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TROCA, GUERRAS E ALIANÇAS NA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE COLONIAL

Por:   •  8/10/2016  •  Resenha  •  533 Palavras (3 Páginas)  •  1.404 Visualizações

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ALUNO: Alex da Silva Moreira; DRE: 113042672

 TROCA, GUERRAS E ALIANÇAS NA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE COLONIAL

Segundo Elisa Garcia, os índios interagiram com os agentes da sociedade colonial, bem como os portugueses (ou europeus) utilizaram os índios em seus projetos. Os nativos foram responsáveis pelo equilíbrio das disputas pela conquista da América, com quem portugueses, franceses, holandeses e ingleses buscaram alianças. Segundo a autora, os europeus ainda enfrentavam os índios hostis a sua presença e, embora já existissem conflitos entre tribos indígenas no início da ocupação do território, os europeus fomentaram as rivalidades para satisfazer suas demandas, principalmente no fornecimento de escravos. Porém, os índios amigos também tiravam proveito dessa aliança com os europeus, se fortalecendo em relação aos demais através de armamentos para combater os seus adversários. Além da defesa, os portugueses também necessitavam dos índios no fornecimento de alimentos, de informações sobre a terra e para o trabalho. A autora nos fala que a escravização dos índios adquiriu novas dimensões com o início das atividades de exploração agrícola, e que a mão de obra indígena estava ameaçada pelas guerras, epidemia e fugas, por isso, os índios eram deslocados do interior para o litoral.

Essas teriam sido algumas das razões pelas quais as políticas indigenistas contemplavam os interesses dos índios aliados, dos colonos e da coroa, distinguindo entre índios amigos e hostis. Isso também serviu aos interesses dos próprios nativos, pois os considerados amigos teriam direitos garantidos, como liberdade e terras, representando para estes maiores possibilidades de sobrevivência na sociedade colonial.

Garcia ainda descreve que as mercadorias trocadas com os portugueses, mesmo as consideradas supérfluas, tornaram-se símbolos de prestígio e distinção por que significavam a proximidade dos nativos com os europeus. Garcia também diz sobre as viagens ultramarinas, em que as embarcações que iam para a Europa, levavam índios e outros elementos típicos da região para servirem de entretenimento, para satisfazer a curiosidades dos europeus, ou mesmo para serem vendidos como escravos. No entanto, muitas vezes os próprios índios amigos solicitavam para acompanhar os viajantes para conhecer o velho continente ou para aprender sobre artilharia, a fazer espelhos, machados. Ou seja, eles estavam aprendendo as regras da sociedade ocidental e aprimorando os meios necessários para sobreviver na colônia.

Em síntese, a autora argumenta que os núcleos coloniais estavam em formação e dependiam dos índios para sua consolidação, e que muitas características das populações indígenas foram adotadas pelos colonos. Isso estava relacionada a participação dos índios no trabalho e na defesa e, em seguida, na atividade econômica muitas vezes internacional, como no caso do açúcar. Garcia fala que a experiência era compartilhada pelos seus membros, que era um conjunto de conhecimentos e expectativas em que aquela sociedade se estruturava e se reproduzia. Assim, se a construção da sociedade colonial foi viabilizada pela participação dos Índios nos projetos portugueses, muitas vezes os nativos também se inseriram nesses projetos, apresentando-os como seus. Mais do que meros sofredores da colonização, eles foram participantes da sua construção. Os índios utilizaram o que era necessário para aprender a lidar com a sociedade ocidental: viajaram a Europa, participaram das disputas territoriais entre os europeus, assim como se apropriaram daquilo que trazia distinção e das formas de sociabilidade do antigo regime colonial.

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