Sociologia o Homem de Ferro
Por: gabibg • 15/9/2016 • Trabalho acadêmico • 436 Palavras (2 Páginas) • 537 Visualizações
O sociólogo Max Weber busca uma explicação para a origem do capitalismo e
tenta entender o porquê dos indivíduos terem aceito e ainda aceitarem tal sistema sem
questionamentos. Segundo o sociólogo, o capitalismo tem sua origem na ética do
protestantismo ascético, que justificava a acumulação de capital com negação do gozo
por meio da atividade profissional, isto representaria a salvação divina. Com o passar do
tempo a justificativa protestante se junta ao espírito do capitalismo por meio da
afinidade eletiva, ou seja, esses dois elementos se atraem e passam a fortalecer um ao
outro; desse modo, o homem passa a querer ganhar cada vez mais dinheiro perpetuando
a ascese. Logo, o capitalismo é irracional, pois é um fim em si mesmo e não para
atender as necessidades humanas.
Visando entender o aprisionamento do homem no sistema capitalista, Weber cria
o conceito da “jaula de ferro”. Segundo este conceito, a finalidade da salvação proposta
pela ética protestante se automatiza, ou seja, perdese
o sentido da ação e esta tornase
mecânica. Se por um lado a modernidade é composta pela riqueza material, por outro,
observase
o empobrecimento do espírito, dessa forma há um desencantamento do
mundo, ou seja, perdese
um sentido transcendente que se torna racionalidade
instrumental.
Na tirinha E†sfinge†, do autor Laerte, é possível fazer uma analogia do conceito da
“jaula de ferro”. Os primeiros quadrinhos retratam um homem indo ao seu trabalho e
voltando para casa, este se depara com uma esfinge que come um de seus membros
após o protagonista fazer um questionamento a respeito de um fator cotidiano, que a
esfinge considera como errado. Ao longo da tirinha, o homem continua fazendo
perguntas que seguem uma mesma lógica e a esfinge continua comendo seus membros.
É interessante perceber que o homem, apesar de ficar sem partes do seu corpo, não
interrompe sua rotina, frequentando o trabalho como se nada tivesse acontecido. Isso
retrata a mecanização das ações, que carecem de sentido pois houve um
desencantamento do mundo a ponto das mesmas virarem racionais com relação a fins.
O texto termina quando o protagonista faz uma “pergunta certa”: “Por que
caralho eu tenho que ir para o escritório?!”. À luz de Weber, essa última pergunta seria
a primeira dotada de sentido que o homem faz na tirinha, pois busca entender a origem
de seus problemas. Porém, quando a esfinge oferece uma resposta, o personagem a
recusa, ou seja, prefere continuar aprisionado em uma “jaula de ferro”, que proporciona
comodismo e segurança ao mesmo.
A partir da tirinha e de um entendimento do texto de Weber “Ascese e
Capitalismo”, é possível perceber que o capitalismo é irracional, o homem tem sua vida
voltada para um sistema que não é a solução para suas necessidades. Nesse sentido, à
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