Seminario Do Movimento De Reconceituação E O Seminario De Metodologia Do Serviço Social
Ensaios: Seminario Do Movimento De Reconceituação E O Seminario De Metodologia Do Serviço Social. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: lucia • 2/4/2013 • 2.345 Palavras (10 Páginas) • 1.956 Visualizações
Movimento de Reconceituação
Teehrow Enviado por: Teeh Diaz | 13
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denunciarDenunciarrowCreative CommonsLicença de uso: BY-NCrowMovimento de Reconceituação
Uma breve contextualização histórica
“Um era o grupo de técnicas assimiladas ao longo dos séculos pela beneficência e assistência social: a entrevista, a visita domiciliar, a ajuda material direta e indireta, o aconselhamento, etc. O outro se constituía das técnicas próprias das três ou quatro disciplinas que mais influenciaram o serviço Social nesses momentos (a sociologia, a medicina e o direito); a pesquisa, a prestação de informações, os trâmites e ainda que hoje nos pareça inaudito, vacinar, banhar bebês [...]” (tradução da autora) (Pires, 2005 apud Kruse, 1976, pág 52-53)
Em nossa vivência acadêmica, aprendemos que um bom estudo acerca de determinado fato, deve emergir da contextualização histórica, política, econômica, conjuntural e social para melhor compreensão do mesmo.
Este trabalho visa, despretensiosamente, explanar a concepção de vários autores no que tange o período de Reconceituação do Serviço Social. Para tanto o grupo sentiu a necessidade de apresentar pontos importantes da história desta profissão no Brasil, antes, durante e após este movimento, na busca de produzir um conteúdo baseado no posicionamento dos autores estudados, sem deixar de registrar nossa aprendizagem e compreensão acerca do assunto.
Na década de 60, os assistentes sociais organizaram vários encontros – nacionais e regionais – para por em pauta assuntos de grande interesse para a categoria. Em 1961, no Rio de Janeiro ocorreu o II Congresso Brasileiro, onde o tema central foi “Desenvolvimento nacional para o bem-estar social”. No ano seguinte A conferência internacional ocorrida em 1962, ocorrida em Petrópolis enfocou o tema “Desenvolvimento de comunidades urbanas e rurais”. Estes fatos foram apresentados para mostrar o posicionamento da categoria mediante a iniciativa internacional que neste período apoiava as estratégias desenvolvimentistas do país:
“Configura-se então, o que passa a denominar de Movimento de Reconceituação do Serviço Social, determinado por uma conjuntura de crise e de dependência político-econômica em relação ao imperialismo norte-americano.” (Ozanira, pág.71)
Para a autora Sandra Pires, a mola propulsora que impulsionou a aproximação norte-americana, seria a valorização da profissão desde os meados da década de 30 até a década de 60. Os profissionais baseavam-se no ideário norte-americano que propunha uma maior racionalidade técnica:
Sob o ponto de vista dos assistentes sociais brasileiros, assim como dos europeus, essa aproximação se justificava pela necessidade de corrigir a fragilidade em termos operativos, do projeto profissional hegemônico de orientação neotomista-cristã. (Pires, 2005).
É importante salientar que o Serviço Social baseou-se na teoria das Ciências Sociais, bem como em outras disciplinas a exemplo a sociologia, medicina e direito:
"[...] a interação das preocupações técnicas profissionais com as disciplinas vinculadas com as ciências sociais ;é então que a formação recebe de fato o influxo da sociologia ,da psicologia social e da antropologia .e absolutamente inegável o aspecto positivo daí decorrente – principalmente se leva-se em conta o fato, consensualmente reconhecido, da ausência de forte s tradições intelectuais e de investigação na formação profissional” (Netto, pág. 126)
"[...]o que conduz a um questionamento no âmbito das ciências sociais ,considerando que o movimento de reconceptuação vincula-se historicamente ,com diferentes correntes ideológicas presentes no campo daquelas disciplinas "(Ozanira p.87)
Estudo das teses configurativas
"conhecido o caminho, como notou lúcida e desesperadamente o jovem Lukács, para o paradoxo; o caminho acabou a viagem apenas começa.” (Netto, pág. 308)
Em meados da década de 70, um grupo de assistentes sociais começa a pensar sua prática a partir da vertente instrumental técnico, na busca de alcançar a eficácia de sua ação. Este período é denominado por Netto de Processo de Renovação do Serviço Social. Podemos citar o encontro de Araxá – ocorrido em 1967 – conhecido por I Seminário de Teorização do Serviço Social, o que culminou em mais Sete encontros para debater os pontos elencados neste seminário citado.
Segundo Netto, a partir da década de 80, sob a influência crítica da vertente Marxista, a profissão aponta a “Perspectiva de Intenção de Ruptura” de um profissional engendrado em oriundas perspectivas de atuação.
É possível encontrar a inspiração do pensamento de Marx, nas pesquisas e na teoria política ideológica, tendo em vista que o assistente social, pertencente à classe assalariada, também vai além, quando percebemos que a categoria se especializou no trabalho coletivo, em vigor na lei 8662/93 e no código de ética atual. E a “partir de uma perspectiva dialética é possível apanhar a intrínseca relação entre os elementos contrários” presentes na continuidade e a ruptura de uma profissão inserida na divisão social e técnica do trabalho.
No que tange as concepções acerca da Reconceituação, percebe-se o esforço da profissão em caminhar na perspectiva de sua prática, sendo que esta não é meramente executiva, burocrática subalterna e paliativa, mas sim "desvela a dimensão política". Concluímos que a intervenção profissional pode contribuir tanto para uma "nova imagem” quanto para "auto-imagem da profissão, tendo como proposta a defesa dos direitos, proporcionando a transformação de uma nova sociedade, por meio dos projetos societários:
"[...]cabe aos profissionais do serviço social a superação das limitações e dos equívocos, num permanente esforço de reconstrução histórica da profissão, sendo esse o verdadeiro significado desse movimento.” (Ozanira, pág. 96)
A Auto-imagem do Serviço Social se inicia a partir do instante em que se reconhece como trabalhador assalariado, apontando a característica de uma profissão com limitações. Porém a condição de depender de sua força de trabalho, não é (e nem pode ser) um entrave ao enfrentamento de suas funções
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