tecnologias cruciais foram transferidas inicialmente da África para o Novo Mundo e não da Europa como é mostrado pela historiografia. Além dos homens, as mulheres escravas também eram alvo de preferência não apenas pelo preço inferior, sua sagacidade comercial era uma habilidade desejada e cobiçada no Novo Mundo, por outro lado essa habilidade facilitaria que as mulheres nascidas na África obtivessem sua liberdade no Brasil.
Nesse sentido, o autor faz comparativos que explicitam os costumes, diferenças e peculiaridades dos escravos nascidos na África e os nascidos no Brasil. Foi colocada em evidência a demonstração de respeito aos mais velhos e à antiguidade essencial às sociedades africanas por parte dos escravos vindos da África, bem como, a característica poliglótica, o código cultural africano de hierarquia, etiqueta e comportamento. Sendo assim, é perceptível a presença no Brasil de costumes, na culinária, na música, na dança, nos instrumentos musicais de percussão e corda, na religiosidade e em algumas tradições africanas trazidas para o Brasil.
Por conseguinte, Wood chama atenção para o desenvolvimento e consolidação da experiência e vivencia africana no Brasil “[...] na medida em que o debate tem sido desenvolvido no contexto institucional da escravidão em particular. Daí a construção de um contexto caracterizado pela hibridação, especialmente luso-brasileira, e pela hifenização na nomenclatura que se refere à mistura de culturas com componente africano : afro-baiano e afro-carioca.” (WOOD RUSSELL, p. 260)
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