Resenha Sobre O Texto "Psicologia E Saúde Do Trabalhador: Práticas E Investigações Na Saúde Pública De São Paulo"
Exames: Resenha Sobre O Texto "Psicologia E Saúde Do Trabalhador: Práticas E Investigações Na Saúde Pública De São Paulo". Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: KkFG • 26/7/2013 • 945 Palavras (4 Páginas) • 1.835 Visualizações
O artigo tem por objetivo traçar um panorama histórico sobre o surgimento do campo da Saúde do Trabalhador na Saúde Pública, trazendo exemplos variados dos diferentes tipos de inserção da Psicologia na saúde do trabalhador, focalizando essa investigação à Saúde Pública do Estado de São Paulo, compreendendo que a partir da década de 80, o Estado de São Paulo se torna um campo fértil para o desenvolvimento de tais políticas.
Inicialmente, os autores, configuram o contexto político e institucional da saúde do trabalhador no Brasil. Esclarece-nos que entre as décadas de 30 e 80 a assistência à saúde do trabalhador era de responsabilidade das empresas e da Previdência Social e que o controle do ambiente de trabalho era de responsabilidade do Ministério do Trabalho, porém com a promulgação da Constituição Federal de 1988 essa realidade se modifica. A Saúde torna-se um direito social, e o Sistema Único de Saúde (SUS) é o órgão responsável não só pela implementação desse direito como também por ações relacionada à saúde dos trabalhadores. Surge assim os Programas de Saúde do Trabalhador (PSTs) que tem como proposta a integração de ações de assistência, promoção e prevenção através de equipes multiprofissionais. Em um segundo plano, o artigo aborda as relações trabalho e saúde-doença que sofreram mudanças significativas a partir da década de 70. Inicialmente a industrialização é marcada pela ruptura com as formas passadas de produzir e viver e pela extrema exploração da força de trabalho, diante disso cientistas sociais, políticos, saberes interdisciplinares, profissionais da saúde e trabalhadores se unem para promover mudanças na organização dos processos de trabalho e tecnologia, o que produz a emergência de novas relações entre trabalho e saúde-doença. Como resultado temos o surgimento da abordagem que considera o trabalho em suas diferentes formas de organização, compreendendo as relações entre trabalho e processo saúde-doença em suas implicações históricas, onde a interação do biológico e o psíquico são considerados indissociáveis. É nesse contexto, que a psicologia também irá se implicar com a saúde dos trabalhadores, realizando a sua atuação através dos PSTs/CERESTs promovendo ações intersetoriais de promoção, prevenção e cura tendo como suporte político-institucional a descentralização, a reorganização dos serviços e a prática de saúde locos regionais.
Em seguida, o artigo discorre sobre a participação da psicologia nesse campo, esclarecendo que nesse contexto a psicologia vai trilhar dois caminhos em sua aproximação as questão que envolvem a saúde do trabalhador. O primeiro ocorre em um órgão sindical de pesquisa em saúde e trabalho – DIASET (Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisa de Saúde e dos Ambientes de Trabalho) e o segundo, por meio dos serviços de saúde pública. Assim, dois eixos são estabelecidos: a do planejamento a saúde e a da pesquisa de processos de trabalho que explicam o sofrimento, as doenças, os acidentes de trabalho e as formas como os trabalhadores lidam com os ricos do trabalho. Por sofrer influências de entidades sindicais italianas na década de 1960, essa perspectiva no Brasil ficou conhecida como modelo operário italiano. Sem seguida os autores citam dois exemplos onde a avaliação neuropsíquica foi fundamental para estabelecer relação entre os sintomas e os riscos produzidos pelo ambiente de trabalho. Um dos casos foi o de uma empresa química da região do ABCD, quando em 1987, alguns trabalhadores procuraram o sindicato por apresentarem sintomas compatíveis com intoxicação por mercúrio metálico, como a contaminação por produtos químicos, em geral, afeta a esfera neuropsíquica, os psicólogos juntamente com
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