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A Marcha Do Proletariado

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Por:   •  29/8/2014  •  1.362 Palavras (6 Páginas)  •  791 Visualizações

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A MARCHA DO PROLETÁRIADO E A CONTRAMARCHA DA BURGUESIA

O capitalismo mudava a face, a estrutura e a dinâmica da sociedade, tendo como meio de expansão do capital a exploração dos trabalhadores. Para maior compreensão faz-se necessário entender as contradições que existiram no trajeto da história, pois, o fortalecimento que gerou os diferentes andamentos, como a mudança de um modo produção para outro e as modificações significativas na composição da sociedade. Quanto ao capitalismo, modo de produção profundamente antagônico e pleno de contradições, desde o início de sua fase industrial instituiu-se como um divisor de águas na história da sociedade e das relações entre os homens. O capitalismo gera o mundo da cisão, da ruptura, da exploração da maioria pela minoria, o mundo em que a luta de classes transforma na luta pela vida, na luta pela superação da sociedade burguesa. Segundo Marx e Engels, situam a luta de classes como a principal chave solucionadora para a compreensão da história, como o principal instrumento de sua transformação, ou seja, história de toda sociedade humana até nossos dias é uma história de luta de classes. Na segunda metade do século XVIII, quando as relações sociais e o quadro institucional da sociedade passam por profundas transformações para se amoldar às exigências do capitalismo, a resistência dos trabalhadores fazia-se presente. O protesto pelo domínio do capital e a recusa à dominação pela máquina estavam na base dessas primeiras manifestações, com estes fatos, a dinâmica

que os donos do capital imprimiram a tal processo transformou-o em uma verdadeira onda de violência contra os trabalhadores.

Visualizando a classe trabalhadora como um mero atributo do capital, como um modo de existência deste, os capitalistas não hesitavam em criar formas repressoras de recrutamento do operariado e de sua abusiva exploração. A marcha expansionista da Revolução Industrial e a industrialização capitalista aumentavam, porém, a necessidade de braços operários. Era preciso promover a mobilidade da mão-de-obra, incrementando a transferência do trabalhador da aldeia para cidade. A Lei dos Pobres, promulgada em 1957, era inda mais rigorosa, determinando que todos os atendidos pelo sistema de assistência pública vivessem confinados em locais tão somente a eles destinados. Nesses locais, denominados Casa de Correção, pois a pobreza era considerada geneticamente um problema de caráter, eram obrigados a realizar todo tipo de trabalho independentemente de salário, uma vez que o atendimento pela Lei dos Pobres implicava a destituição da cidadania econômica. Revelando o caráter utilitarista de sua relação com o trabalhador, os donos do capital vão pressionar o Estado para revogar aqueles dispositivos que impediam a expansão de seu capital, porém mantendo inalterados aqueles que os beneficiavam. As primeiras alterações legislativas do início do século XIX eram, na verdade, medidas de proteção ao capital e aos seus possuidores. Sob o discurso da igualdade de todos, mediante o qual a burguesia procurava justificar a recém-devolvida

liberdade de trabalho e de crença religiosa, ocultava-se a profunda desigualdade das classes, constituídas sob o signo do antagonismo; ocultava-se também sua real intenção de promover a livre circulação do trabalhador, transformando-o em mercadoria, ou seja, o proletário como produto comercial.

Durante praticamente durante toda a primeira metade do século XIX, a burguesia se utilizou de seu poder de classe para manipular livremente salários e condições de trabalho. Apoiando-se em um antigo dispositivo legal, cujas origens remontavam a longínquas épocas da história da humanidade – Estatuto dos Trabalhadores, de 1349, que proibia reclamações de salário e de organização do processo de trabalho -, excluía o trabalhador das decisões sobre sua própria vida trabalhista.

A realidade trazida pelo capitalismo estava posta e imposta: ou o trabalhador se comercializava, assumindo a condição de mercadoria útil ao capital, ou se coisificava, assumindo o estado de “coisa pública” – a que correspondia à perda da cidadania.

A Lei dos Pobres era a responsabilidade pela realização do inquérito e pela fiscalização das condições de vida daqueles que passavam ser atendidos pelo sistema de assistência pública. A abolição da Lei dos Pobres era uma causa tão importante quanto ao salário legal, ou a jornada de trabalho, integrando, portanto, a pauta de reivindicações dos trabalhadores, inclusive durante o movimento cartista.

O crescimento do movimento dos trabalhadores eurocidentais, em especial na Inglaterra, produzia uma séria inquietação na burguesia, cujo grande

objetivo era a consolidação de uma estrutura econômica unificada para toda a sociedade, abalada a cada momento em que os trabalhadores se manifestavam de modo coletivo. As derrotas sofridas pelos trabalhadores naquele momento ofereceram, porém, o espaço necessário para que a burguesia avançasse na consolidação de seu poder e classe.

A estratégia de autopreservação do capitalismo, pretendia ocultar: a face da exploração, da opressão, da dominação, da acumulação da pobreza e da generalização da miséria. Era crucial para o capitalismo manter sempre escondida, ou no mínimo dissimulada, essa massacrante realidade por ele produzida, evitando que suas próprias contradições e antagonismos constituíssem fatores propulsivos da organização do proletariado e da estruturação de sua consciência de classe.

A moral burguesa generalizava a imagem do capitalismo como um regime irreversível, como uma ordem social justa e adequada, enfim, como um ponto terminal da história da humanidade. Ao aproximas dos agentes que vinham desenvolvendo

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