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Os Grupos e Sociabilidade

Por:   •  26/11/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.475 Palavras (6 Páginas)  •  133 Visualizações

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS

SERVIÇO SOCIAL

TRABALHO SOCIAL COM GRUPOS

Pelotas

2020

ROBERTA MARQUES

CAPÍTULO 3: GRUPOS E A SOCIABILIDADE

Trabalho do Curso de Graduação em Serviço Social da Universidade Católica de Pelotas como requisito avaliação da disciplina de Metodologia de Intervenção em Serviço Social II.

Profª Vini Rabassa

Pelotas

2020

CAPITULO 3 - GRUPOS E SOCIABILIDADE

Darlene de Moraes Silveira e Karina Melo Vieira

Neste capitulo as autoras pretendem apresentar a importância da combinação entre os fundamentos teóricos e a pratica social no trabalho em grupo. Destacando ainda o valor desta ferramenta no processo construtivo de transformação do sujeito, sendo este exercício uma forma de contribuir com o coletivo a partir de experiências individuais.

O texto relembra que os grupos são constituídos por pessoas com interesses semelhantes, reunidos em prol de um objetivo comum. Contudo, cada indivíduo é único com experiências e pensamentos específicos e são estas diferenças fazem com que o processo seja enriquecedor para os participantes. Logo, as divergências entre eles geram debates, em mecanismo democrático que transcorre por caminhos sensíveis onde a totalidade deve ser levada em consideração. Ou seja, o meio social e cultural do sujeito bem como sua a percepção de vida, são importantes elementos na construção coletiva.

Partindo desta premissa, as autoras consideram o grupo uma estrutura formada por depositado e depositantes. Assim, entendendo por depositado aquele que aceita e permite assumir características projetadas por outros. Isto é, quando algo que não pode ou não quer ser assumido coletivamente por um indivíduo, é transferido para outro, tirando de si aquilo que o incomoda, fazendo com que o outro seja o foco. Um exemplo disto é nos grupos familiares, onde todas as características negativas são transferidas para um membro considerado frágil, assim, o demais são tidos como fortes.  Já o termo depositante relaciona-se a expressão dos pensamentos e sentimentos, assumindo claramente suas peculiaridades para o coletivo.

Segundo o texto, embasado Pichon Riviére (apud Weffort, 1994, p. 24), os grupos constituem-se em cinco papéis conforme segue abaixo:

a) Líder de mudança: responsável por se encarregar das tarefas, através de enfretamento de conflitos e busca de soluções. Arrisca-se diante do novo.

b) Bode expiatório: É aquele que assume a culpa do grupo. Livra os demais de qualquer ansiedade ou mal-estar.

c) Porta-voz: é responsável por dar voz aos sentimentos, verbalizar diante das situações de conflito no grupo.

d) Líder de resistência: é o contrário do líder de mudança. “Puxa” a si e os outros para trás, interfere nos avanços, “tranca” os progressos e até sabota tarefas.

e) Representantes do silêncio ou silenciosos: são aqueles que calam, nos representam quando nosso desejo é permanecer sem fala mas não podemos.

As autoras salientam que cada papel é importante e necessário na evolução do grupo. Lembrando ainda, que o grupo não é apenas uma simples reunião. Cada encontro é singular e nele surgem novas situações e novos desafios. Embora com interesses e características afins, cada membro tem seu papel. Mesmo com papeis diferentes, na totalidade, eles se completam, principalmente no caso líder de mudança e do líder de resistência.

Os grupos são compostos e organizados a partir de encaminhamentos e intervenções conforme a necessidade de cada participante. A partir disso, a sua eficiência na construção coletiva e o sucesso no alcance de seus objetivos, está diretamente ligada a participação dos membros na rotina de atividades.

As autoras baseiam-se na reflexão de Weffort para destacar que um grupo se constrói através do processo de reflexão entre participante e educador. Trata-se de um exercício disciplinado de instrumentos metodológicos, onde educa-se através do aprendizado coletivo, a partir de atitudes cotidianas que impulsionam diversos sentimentos.

Embora por vezes os encontros gerem debates e contradições eles incentivam percepções individuais e a autonomia nas atitudes. Sendo assim, o indivíduo apropria-se do seu poder de fala e consegue construindo suas próprias metas, agindo melhor e mais independência diante dos desafios.

Considerando a pluralidade do processo, por lidar com a heterogeneidade entre os sujeitos, o texto destaca que a vivência de grupo também é permeada por frustações. Ora porquê as decisões coletivas não coincidem com os particulares, circulando assim, fora da “zona de conforto” deste ou daquele membro. Mesmo assim, o trabalho constante do grupo está sempre buscando temas que causem discussões que se oponham a estagnação, buscando desta maneira, respostas às diferentes demandas e temas.

Para as autoras a vida em grupo comtempla três movimentos que estão interligados:

Homogeneidade – Embora o grupo seja composto por vários membros sua composição se dá a partir das semelhanças entre os membros.

Diferença – E através da diferença que surge o debate, o autoconhecimento e consequentemente a identificação da sua localização e papel no grupo. É nesse momento que o processo auxilia na individualização e na afirmação da própria identidade. Neste caso se destaca a importância do educador atendo, sendo ele um importante instrumento de reflexão e de incentivo dos membros, podendo assim avaliar as particularidades.

Divergências - Este movimento é diferente do anterior, nele há um distanciamento entre os indivíduos, no entanto existe a consciência que embora diferentes, convive-se no mesmo grupo, sendo necessário respeitar o limite do outro.

É através das dinâmicas e técnicas grupais que se torna possível movimentar, integrar e aproximar os integrantes do grupo. Estas ferramentas propõem o dialogo através de abordagens temáticas de interesse comum, possibilitam também o repasse de informações, o esclarecimento situações, além da obtenção de avaliações sistemáticas do desenvolvimento do grupo.

O emprego de dinâmicas grupais possibilita ao profissional de Serviço Social, a partir de um conjunto de técnicas, percorrer caminhos e obter resultados acerca de objetivos a serem atingidos pelo e para o grupo. Entretanto, as autoras destacam que:

As técnicas devem ser utilizadas corretamente e dentro de um ambiente social e relacional pactuado com o grupo, pois assim possuem o poder de motivar e impulsionar os indivíduos, estimulando os elementos da dinâmica interna e externa e acionando o grupo na direção de seus objetivos. (p.49)

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