Resenha A Sociologia Como Passatempo Individual

Resenha

A Sociologia como Passatempo Individual

BERGER, Peter. Perspectivas Sociológicas. Ed. Vozes. 2010. (A sociologia como passatempo individual, pp. 9-34).

O autor relata que os sociólogos não possuem a mesma importância que no caso dos seus primos de profissão “os psicólogos”. E que o sociólogo é visto como uma pessoa empenhada profissionalmente em atividades edificantes para benefício de indivíduos e da comunidade em geral. Peter Berger explica que a sociologia não é apenas voltada ao interesse benevolente, humanitário e que conhecimentos sociológicos são importantes para qualquer pessoa envolvida com ação na sociedade.

O sociólogo de acordo com o autor é visto como uma espécie de teórico do serviço social, o que é compreensível em vista do caminho tomado pela sociologia nos estados unidos provindo dos problemas decorrentes da revolução industrial que conduziram a um grande volume de pesquisa sociológica. Essa identificação da sociologia com o serviço social no espírito de muitas pessoas é de certa forma um fenômeno de “hiato cultural” provindo de um período em que assistentes sociais ainda não profissionais lidavam com a pobreza e não com a frustração libidinal.

Peter Berger evidencia que a sociologia não é uma ação como o serviço social, e sim uma tentativa de compreensão. E essa compreensão pode ser utilizada por quem age. A sociologia busca um ato de percepção pura, isenta de valores como descrito pelo weber, ao qual o autor cita. O sociólogo pode ser convocado tanto para assessorar a modificação de certas condições sociais tidas como inconvenientes quanto as tidas como convenientes. Por isso, a imagem do sociólogo como reformador social é tão falsa quanto sua imagem de assistente social.

Outra imagem citada sobre o papel do sociólogo é a de coletor de estatísticas sobre comportamento humano. Porém, por si só os dados estatísticos não constituem a sociologia. Eles se tornam parte quando sociologicamente interpretados. Portanto, o sociólogo utiliza dados estatísticos, mas a sociologia não se resume a isso.

Um dos assuntos elucidados também pelo autor é de que nos Estados Unidos, alguns sociológicos têm-se preocupado com a metodologia e se esquecido da sociedade. Isso acontece devido ao desejo de imitar os métodos das ciências, porém Peter acredita que à medida que eles firmarem melhor seu status acadêmico, esse quesito tenda a diminuir.

É apresentado que na sociologia, um grau de rigor científico é exigido. Portanto, é comum a presença de neologismos na linguagem utilizada pelos sociólogos pela necessidade de disporem de uma definição precisa, sem ambiguidades. Além disso, uma imagem da personalidade do sociólogo que as pessoas conscientizam é elucidada pelo autor. Essa imagem é descrita como a de uma pessoa impessoal e fria, que busca apenas avaliar as vidas alheias sem obter um significado real do que observa. Então, juntando todas as imagens discutidas de um sociólogo é obtido um tipo ideal por Peter que é descrito como uma pessoa que se ocupa de compreender a sociedade de uma maneira disciplinada. Portanto, o sociólogo tenta ser objetivo, controlar suas preferências e preconceitos pessoais, percebendo claramente ao invés de apenas julgar normativamente.