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A IDEOLOGIA DE ZIZEK E UM CONTRAPONTO FILOSÓFICO

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Por:   •  8/11/2014  •  701 Palavras (3 Páginas)  •  291 Visualizações

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A IDEOLOGIA DE ZIZEK E UM CONTRAPONTO FILOSÓFICO

O quão assombroso seria se nada do que pensamos fosse original? Se tudo aquilo que temos como opiniões e visões próprias não passassem de dogmas absorvidos pelo meio através de uma osmose inexorável e imperceptível? Não seríamos então seres independentes e indisiocráticos, mas apenas um resultado da ação de instituições sobre nós, onde nada mais é real, nada mais é próprio e nada mais existe de original no âmago de qualquer ser humano. Eis então como Zizek nos expõe o mundo; mostra o homem moderno como um mero reflexo de ideologias já inerentes à sociedade e sua organização, das quais não existe fuga, não existe mais interação real, tudo não é mais que uma ilusão de independência.

O sociólogo assume uma posição um tanto polêmica em suas idéias, propondo um mundo apenas de aparências, onde absolutamente tudo, sem escapatórias, é ideologia, tudo é absorvido do meio, mesmo o que depões contra uma ideologia se forma como um vetor idêntico com a única diferença sendo a direção tomada.

O homem então acaba apenas como uma marionete de diversas instituições que lhe imprimem todas as características e ideais; a extinção da peculiaridade, do gênio, da personalidade inata de um ser humano. Esse cenário pintado por Zizek é tenebroso em seu âmago, pois simplesmente inutiliza tudo o que seria o sentido da vida, extirpa a individualidade do ser humano, escalavra as características mais intrapessoais, deteriora toda e qualquer análise, qualquer pensamento original, e despacha tudo em um mesmo limbo de indução assintomática e imperceptível.

E, será que o próprio ideal de Zizek não pode cair em si mesmo, de forma autofágica? Os pensamentos zizekianos acerca da ideologia não poderiam ser frutos de uma ideologia que o induzira a tal?

Zizek é, por excelência, um sociólogo, que analisa os eventos sociais, fenômenos coletivos, diferente de alguns filósofos que focam suas obras no ser humano como indivíduo, porém o que é a sociedade senão um grupo de indivíduos isolados? Então aí pode-se apontar um contra senso entre a idéias de Zizek e de dois filósofos em especial que, embora não ligadas entre si diretamente, acabam conflitando em um certo ponto. O ensaísta francês Michel de Montaigne (1533 – 1592) na derradeira parte de sua obra, e em especial no ensaio “Da Inconstância das Nossas Ações” discorre sobre a mutabilidade do ser humano, sobre a intrínseca necessidade de mudança de pensamento, de opiniões, de crenças, convicções, certezas e dúvidas, como se houvessem ondas de ventos que levassem o homem de lá para cá e de cá para acolá, como um fenômeno humano e essencial para a vida; em suma, para Montaigne, o homem não é nada mais do que uma amálgama de mudanças e inconsistências. O que não se sustenta plenamente dentro de um sistema puramente ideológico, por mais que se possa receber influência de diversos lados, o preceito da ideologia pura e extinção da ‘’verdade’’ acarretaria numa menor volubilidade humana, em preceitos mais sólidos, características de uma ideologia.

Já o polêmico pensador alemão Friedrich Nietzsche, principalmente em “Humano, Demasiado Humano” e na autobiografia de sua obra “Ecce Homo”, desconsidera a hipocrisia como um problema humano, colocando o homem

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