Seminario s.s

Introdução

Veremos o serviço social em suas proformas, e em especial seu discurso inicial, que ainda estava ligado a assistência de casos. A partir do surgimento das primeiras escolas de serviço social em 1936, em São Paulo, poderemos ver que a profissão estava limitada ao indivíduo e as coletividades, sem intervenção na estrutura da sociedade, passaremos pelo discurso que era doutrinário e apologético, no sentido defesa dos interesses da igreja, interferindo na formação moral do trabalhador para que ocorra um ajuste do mesmo para com a sociedade.

 

Desenvolvimento

Aprendemos que a matéria do serviço social é bastante limitada, e que se reproduz mediante o pensamento da igreja católica, sendo ela uma forte influência para a profissão, que procurava dá sua visão ao mundo. No entanto essa visão que eles queriam passar não era do serviço social como vemos hoje, e sim um serviço social ainda baseado em assistencialismo, com práticas e ações que mobilizavam a todos, fazendo assim como objeto de estudo do serviço social. Com o surgimento das primeiras escolas de serviço social, foram organizados alguns elementos básicos deste discurso, e passaram a mudar a ideia da caridade inserindo para estudos, do desenvolvimento, evolução, e problemas sociais da humanidade, para assim, diferenciar das antigas formas de assistência, sendo assim, uma evolução dos métodos assistenciais.

 Houve um trabalho de mudanças e adaptações do indivíduo e do meio, com as relações da sociedade ou dos males sociais, que procuravam estudar os indivíduos e o grupo que eles vivem, para que assim pudessem resolver ou ter conhecimentos para restabelecer uma organização social se baseando na justiça e na caridade. Mas com um serviço social ainda voltado para o indivíduo, como se o indivíduo fosse o único responsável por seus males, e não enxergava que a raiz do problema estava na estrutura social em que estavam inseridos, onde os problemas sociais permanecem recorrentes. Então, visto isso, temos uma emergência para um melhor desempenho da profissão onde sua ausência revela um desequilíbrio na sociedade em que estão inseridos. A porção essencial do discurso do serviço social é em sua essência doutrinaria e apologética, doutrinaria no sentido de que o indivíduo deve servir a Deus, e que deve cuidar de sua família, como por exemplo, não ter muitos filhos, não beber, e trabalhar. Pois sua condição de vida, sua pobreza, é culpa de suas ações. E apologética, na defesa dos princípios cristãos, tendo um baseamento dentro do pensamento católico europeu, que seguia o ideal das encíclicas papais, no caso a Rerum Novarum, que tinha por base o pensamento Tomista. A igreja ia contra o comunismo totalitário e a ordem social liberal, que atenuava o antagonismo de classes, e acentuava ainda mais as expressões da questão social, que na época ainda não era tratado desta maneira, ou não eram determinantes para uma análise social, visto que com o estado liberal, o estado não se envolvia diretamente com essas questões, deixando nas mãos da igreja e organizações privadas. Não existia política social para o trabalho do assistente social, sendo assim, a igreja fazia uma tentativa de recristianização com a sociedade que havia, com os avanços capitalistas se distanciado da igreja.

A medida que os problemas sociais se atenuam, o assistente social enxerga uma necessidade de intervir para promover uma formação moral no indivíduo, e até intelectual e social, fazendo uso de ações educativas para ajusta-lo para obter um padrão melhor de vida. Como condições de moradia desse individuo proletário, a má habitação influencia em muitos problemas, bem suas condições de saneamento, que influenciam na saúde, promovem delinquências, corrupções de costumes. Ocorreram campanhas em prol da casa dos operários, feitas por instituições na tentativa de chamar a atenção do estado para a instalação de uma legislação que olhasse para essas pessoas. Em contrapartida era argumentado que o povo é o próprio responsável pelo seu estado calamitoso de habitação, pois seria fácil mudar a habitação, do contrário de seus modos para cuidar da casa, que o povo prefere se distrair, do que conforto e salubridade. De que primeiro é preciso reformar o homem para que ele possa saber usufruir tais benefícios, que a falta cuidado consigo mesmo, e é a principal causa de subnutrição e que por causa disso o trabalhador falta, ou rende pouco no trabalho e por isso ele recebe pouco, ou seja o problema é visto como individual do proletário e não do sistema. A assistente social exerce uma função de educadora, até mesmo em creches para atingir as famílias para adaptar esses indivíduos a esse sistema. A ausência de políticas sociais e uma minoria que se beneficia, culmina com uma serie desajustes sociais, onde é visto que a família deve receber uma nova educação para se inserir na sociedade, e isso fica a cargo da igreja de dar educação moral e promover a estabilidade da mesma, e leis trabalhistas, e que permita a que a mulher se liberte do trabalho do lar. Em um dos poucos trabalhos do assistente social dentro da indústria, eles conseguem reconhecer a baixa condição de trabalho humano, a dura e exorbitante jornada de trabalho, os acidentes em locais de trabalho, e o baixo custo de salários para subsistência, são vários trabalhadores que ganham uma miséria para produzir um rico, e quanto suas famílias ficam reduzidas a insalubridade e miséria, reduzidos apenas a mercadorias que podem ser trocadas, sujeitos a empresa como escravos. A finalidade do serviço social dentro da empresa vai ser a de restabelecer uma sociedade em que todos tenham o mesmo ponto de vista, trabalhando para que o trabalhador para garantir que ele venha a ter uma boa condição de trabalho sem que ele se desligue das suas funções. O discurso do assistente social é educativo, para que eles entendam seus direitos e deveres.