A PROFISSÃO DO ARQUITETO EM DISCURSSÃO
Artigo: A PROFISSÃO DO ARQUITETO EM DISCURSSÃO. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: jpneto • 20/6/2013 • 1.351 Palavras (6 Páginas) • 396 Visualizações
A Prática Profissional do Arquiteto em Discursão:
O ARQUITETO E A INFORMATIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DE PROJETO
O processo de produção do projeto de arquitetura modificou-se nos últimos anos com a introdução das tecnologias derivadas da micro- eletrônica e o desenvolvimento de softwares específicos. Em apenas 15 anos, as pranchetas de desenho quase que desapareceram. No lugar delas ou mesmo sobre elas, encontram-se os computadores. A lapiseira e o papel vegetal serão substituídos na representação gráfica da arquitetura pelas mesas de desenho eletrônico, afirmava no início da década de 60, o grupo MIT´s Lincoln Laboratory, chefiados por Ivan Sutherland. No que se refere ao processo de criação do projeto, significou no início, para alguns, uma ameaça; para outros, simplesmente uma lapiseira mais equipada, que em nada modificaria a concepção do projeto.
• OS PRIMÓRDIOS DE UMA TECNICA
Na realização do primeiro encontro de arquitetura que sucede essa demonstração, em dezembro de 1964, - Boston Architecture Center - , tinha-se a impressão que, desde que fosse colocado à disposição um sistema adequado e a custos razoáveis, o arquiteto poderia trabalhar diretamente no computador, a partir do rascunho de um croquis até a elaboração dos desenhos de execução. “A máquina poderá executar em seguida todo o trabalho atribuído normalmente ao arquiteto: transformar o croquis em desenho com bases geométricas; os comparar e adaptar às necessidades do programa e às exigências da construção; estabelecer prognósticos e finalmente, produzir uma série completa de desenhos de execução.”
No final dos anos 60 e início dos anos 70, começam a aparecer registros indicando o uso do computador nos grandes e médios escritórios de arquitetura. “ Os arquitetos da SOM ( Skidmore, Owings & Merrill) afirmam, desde o fim dos anos 60, que o computador teria condições de produzir desenhos desde que os dados fossem colocados”
No Brasil, a partir de meados dos anos 80, os computadores passam a fazer parte do trabalho de alguns arquitetos; equipamentos caros e pouco eficientes dificultaram a difusão rápida dessa nova tecnologia. Nas escolas de arquitetura o processo é semelhante, a computação e a informática são introduzidas por disciplinas complementares tais como Cálculo, Instalações, etc. Nas escolas de arquitetura o processo é semelhante, a computação e a informática são introduzidas por disciplinas complementares tais como Cálculo, Instalações, etc.
• ANOS 90: DIFUSÃO TECNOLÓGICA E COMPETIÇÃO NO MERCADO
O projeto desenhado com o novo instrumento deixa de ser novidade e passa a ser realidade, relacionada frequentemente à racionalização do desenvolvimento do projeto e às exigências de mercado, ou melhor, de maior possibilidade de competição no mercado.
As discussões centram-se agora sobre quais equipamentos ou programas serão utilizados, sobre suas potencialidades e adequações.
“Um software de CAD produzido na Alemanha promete agilizar radicalmente o trabalho de arquitetos em computadores, o Arcon é um programa super amigável, que permite ao operador desenhar projetos de arquitetura em todos os detalhes com extrema facilidade.”
O domínio do programa e sua potencialidade na racionalização do projeto passam a ser as questões centrais nos depoimentos dos arquitetos, no entanto, sua aceitação e reconhecimento explícito foram precedidos por discussões, dúvidas e inseguranças que, pouco a pouco, perderam relevância diante do uso intenso do computador, permitindo desmistificá-lo ou recolocá-lo em outra perspectiva. Entre elas, a interferência do computador no processo criativo do projeto arquitetônico.
• O PROCESSO CRIATIVO É LIMITADO POR COMPUTADOR?
A utilização do croqui como recurso para o processo criativo, é mais freqüentemente observada a partir do século XX, com a arquitetura moderna.
“Os croquis representam um fenômeno particular. É impossível dizer que eles tratam de uma projeção ou não(...) Na medida que são desenho em escala, eles são projetivos, mas como se prestam a outras interpretações, se transformam no que se deseja, e ao mostrar em multiplicar ambiguidades e incoerências, eles provocam diferentes Resultados. Suas relações com o objeto são infinitamente mais vagas do que as observadas nos desenhos em projeção (...) pois os croquis evidenciam mais a sugestão do que a intenção. É por essa razão que sua importância fundamental é significativa.
A difusão do uso da computação na representação gráfica do projeto não substituiu o traço, reservado ao experimento, às tentativas, que vão sendo elaboradas e expressas no esboço (croquis), espaço da criação; no entanto, significativas são as mudanças observadas após a definição dessa etapa, quando o croqui informa o desenho em projeção ortogonal. Os croquis preliminares continuam a ser elaborados a partir do desenho produzido pela mão humana
• RACIONALIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
Em um primeiro momento, observa-se grande entusiasmo sobre a possibilidade de utilização desse instrumento de trabalho para garantir uma aproximação racional na concepção do projeto.
(...) A concepção deixa de ser algo que vai acontecendo sobre a prancheta, ao sabor da inspiração, para se tornar também um procedimento mais racional..... Ao inserir os dados no computador, a planta tipo tem que estar definida em seus detalhes. A concepção perde o caráter artesanal para ganhar uma dimensão nova, racional e planejada“
“A computação
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