A Antropologia das Emoções
Por: Leticia Nunes • 25/9/2019 • Trabalho acadêmico • 581 Palavras (3 Páginas) • 218 Visualizações
Antropologia das emoções é uma vertente da antropologia que trata a emoção como objeto de estudo, discutindo-se os limites e as possibilidades da construção das emoções como um objeto de análise da antropologia. Ela se debruça destrinchando categorias emocionais como o amor, tristeza, saudade, solidão e etc. Esta disciplina estuda o panorama sociocultural da construção das emoções, os modelos teóricos para o estudo da relações indivíduo-sociedade e emoção como também o diálogo entre a antropologia, a sociologia, a filosofia e outras ciências que possui o tema das emoções como interesse.
As emoções estão presentes no nosso cotidiano desde a mais tenra infância. Elas constituem parcelas significativas das nossas expressões não verbais, possibilitando a comunicação sem a utilização de palavras.
Um dos pioneiros sobre o estudo da antropologia das emoções foi Charles Darwin, em 1872, na sua obra intitulada “a expressão das emoções nos homens e nos animais.” A expressão fácil é um dos melhores indicativos de emoções, sendo um fenômeno de amplitude mundial.
H. A. Elfenbein e N. Ambady (2002) conduziram uma meta-análise, envolvendo 22.148 participantes de 42 países, que confirmou que por todo o mundo as pessoas são capazes de reconhecer emoções reproduzidas em expressões faciais.
Dentro da antropologia o estudo das emoções compõe um campo disciplinar específico consolidado no ocidente a partir da metade dá década de setenta no século XX. O principal objeto de investigação dessa área é a intersubjetividade como produto e produtor das construções e interações sociais.
De acordo com a antropologia das emoções, as experiências emocionais individuais são o resultado da interação entre os indivíduos, a cultura e a sociedade em que ele vive. Os sentimentos são dirigidos a outros e causados pela interação com outros, em um contexto social e cultural no qual diversos fatores sociais influenciam na esfera emocional.
Os principais questionamentos que norteiam a discussão teórico-metodológica da antropologia das emoções são: De que forma o social influencia no emocional? E até onde vai essa influência?
No Brasil, a antropologia das emoções ainda é um campo recente, tendo seu início em meados da década de noventa do século passado. Contudo, as emoções estiveram presentes em diversos estudos anteriores das ciências sócias, como variáveis intervenientes. As principais contribuições para o desenvolvimento desse campo foram dadas por Roberto Damatta, Gilberto Velho, Claudia Rezende e Mauro Koury.
Damatta, nos anos 70, busca a partir de uma análise dos rituais e dos modelos de ação social, investigar o cotidiano brasileiro. Através das leis e valores do sistema social, tenta compreender o comportamento individual dos sujeitos.
Gilberto Velho parte da admissão de uma diversidade de padrões comportamentais, procurando compreender o social através da lógica individualista. Faz uma análise entre subjetividade e objetividade, estudando principalmente a classe média urbana.
Cláudia Rezende realizou o estudo dos significados da amizade, por meio de uma etnografia que buscou comparar a emoção amizade entre cariocas e londrinos identificando modos de vida e organização emocional em dois contextos diferentes.
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