Metodologia Sociológica em Karl Marx
Por: Carla Vandanezi • 13/9/2016 • Dissertação • 786 Palavras (4 Páginas) • 1.262 Visualizações
Metodologia Sociológica em Karl Marx
Por Carla Vandanezi, graduanda em Ciências Sociais
Universidade Federal de Juiz de Fora
18 de julho de 2016
O método marxista de análise social se fundamenta a partir da elaboração de uma hipótese, de uma tese e de uma síntese, formando um ciclo no qual seu objetivo é chegar o mais próximo da verdade. Não é uma proposta metodológica como as outras.
Marx explica seu método a partir de um dado país e seu ponto de vista econômico, no qual se fragmenta de uma população, divisão de classes, cidade, campo, mar, produções, mercadorias, etc. Diz que deste modo até parece ser correto começar a explicar pelo concreto, logo, no caso da economia começaria pela população, cujo seu fundamento engloba o ato social como um todo, porém se for considerado de maneira mais rigorosa, isso demonstra falso, assim, ele considera a população como abstração. “A população é uma abstração quando deixo de fora, por exemplo, as classes das quais é constituída. Essas classes, por sua vez, são uma palavra vazia se desconheço os elementos nos quais se baseiam” (MARX: 1858), elementos estes como o trabalho, salário, capital etc. Portanto, se começasse pela população seria uma representação caótica do todo, e mediante a uma determinação mais correta chegaria a conceitos cada vez mais simples, isto é, do concreto representado atingiria conceitos abstratos mais simples. Por esse motivo, retornaria até que chegasse de novo à população, mas com uma representação diferente, com conhecimento e determinações mais ricas.
Na primeira via, a representação foi determinada como abstrata; na segunda essas determinações abstratas chega ao concreto por meio do pensamento. “O concreto é concreto porque é a síntese de múltiplas determinações, portanto, unidade da diversidade” (MARX: 1958). Portanto, o concreto surge do pensamento como processo da síntese, como resultado e não como ponto de partida. Não pode existir, exceto como relação abstrata, que seria a práxis, um concreto já dado.
Para Marx “o concreto é o pensado, refletido”. E a ideia de abstração sem o concreto pode ser considerado práxis, no qual enxerga o entendimento como algo que completa o concreto, assim, o concreto é pensado porque está dentro da ideia de práxis. A práxis também passa pela percepção do trabalho, ou seja, ela pode ser considerada práxis social.
Segundo Marx, o trabalho é uma relação orgânica do homem com a natureza que tem a capacidade de transformação dos dois ao mesmo tempo, no entanto, conforme essa transformação for se tornando mais frequente e hábil, o cérebro fica cada vez mais preparado e alienado, considerado como experiência. Mas é importante ressaltar que a alienação é diferente do estranhamento, pois a ela tem como objetivo de aprender a modificar a natureza, sendo assim, práxis. Essa distinção na prática para o capitalismo, não tem importância.
A metodologia em Marx se sustenta em aprender e pensar no concreto > pensamento > práxis > trabalho > relação orgânica do homem com a natureza > trabalho social (práxis).
No livro “O Capital”, Marx desenvolve
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