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A Não Violência E A Violência Simbólica

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Por:   •  9/10/2013  •  489 Palavras (2 Páginas)  •  336 Visualizações

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Para compreender o pensamento de Hannah Arendt é necessário se conhecer a formação da personalidade dessa mulher que é fruto de um meio turbulento, judia na Alemanha de Hitler, expatriada fugiu primeiro para Itália e depois para os Estados Unidos ficando 14 anos sem nacionalidade, em sua essência uma cientista política.

Segundo Hannah Arendt a condição humana compreende algo mais que as condições as quais a vida foi dada ao homem. Arendt redimensiona as questões relacionadas à condição humana através de todos os aspectos da vida, desde biológicos a políticos. E a partir desse estudo pode-se observar o que torna o ser humano tão forte e ao mesmo tempo tão frágil, e então partindo desse pressuposto pode-se extrair a exata dimensão da sua dignidade. Segundo as próprias palavras de Hannah: “desse alguém que é singular pode-se dizer, com certeza, que antes dele não havia ninguém”.

A autora também aborda o nascimento como o milagre da vida, e o mais temido conflito humano com a morte e também sua busca pela imortalidadeatravés os séculos. Ela também descreve sobre três esferas da vida ativa: o labor, o trabalho e a ação.

Na mesma obra em que a autora traz a concepção de condição humana, ela também traz que a dignidade humana se deve a multiplicidade de ângulos e eventos em que a condição humana esta submetida.

A violência simbólica se funda na fabricação contínua de crenças no processo de socialização, que induzem o indivíduo a se posicionar no espaço social seguindo critérios e padrões do discurso dominante. Devido a este conhecimento do discurso dominante, a violência simbólica é manifestação deste conhecimento através do reconhecimento da legitimidade deste discurso dominante. Habermas crítica esse conceito ao equivaler a violência sempre a violência física, portanto exterior ao simbólico.

Arendt afirma que a diminuição do poder, seja individual, coletivo ou institucional, é sempre um fator que pode levar a violência. “[..] muito da presente glorificação da violência é causada pela severa frustração da faculdade de ação no mundo moderno [...]” (ARENDT, 2001, p60). A burocratização da vida pública, a transformação do governo em administração, os processos de desintegração, o declínio dos serviços e instituições públicas, a automatização dos negócios entre os homens, o conformismo, o subjetivismo, têm aberto fendas na estruturas de poder, têm afetado e suprimido a ação humana.

Neste complexo de inter-relações entre poder e violência, o conceito de autoridade não poderia deixar de ser abordado por Arendt. Componente fundamental nas relações humanas ou institucionais, a autoridade pode ser investida em pessoas ou em cargos. “Sua insígnia é o reconhecimento inquestionável por aqueles a que se pede que obedeçam; nem a coerção nem a persuasão são necessárias” (idem, p.37). A autoridade esta pautada no respeito.

Conclui-se na obra de Hannah que cada ser humano, por representar o milagre de um novo início, por ser único e singular, por agir de forma totalmente nova e imprevisível, é dotado de intangibilidade em sua condição – que é a dimensão da sua dignidade.

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