Território e Segurança Pública

A  política   de   pacificação   e   as   contradições   para   asolução de um território seguro.

A guerra contra o tráfico de drogas e a pacificação de territórios se faz maispresente, através  de  políticas públicas adotadas  nos últimos anos. Porém, a  herançanegativa de um passado de exclusão social permanece presente na memória atual dacidade, ou seja, o território é tratado de maneira diferenciada. Onde a divisão entre oasfalto e a favela se faz presente nas políticas públicas. Além desses fatores, tratar osproblemas da cidade como se fossem uma guerra ao terror, aumenta ainda mais a ideiade   eliminação   do   conflito   que   acaba   sendo   prejudicial   ao   Estado.   Os   conflitos   sãoinerentes à sociedade, e por isso devem ser tratados de maneira harmoniosa e com oobjetivo de administra-los a fim de buscar soluções para os mesmos, e não elimina-lo.

Ao   encarar   a   pacificação   de   territórios   como   atos   de   guerra,   as   políticaspúblicas do Estado acabam deixando de lado as verdadeiras armas para coibir esse malque   atormenta   principalmente   às   camadas   mais   pobres   da   sociedade.   A   guerra reconhecida contra o tráfico de drogas pelo governo é também alimentada pela própria imprensa.   Agindo   de   forma   a   camuflar   os   verdadeiros   problemas   que   acarreta   aviolência nas regiões onde o tráfico exerce seu domínio. Assim políticas sociais como, por exemplo: saneamento básico, educação, saúde e outros benefícios não acompanhamessa “pacificação de território”.

Em virtude de uma herança histórica negativa de exclusão social, a cidade ageainda de maneira desigual em seus territórios. As políticas públicas são adotadas deacordo com suas áreas, ou seja, o Estado atua de forma diferenciada e não única. Ocontraste entre o asfalto e a favela é perceptível, quando medidas beneficiam uns emdetrimentos   dos   outros.   As   demolições   em   comunidades   para   obras   da   Copa   e Olimpíadas são exemplos clássicos do total descaso do governo em relação às camadasmais pobres da sociedade, não respeitando direitos constitucionais de cada cidadão.

Outro fator preponderante dentro desse contexto de território e pacificação, e aforma como a policia enfrenta o conflito dentro da comunidade. O conflito é tratadopela   instituição   como   algo   sendo   negativo   e   que   por   isso   deve   ser   “pacificado”.Ocorrendo assim um grande erro, pois os mesmos são inerentes a qualquer sociedade edevem ser tratados de maneira harmônica e a fim de administra-los.

 Portanto, é preciso  eliminar   as   barreiras   da  desigualdade  social  e  pensar  oterritório como sendo algo único. Deixando de lado os fatores econômicos que dividema cidade. E também enfrentar o tráfico com “armas sociais” que vão agir nas estruturasdos problemas. Assim, os conflitos existentes serão melhores administrados e o sentidonegativo da palavra, poderá se tornar sinônimo de harmonia e quem sabe em futuro nãomuito distante poderemos alcançar a paz tão desejada por todos.