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A PRÉ HISTÓRIA DA ANTROPOLOGIA

Por:   •  14/8/2021  •  Ensaio  •  1.052 Palavras (5 Páginas)  •  797 Visualizações

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A PRÉ- HISTÓRIA DA ANTROPOLOGIA

O início das primeiras reflexões sobre a forma como ocorreu o contato dos europeus com o novo mundo, consiste num marco que dá início a pré-história da antropologia. Esse contato coloca em questão tanto a forma de vida civilizada dos europeus, quanto o que se tinha de conhecimento até então. Nesse momento os nativos que são inesperadamente encontrados são apreendidos pelos europeus com um certo estranhamento.

Os primeiros debates que surgem no envolto dessa questão, podem ser encontrados os pensamentos de Las Casas e Sepulvera, que escreveram por volta do século XIV, onde as informações que tinham provinha de relatos de viajantes que descreviam sobre esse povo nativo. Nessa época também é onde surgem controvérsias na elaboração do discurso sobre se esse povo que acabara de ser encontrado mereciam ser humanizados. Visto que a forma de vida em que viviam era considerado selvagem. Segundo LA PLATINE (1994), houve nesse momento da história, o esboço de duas ideologias, a primeira consistia em uma visão baseada no etnocentrismo, onde os Europeus tomavam como parâmetro a sua própria visão e concepção do mundo, para a partir de sua própria forma de vida julga o outro, o diferente, os nativos. A segunda ideologia consiste em uma forma de apreender o outro onde o contato com o novo põe em questão a sua própria forma de viver, e nesse momento os nativos já não se tornam tão selvagens quanto pareciam,

O MAU SELVAGEM E O BOM CIVILIZADO

Para elaboração do discurso sobre os índios alguns critérios foram utilizados, e nessa vertente, eles foram usados, com base na forma de vida européia, ou seja, os índios foram medidos á partir de comparações de sua forma simples de viver com a forma civilizada da Europa. Os critérios foram os seguintes:

  • RELIGIOSO: Nesse critério o que se questionava era se os índios possuíam alma, porque á partir daí os civilizados saberiam se poderiam revelar para eles as verdades de Deus, outra questão era se o pecado original também estava presente na vida deles. Esse critério foi um dos mais considerados devido ao fato de que naquela época todas as explicações para os acontecimentos do mundo eram de caráter religioso.
  • APARÊNCIA: Pelo fato dos índios viverem nus, o se vestindo apenas com peles de animais, diferentemente dos europeus que usavam roupas de tecido, estes também foram considerados feios e assustadores.
  • COMPORTAMENTOS: As formas como os índios se alimentavam com carne crua, parecia animalesco, sem contar que nesse critério irá se formar todo um discurso acerca do canibalismo.
  • A FALTA DE INTELIGÊNCIA: A linguagem que os índios usavam para se comunicarem, não era considerada válida pelos europeus.

Enfim, podemos dizer então que, nessa vertente, nenhum aspecto da forma como os índios viviam, e se organizavam socialmente pareceu aceitável aos europeus, esse fato se deu pelo que já mencionado anteriormente no que diz respeito ao etnocentrismo. O fato de olhar para um grupo que vive de forma diferente de nós, com o olhar sempre voltado para nossa forma de vida como sendo superior, acarretará em uma visão etnocêntrica do outro, e foi isso que ocorreu no contato dos europeus com o povo nativo. A supervalorização do modo civilizado europeu levou-os a perceber os índios como estranhos, selvagens e conseqüentemente, nessa visão tudo o que esse novo povo produzia, não parecia ter valor algum.

“Assim, não acreditando em Deus, não tendo alma, não tendo acesso à linguagem, sendo assustadoramente feio, e alimentando-se como um animal, o selvagem é apreendido nos modos de um bestiário.” LA PLATINE (1994)

O BOM SELVAGEM E O MAU CIVILIZADO

Nessa vertente, veremos um outro olhar para o povo nativo, pois, pois se “desprendendo” da visão etnocêntrica, torna-se possível perceber que talvez os nativos não sejam tão estranhos quanto pareciam, os critérios usados para elaboração do discurso permanece o mesmo, porém o que permeia é um modo de ver o outro mais voltado para uma relativização de como o outro se organiza.

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