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Trabalho de Sociologia Kasper House - Analise

Por:   •  9/8/2015  •  Trabalho acadêmico  •  818 Palavras (4 Páginas)  •  230 Visualizações

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Trabalho de Sociologia

Trancafiado em um calabouço de uma torre desde criança, excluído totalmente do convívio social e do mundo exterior, Kasper Hause cresce desprovido de qualquer estímulo sensorial e social, ignorando a existência de seres humanos, vindo a agir e a ser tratado como um verdadeiro bicho. Porém, diferente de um animal, ele possuía a sua parte fisiológica fortemente comprometida, uma vez que vivia amarrado e seus membros inferiores eram praticamente imóveis, de forma a ser incapacitado de andar. Além disso, o corpo de tal era tomado de hematomas ocasionados por maus tratos e feridas advindas da total falta de higiene a qual foi exposto. Sendo assim, não incorpora qualquer elemento de uma estrutura social básica como valores, costumes, crenças e conceitos.

O seu primeiro contato com o mundo exterior, em especial com algum ser humano e com a natureza, foi quando o homem que lhe mantia preso o libertou. Como consequência, ensinou-o a escrever algumas palavras, de modo pouco didático, apenas dando-lhe padrões, e a andar de forma brusca e rápida enquanto Kasper maravilhava-se com a natureza ao seu redor, uma vez que nunca tinha visto nada além das paredes de seu quarto.

Em um domingo de Pentecostes, do ano de 1828, Kasper Hause foi abandonado na cidade de Nuremberg carregando consigo uma carta, um livro e um crucifixo, permanecendo inerte e imobilizado no mesmo lugar em que foi deixado, uma vez que não foi ensinado a reagir. Ao ser encontrado, os habitantes da cidade o examinaram e levantaram todas as possibilidades do que poderia ter acontecido com aquele homem. Logo notaram que aquela criatura só conseguia pronunciar uma única frase: “Devo me tornar tão bom cavalheiro como meu pai foi”. Com isso pode-se notar que Hause agia como uma espécie de robô que somente repetia o que lhe era ensinado, de modo a respeitar um ciclo vicioso baseado na observação de um ato, na sua memorização e, por conseguinte, na repetição do mesmo.

Uma vez que a personagem não se enquadrava no mundo social que, segundo Giddens, ao contrário do mundo da natureza, tem de ser entendido como uma realização de sujeitos humanos ativos. A constituição de significado, nesse mundo, depende da linguagem que é o meio de atuação prática e efetiva no mundo social. No caso de Hause, essa linguagem inexiste, colocando-o fora dos padrões de socialização. Logo, por não ter tido contato com outros seres humanos, não consegue identificar palavras ou signos linguísticos.

Introduzido em uma família, Kasper passa a adotar os valores e padrões de comportamento do seu entorno social, iniciando desta forma, um processo de socialização. Ao mesmo tempo, ele pratica uma assunção de papéis desempenhados por seus próximos, como por exemplo, a imitação da mãe de família ao balançar o berço do bebê ou a cópia ao menino que lhe ensina como comportar-se na mesa e como dizer os nomes das partes de seu corpo, assim deste modo, a personagem passa para um “jogo de regras” onde ele é enquadrado nas regras familiares e reconhecido como membro de tal grupo, de modo a fazer-lhe sentir útil e reconhecido.

Esse processo de socialização é dividido em duas partes: a primeira, chamada socialização primaria, na qual o individuo incorpora os elementos de sua estrutura social básica;

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