NOTA DE ESTUDO DURKHEIM, AS REGRAS DO MÉTODO SOCIOLÓGICO
Por: jessikadosanjos • 26/8/2020 • Resenha • 1.182 Palavras (5 Páginas) • 224 Visualizações
Metodologia da Pesquisa
Nota de Estudo 1
Jéssika dos Anjos Almeida
Universidade Federal de Juiz de Fora
Durkheim, E., 2007. As Regras do Método Sociológico. 3rd ed. São Paulo: Editora Martins Fontes. (Capítulos I, II,).
O autor inicia o capitulo I, chamando a atenção para importância de se entender o que realmente são fatos sociais e como seu estudo se diferencia dos de outras ciências. Durkheim elucida que se as ações ligadas a nossa existência humana como, comer, beber, dormir e pensar, fossem fatos sociais, a sociologia não possuiria seu próprio objeto de estudo e seu domínio estaria relacionado aos da biologia e da piscologia. Contudo, afirma que é importante notar, que existem em toda sociedade, grupos de fenômenos que possuem características que muito se diferenciam daquelas estudadas pelas ciências da natureza.
Assim, o autor apresenta uma série de fenômenos que existem independentemente das consciências individuais, sendo eles exteriores aos indivíduos e ainda influenciados por uma força imperativa e coercitiva que se impõem a ele, sem considerar se aquilo é um desejo do índividuo ou não. Essa força de coerção pode ser observada através de obrigações vínculadas aos papéis sociais que o individuo possui ou assume, como por exemplo o fato de ser irmão de alguém ou de exercer uma profissão. Essa coerção é ainda exercida de forma direta ou indireta, e pode ser percebida nas crenças que o individuo possui, suas ideologias, pelas regras politicas, financeiras e culturais que o cercam e permeiam o ambiente em que ele está inserido. O autor afirma que estes fatos se diferem dos fenômenos orgânicos, assim como dos fenômenos psíquicos, conforme pode ser observado no trecho abaixo:
“Eis portanto uma ordem de fatos que apresentam características muito especiais: consistem em maneiras de agir, de pensar e de sentir, exteriores ao indivíduo, e que são dotadas de um poder de coerção em virtude do qual esses fatos se impõem a ele. Por conseguinte, eles não poderiam se confundir com os fenômenos orgânicos, já que consistem em representações e em ações; nem com os fenômenos psíquicos, os quais só têm existência na consciência individual e através dela. Esses fatos constituem portanto uma espécie nova, e é a eles que deve ser dada e reservada a qualificação de sociais.” (páginas 3 e 4)
Durkheim afirma que mesmo esta coerção imposta de maneira indireta sobre as ações dos índividuos é tão forte que é impossivel agir de maneira diferente ao determinado por ela. E que são a estes tipos de fatos, a que a se deve reservar as qualificações sociais, sendo estes os que pertencem ao domínio próprio da sociologia. O autor também explica que não é a sua generalidade que torna um fato um fenômeno sociológico. Pode haver um pensamento que está em todas as consciências particulares, ou um movimento que se repete entre os indivíduos, mas não é isso que faz dele um fato social e sim as crenças as tendências e as práticas do grupo tomadas coletivamente. Contudo, destaca que:
“Mas, dirão, um fenômeno só pode ser coletivo se for comum a todos os membros ela sociedade ou, pelo menos, à maior parte deles, portanto, se for geral. Certamente, mas, se ele é geral, é porque é coletivo (isto é, mais ou menos obrigatório), o que é bem diferente ele ser coletivo por ser geral. Esse fenômeno é um estado elo grupo, que se repete nos indivíduos porque se impõe a eles. Ele está cm cada parte porque está no todo, o que é diferente ele estar no todo por estar nas partes.” (página 9)
Para Durkheim o domínio da sociologia é constituído somente por um grupo determinado de fenômenos, e que um fato social é reconhecido através do poder de coerção que exerce sobre os indivíduos. Este poder, pode ser percebido na existência de alguma sanção determinada ou pela resistência que o fato exerce, sempre que há uma tentativa individual de objeção a ele. Por fim, o autor apresenta sua definição de fatos sociais como:
“É fato social toda maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou ainda, toda maneira ele fazer que é geral na extensão de uma sociedade dada e, ao mesmo tempo, possui uma existência própria, independente de suas manifestações individuais.” (página 13)
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