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RESENHA CRÍTICA DO TEXTO “MOVIMENTO DA NEGRITUDE: UMA BREVE RECONSTRUÇÃO HISTÓRICA”

Por:   •  20/3/2017  •  Resenha  •  1.064 Palavras (5 Páginas)  •  1.913 Visualizações

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RESENHA CRÍTICA

INFORMAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

DOMINGUES, P. Movimento da Negritude: uma breve reconstrução histórica. Mediações – Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 10, n. 1, p. 25-40, jan.-jun. 2005.

CREDENCIAIS DOS AUTORES

A obra foi elaborada por Petrônio Domingues, docente da disciplina de história da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Domingues é também autor do livro “Uma história não contada. Negro, racismo e branqueamento em São Paulo no pós-abolição”, publicado em 2004 pela editora Senac.

RESUMO DA OBRA

A obra “Movimento da Negritude: uma breve reconstrução histórica” foi um artigo publicado em revista acadêmica nacional e faz um delineamento da questão da identidade negra no tempo. O texto apresenta de forma sintética, porém clara, aspectos relacionados à luta negra por maior reconhecimento e maior identidade com sua cor pelo mundo. Ele está dividido em tópicos e, ao final, o autor faz considerações finais a respeito do que foi dissertado.

Escrito em forma de artigo para publicação, o autor inicia o texto na introdução tratando do termo negritude. Ele explica a amplitude do termo nas mais diversas áreas, como o seu entendimento no âmbito político, ideológico, cultural, etc., e desenvolve que este é um termo multifacetado e que precisa ser compreendido de acordo com os mais diferentes contextos históricos.

No tópico O movimento da negritude nasce fora da África, Domingues coloca que não se deu no continente africano o início do movimento de afirmação negra pelo mundo, sendo este inclusive um dos últimos lugares a ser atingido. As tendências apontam para um começo do movimento em solo norte-americano, estendendo-se depois por Antilhas e Europa, onde ele ganhou força e foi sistematizado, especialmente na França. Depois, espalhou-se pela África e Américas, incluindo-se aí o Brasil.

Sobre o significado do termo negritude, Domingues coloca a definição para a palavra segundo alguns dicionários e também a originalidade do termo. De uma geral, e segundo o sentido que o texto quer dar a este termo, pode-se melhor entender negritude como o sentimento de orgulho racial e conscientização do valor e riqueza cultural dos negros.

Entre os grandes nomes de destaque do movimento da negritude, Aimé Césaire, e o poeta senegalês Leopold Sédar Senghor tiveram bastante notoriedade. Cesáire, envolvido com a política através do partido comunista, fez uso da negritude como instrumento político e de afirmação. Inicialmente marcada por um movimento da elite negra francesa, a negritude foi tomando as camadas mais pobres e excluídas de negros, o que distribuiu um pouco mais os ideais do movimento entre aqueles aos quais o movimento deveria atingir.

O “Orfeu Negro”, um texto que ganhou bastante destaque, de autoria do filósofo francês Jean-Paul Sartre, marcou época como uma obra de reflexão do movimento da negritude. O texto reconhecia o papel subversivo do movimento, seja porque negava os valores culturais do opressor branco, seja porque despertava no negro, altivez e orgulho racial. A negritude era entendida como uma fase de transição, e não um fim. Era um meio para a construção de uma sociedade sem nenhuma forma de opressão racial; era uma espécie de mal necessário no processo emancipatório do conjunto de oprimidos.

Domingues destaca também em outro ponto do texto algumas contradições percebidas no movimento da negritude. Um dos fatos que se pode citar foi o de lideranças do movimento, que quando chegavam ao poder, se sujeitavam às formas imperialistas brancas vindas de fora. Além desta, o uso da língua do colonizador pelos povos era outra forma de subordinação e não afirmação da propriedade negra.

Entre o marxismo e a negritude, um ponto que os distanciavam: a de que a negritude se baseava em um conceito de cor, ao passo que o marxismo tratava sobre classes. No entanto, se aproximavam ao entender que os dois ideais tinham como característica a luta dos

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