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O IMPACTO DA TECNOLOGIA NAS FORMAS DE RELAÇÕES DE TRABALHO E SUAS TRANSFORMAÇÕES

Por:   •  8/8/2021  •  Artigo  •  2.892 Palavras (12 Páginas)  •  312 Visualizações

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Universidade de Brasília (UnB)

Instituto de Ciências Sociais

Departamento de Sociologia

Introdução à sociologia

O IMPACTO DA TECNOLOGIA NAS FORMAS DE RELAÇÕES DE TRABALHO E SUAS TRANSFORMAÇÕES

Discente: Ana Paula Barbosa do Nascimento

Docente: Christiane Machado Coêlho

Brasília -DF 2021

RESUMO

O debate sobre as mudanças nas formas de sociabilidade e nos estilos de vida na sociedade ao longo dos séculos se faz cada vez mais presente e, dentro desse debate o trabalho é um fator que se destaca. Dentre tais mudanças, o objeto de estudo é a evolução tecnologica, um fator que promoveu inúmeras consequências de como o ser humano se relaciona com o trabalho e quais visões ele tem acerca do futuro, da organização, e de sua propria condição laboral, as transformações ao longo do tempo inclusive refletem na forma de socialização entre os trabalhadores e no sentimento de união. O objetivo deste artigo, por meio de uma analise das obras Modernidade Liquída e Tempos Líquidos, ambas escritas po Zygmunt Bauman, é trazer as reflexões do sociólogo polonês sobre as tranformações no mundo do trabalho, com foco em falar sobre a transição da modernidade sólida, chamada de fase do capitalismo pesado, marcado principalmente pela estabiliade, para a modernidade liquida, o capitalismo leve, o qual é regido pela flexibiliade e precarização do trabalho em que a tecnologia há grande influência e favorece a uberização do trabalho.

O termo uberização vem do Uber, uma empresa que presta serviços na área do transporte privado por meio de um aplicativo que facilita a busca por motoristas baseada na sua atual localização. Uberizar é  utilizar a tecnologia para facilitar o contato com consumidores e fornecedores, uma forma mais rápida de comunicação.

Palavras-chave: Tecnologia; Uberização; Capitalismo; Modernidade Líquida.

  1. . Introdução

O mundo atual é carregado por transformações econômicas, sociais e teconológicas de forma globalizada que implicam na forma de como os seres humanos enxergam o mundo e como se relacionam entre si. Essas tranformações também afetam em especial o trabalho. De acordo com o sociólogo Zygmunt Bauman, a contemporaneidade é translação individuzalizada e privatizada da modernidade, em que a desregulamentação prevalece, os elos antes bem estabelecidos entre os indivíduos estão cada vez mais fracos, e projetos de vida coletiva estão desaparecendo. Como consequência, plataformas como UBER e aplicativos de delivery como iFOOD e RAPPI ganham cada vez mais força justamente pelo fato dos individuos estarem cada vez mais distante, essas plataformas ganham espaço como uma forma de flexibilizar o trabalho,os empregadores não estão mais concentrando os trabalhadores em fabricas como na era fordista.

O presente artigo apresenta as analises de Bauman sobre as mudanças da relação entre inidividuo e trabalho e destaca o crescimento das plataformas de trabalho por meio da internet.

1.1 Justificativa

Nos dias atuais, o trabahador é explorado e muitos deles não têm noção desse fato, assim a importância da analise dessas condições de precarização, relações de trabalho e tecnologia é para que os trabalhadores tenham consciência da situação em que se encontram e se unam para exigir seus direitos.

2.  As reflexões de Zygmunt Bauman

Na obra Modernidade liquída, escrita por Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, que lecionava sociologia nas universidades de Leeds e Varsovia, escolhe justamente o termo “modernidade liquida” para interpretar diversas relações do ser humano com a vida, amor, medo e tempo, e em meio a crises na cultura e na politica. Para Bauman, a modernidade liquida é a atual fase em que vivemos, o presente é caracterizado como a era da liquefação do projeto moderno.  Ao contrário da modernidade líquida do capitalismo leve, na chamada modernidade sólida do capitalismo pesado, o trabalho e as suas certezas tornaram-se transitórias e inconsistentes. Esta mudança de paradigma está no centro das discussões do autor, a estabilidade no emprego não se faz mais presente. Para descrever como isso ocorreu, é importante debater sobre as transformações do trabalho nas diferentes fases da modernidade, como expressa o sociólogo:

Duas características, no entanto, fazem nossa situação – nossa forma de modernidade – nova e diferente. A primeira é o colapso gradual e o rápido declínio da antiga ilusão moderna: da crença de que há um fim no caminho em que andamos um telos alcançável da mudança histórica, um Estado de perfeição a ser atingido amanhã, no próximo ano ou no próximo milênio, algum tipo de sociedade boa, de sociedade justa e sem conflito em todos ou alguns de seus aspectos postulados: do firme equilíbrio entre oferta e procura e a satisfação de todas as necessidades; da ordem perfeita, em que tudo é colocado no lugar certo, nada que esteja deslocado persiste e nenhum lugar é posto em dúvida; das coisas humanas que se tornam totalmente transparentes porque se sabe tudo o que deve ser sabido; do completo domínio sobre o futuro – tão completo que põe fim a toda contingência, disputa, ambivalência e consequências imprevistas das iniciativas humanas. A segunda mudança é a desregulamentação e a privatização das tarefas e deveres modernizantes. O que costumava ser considerado uma tarefa para a razão humana, vista como dotação e propriedade coletiva da espécie humana, foi fragmentado (“individualizado”), atribuído às vísceras e energia individuais e deixado à administração dos indivíduos e seus recursos. ( BAUMAN, 2001, pg,37-38.)

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